Econ - Textos Variados LIII
Hans Hermann Hope - Por Que o Socialismo Sempre Irá Fracassar:
89 - Texto de 2009. Problema do cálculo econômico. Como os bens de capital não estão no mercado no socialismo E a propriedade não pode ser vendida, não seria possível calcular sequer os custos de produção: Ele não tem nem como saber se a maneira como ele está produzindo é eficiente ou ineficiente, desejada ou indesejada, racional ou irracional. (...) Quanto menos os produtores podem calcular e fazer aprimoramentos, maior a probabilidade de desperdícios e escassezes.
90 - Há também a hipótese de que, caso o zelador vislumbre uma oportunidade de utilizar seus meios de produção em benefício privado - como produzir bens para serem vendidos no mercado negro -, ele terá o incentivo de aumentar a produção à custa do valor do capital, consumindo completamente o maquinário. (Num sistema misto sim, mas não no socialismo…)
91 - O que ele chama de socialismo gerará produtos de má qualidade, pois a renda do produtor tem pouca ou nenhuma conexão com a avaliação que os consumidores fazem do seu trabalho.
92 - No que ele chama de socialismo isto aqui também é um problema: Se as pessoas quiserem melhorar sua renda sob o socialismo, elas terão de ascender a posições mais valorizadas dentro da hierarquia dos "zeladores" (da propriedade). Isso requer talento político. Sob tal sistema, as pessoas terão de despender menos tempo e esforço desenvolvendo suas habilidades produtivas e mais tempo e esforço aprimorando seus talentos políticos.
93 - Como exemplo de tudo que disse, Hoppe dá a implantação do socialismo nos EUA nos últimos vinte anos (1990 pra frente), rs: Passados vinte anos, hoje os americanos já estão sentindo o gosto de viver sob o socialismo total.
Hayek - Economia e Conhecimento:
94 - As proposições tautológicas da análise pura de equilíbrio não são diretamente aplicáveis à explicação de relações sociais.
95 - Coloca que equilíbrio demanda execução simultânea de planos de agentes econômicos. Em primeira instância, para que todos esses planos possam ser levados adiante, é necessário que eles sejam baseados na expectativa do mesmo conjunto de eventos externos, uma vez que, se diferentes pessoas fossem basear seus planos em expectativas conflitantes, nenhum conjunto de eventos externos poderia condicionar a execução de todos esses planos possíveis. (...) uma vez que parte dos dados sob os quais uma pessoa irá basear seus planos será a expectativa de que outras pessoas irão agir de uma maneira em específico, é essencial para a compatibilidade dos diferentes planos que os planos de um contenham exatamente aquelas ações que formam os dados para os planos de outro. (A coisa de combinar com os russos).
96 - Duas premissas que ele coloca necessárias para um equilíbrio: se os conjuntos individuais de dados subjetivos correspondem aos dados objetivos e se, em conseqüência, as expectativas sob as quais os planos se baseavam são confirmadas pelos fatos.
97 - Equilíbrio num dado período de tempo: o equilíbrio continuará, uma vez que existir, enquanto os dados externos correspondam às expectativas comuns de todos os membros da sociedade.
98 - Hayek em rodapé: é evidente que a maioria das proposições da análise de equilíbrio é suposta como sendo aplicáveis apenas naquele estado estacionário que nunca será atingido.
99 - Dá tanta importância a questão das expectativas e previsões que chega a dizer que são as definidoras do que é ou não equilíbrio. Mas não precisa ser perfeita a previsão: Nós deveríamos dizer ... que o equilíbrio durará enquanto as antecipações se tornem corretas e que elas precisam ser corretas apenas no tocante àqueles pontos que são relevantes para as decisões dos indivíduos.
100 - Dá um exemplo de tudo que está dizendo: se alguém conta em produzir casa pra vender no mercado mais na frente, estará sujeito não apenas a acidentes externos. Estará condicionado a que seu dado sobre a existência futura de demanda esteja correto. Ou seja, as ações e planos das outras pessoas devem ser compatíveis para que haja equilíbrio.
101 - A suposição de um mercado perfeito, então, significa nada menos que todos os membros da comunidade, mesmo se não forem supostos como estritamente oniscientes, são ao menos supostos como automaticamente sabendo tudo que é relevante para suas decisões. Parece-me que esse esqueleto em nosso armário, o “homem econômico”, o qual exorcizamos com rezas e jejum, retornou pela porta dos fundos sob a forma de um indivíduo quase onisciente. (...) Parece ser implicitamente admitido, apesar de pouco conscientemente reconhecido, que recentemente é frequentemente evidenciado que a análise de equilíbrio apenas descreve as condições de equilíbrio sem tentar derivar a posição de equilíbrio a partir dos dados. A análise de equilíbrio nesse sentido seria, é claro, pura lógica e não conteria afirmações sobre o mundo real.
102 - Suposições a partir da “Pura lógica da Escolha” não se bastam por si. A coisa é diferente na economia. ... as suposições ou hipóteses, que temos que introduzir quando queremos explicar os processos sociais, tem a ver com o relacionamento do pensamento de um indivíduo com o mundo exterior, com a questão de quanto e como seu conhecimento corresponde aos fatos externos. O mundo real exige que os economistas trabalhem, de alguma forma, com “tipos ideais”, mesmo tendo formulações corretas quando pensam no mundo da “Pura Lógica…”
103 - Ele coloca que, para o equilíbrio, não se trata nem de “ter os dados de antemão”. Tudo no que essa condição se constitui é, então, que deve haver alguma regularidade discernível no mundo que torne possível prever eventos corretamente.
104 - Coloca que a economia só quer saber de divisão social do trabalho, mas não faz perguntas a si mesmo sobre qual a divisão social do conhecimento necessária. O que, quem, quanto ou como é preciso saber para “chegar” a um equilíbrio?
105 - O problema que pretendemos resolver é como a interação espontânea de um número de pessoas, cada uma possuindo apenas bits de conhecimento, dá origem a um estado de coisas no qual preços correspondem a custos, etc., e que só poderia ter sido levado a cabo através de ação deliberada apenas por alguém que possuísse o conhecimento combinado de todos esses indivíduos. A experiência nos mostra que algo desse tipo acontece, uma vez que a observação empírica de que preços tendem a corresponder aos custos foi o início de nossa ciência.
106 - Para Hayek, não se trata apenas de ter a informação sobre os preços: “Mas, como eu já indiquei no começo desse ensaio, as expectativas de preços e mesmo o conhecimento dos preços vigentes são apenas uma pequena seção do problema do conhecimento como eu o enxergo.” Trata-se também de saber como obter e como usar a mercadoria.
107 - O perigo na quantidade de conhecimento necessário ao equilíbrio é haver mudanças, no percurso. Assim, é apenas relativo ao conhecimento que uma pessoa está determinada a adquirir no decorrer de sua tentativa de levar adiante seu plano original que um equilíbrio poderá ser atingido”.
108 - Várias concordâncias parciais, mas o problema é onde ele quer chegar. Uma ou outra conclusão não me pareceu fundamentada no texto.
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