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Mostrando postagens de fevereiro 1, 2021

Debate entre Samuel Pessoa e Felipe Machado sobre texto anterior II

Mero complemento de "tags" da parte I e completa: https://leiturasaleatoriasquaisquer.blogspot.com/2021/02/debate-entre-samuel-pessoa-e-felipe.html

Debate entre Samuel Pessoa e Felipe Machado sobre texto anterior I

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B - Felipe Augusto Machado - Pessôa doura a pílula da República Velha, C - Samuel Pessoa - Réplica a Felipe Machado e... D - Felipe Augusto Machado - Tréplica a Samuel Pessôa   61 - A nova versão dos dados de Maddison traz dois indicadores de renda per capita: o cgdppc (Real GDP per capita in 2011 US$, multiple benchmarks) e o rgdpnapc (Real GDP per capita in 2011US$, 2011 benchmark. O primeiro é mais adequado para comparar o nível da renda per capita dos países. O segundo é mais adequado para comparar o crescimento da renda per capita dos países. Talvez por isso meus cálculos não confiram com os do autor. Utilizando o segundo indicador, de 1929 a 1980, somente a Romênia, o Japão e a Coreia do Sul cresceram mais do que o Brasil. O Brasil cresceu 3,4% ao ano com base no rgdpnapc. 62 - Machado coloca que não entendeu o cálculo de revisão de PIB da República Velha. Pessoa torna a explicar na réplica. E acrescenta: Vale lembrar que temas como a revisão das séries de produto em mo...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes IX

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 (continuação...) 56 - Brasil e Fiscal em Dilma: 57 - Há uma contínua piora fiscal desde 2006. Essa piora não aparece no superávit primário cheio, pois o ciclo econômico e o boom de commodities mascararam a deterioração fiscal, além de ter havido crescimento contínuo da componente não recorrente no déficit público. Na figura 22, temos o impacto da política fiscal sobre o equilíbrio entre oferta e demanda da economia, o impulso fiscal. Entre 2006 e 2014, com exceção de 2011, tivemos a política fiscal pressionando demanda, inflação e juros . 58 - As figuras 23 e 24 apresentam a não-sustentabilidade da política econômica petista a partir da evolução das contas externas. Trata-se da evolução das exportações líquidas como proporção do PIB, a preços correntes, na figura 23, e a preços constantes, na figura 24.89 A correlação simples entre a evolução do déficit público estrutural, figura 21, e as exportações líquidas a preços correntes, figura 23, é de 86% . 59 - Apêndice ao fim do texto...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes VIII

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 (continuação...)   51 - Comparação da proteção social China e Brasil. Chama de pequeno delírio Ciro falar em Estado de Bem-estar social chinês. Os números parecem dar razão a Samuel. Para efeito de comparação, em 2019, quando a China já tinha renda per capita 10% maior que a nossa, o gasto com educação, saúde, previdência a assistência era de 8,3% do PIB. As mesmas rubricas no Brasil totalizam 24% . Salvo aí se tiver algo que eu não saiba. Gastos sociais chineses que não estão nessa tabela.   52 - Mecanismo da China segundo Samuel: o s baixíssimos níveis de gastos com seguridade e com toda a área social em geral, incluindo aposentadorias, saúde e educação, devem promover juros baixos. Estes, por sua vez, tornam o financiamento da infraestrutura e o subsídio às políticas de desenvolvimento industrial, ambos setores intensivos em capital, muito mais baratos. Adicionalmente, o baixo peso orçamentário da área social libera recursos públicos para o investimento em infraest...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes VII

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(continuação...) 46 - Diz que o dado de que a agricultura familiar produz 70% do que chega às mesas está errado e é o extremo-oposto. Afirma, ainda: Nota-se que, apesar do grande crescimento da produtividade da agropecuária, ela ainda é 2/3 da produtividade dos demais setores. Sabemos que a produtividade do agronegócio é elevada. A produtividade da agropecuária é baixa em virtude das pequenas propriedades : Cita algumas exceções.     47 - Gosto da ideia de a eleição proporcional ocorrer após a eleição majoritária, como acontece na França, e fiquei em dúvida se, na proposta de Ciro de reduzir o tamanho da Câmara, ele contempla diminuir a desproporção regional na representação . 48 - Concorda com Ciro acerca do baixo gasto em Saúde pelas métricas internacionais. Deve ser aumentado. 49 - Afirma que Evo é o único que entregou resultados econômicos consistentes. 50 - Discorda que o Brasil tenha sofrido com qualquer “Imperialismo”. Nossas limitações teriam sido internas mesmo. ...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes VI

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(continuação...) 37 - Quanto à abertura comercial, coloca que o próprio mecanismo do câmbio flutuante ajusta o excesso de oferta de bens importados, produzindo desvalorização pela demanda por dólar e promovendo, assim, exportações para balancear as coisas. Acrescenta que “ com câmbio fixo, o ajuste será por meio de redução dos salários, o que pode ser muito custoso. Ocorreu assim nos países mediterrâneos da Europa na última década ”. 38 - Pessoa afirma que o Brasil gasta tanto ou mais que os 10% que a Zona do Euro gasta com funcionalismo público (Ciro estaria falsificando a coisa ao contar só o governo central). Trabalho de Nelson Barbosa documenta que os salários do setor público brasileiro, incluindo contribuições sociais no gasto com funcionalismo, são de 10,6% do PIB ; de 10,1% do PIB contabilizando somente salários; e de 15,1% incluindo a Previdência do funcionalismo . (...) O mesmo relatório mostra que o prêmio salarial dos servidores públicos federais, isto é, o diferencial de ...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes V

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 (continuação...) 31 - Lava-Jato e Investimentos: A dificuldade com essa tese é que não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre a operação LJ e a queda do investimento. Havia outro fator, anterior à LJ, que contribuiu muito para a queda do investimento, e não é simples separar os efeitos. 32 - Atribui a queda aos maus investimentos. BNDES e afins falharam em criar ciclo virtuoso de reprodução ampliada: No caso da Petrobrás, a relação da dívida com a geração de caixa atingiu 4,17 no segundo trimestre de 2014. Nenhuma petroleira consegue, nessas condições, rolar sua dívida sem pagar elevados prêmios de risco. Quando o endividamento chega a esse nível, há somente uma solução para a empresa: reduzir o investimento e se desfazer de parte do patrimônio. Assim, certamente parte da queda do investimento da Petrobrás deve ser atribuída ao excesso de endividamento sobre a geração de caixa da empresa e não à operação LJ. (...) O mesmo problema ocorreu com os estaleiros. Os...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes IV

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 (continuação...) 26 - Argumenta que o Brasil do PT viveu até 2017 com excesso de demanda, o que pressionava valorização cambial e juro alto para controlar a inflação. (Ler este ponto aqui em conjunto com o 24 do ponto anterior) A inflação somente não se acelerou constantemente, pois saímos de uma situação externa muito favorável. Em 2003, havia um superávit externo de 2% do PIB. Absorvemos 2% do PIB a menos do que produzimos. Em 2014 o déficit externo foi de 4% do PIB. Ou seja, ao longo dos 11 anos de 2004 a 2014, passamos a exportar 6 pontos percentuais (pp) do PIB a menos de poupança (ou, de outra forma, fomos de exportação de 2pp do PIB para importação de 4pp). Se a conta for feita a preços constantes, a virada foi de 7 pp do PIB. Foi a contribuição da oferta externa em 7pp do PIB de bens e serviços que permitiu que convivêssemos mais de uma década com excesso de demanda sem grandes acelerações da inflação . (Parece-me que tudo isso tem a ver com nossa quase estagnação de prod...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes III

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 (continuação...) 18 - Afirma que tem a fonte que supostamente diria que 20 mil clãs familiares detém a dívida. Diz ser mero chute. Estimativa. 19 - Fatores que influenciam os juros segundo Samuel: há o risco país, o ciclo da atividade dos países centrais e a evolução do preço das commodities, que afeta a demanda doméstica. Entre os determinantes domésticos, há as variáveis fiscais e parafiscais. Não aprofunda 20 - A queda nas taxas de juros teve dois momentos. No primeiro, ao longo dos dois mandatos do presidente Lula, a forte acumulação de reservas e a virtual eliminação da dívida externa e da dívida doméstica denominada em moeda estrangeira reduziram muito o risco-país, o que fez diminuir, pela mobilidade de capital, os juros domésticos. Num segundo momento, desde o segundo mandato da presidente Dilma e, em seguida, com Temer e Bolsonaro, a taxa de crescimento do gasto público tem sido controlada, bem como houve forte redução dos empréstimos do BNDES. 21 - Comentário de Pe...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes II

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 (continuação...) 10 - O governo FHC errou. Deveria ter havido inversão das etapas. Primeiro, o governo deveria ter apostado na elevação da carga tributária, para compensar as perdas de receita advindas da estabilização econômica, e, num segundo momento, ter gastado o capital político com as reformas estruturais. FHC cometeu o mesmo erro que Macri cometeria na Argentina duas décadas depois: acreditou que as reformas estruturais gerariam aceleração do crescimento e que essa aceleração contribuiria para o ajuste fiscal. A literatura de reformas microeconômicas documenta que seus efeitos são lentos e se materializam em longo prazo. Essa é, alias, uma das dificuldades de sua implantação . (...) o grande pulo do gasto público ocorreu no governo Itamar, de 1992 até 1994, quando a despesa primária sobe de 10,6% do PIB para 14%. Ciro não se recorda, mas Itamar concedeu ajuste de 29% para os servidores.16 Não houve gastança no primeiro mandato de FHC. O gasto de 1995, como proporção do PIB...

Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes I

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  Textos Aleatórios:     A - Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes:   1 - Não fomos o país que mais cresceu no Século XX. Sempre achei estranha essa afirmação, pois se sabe que, entre 1900 e 2000, nosso PIB per capita não cresceu muito mais do que o PIB per capita estadunidense. Sabemos que nosso atraso relativo é um fenômeno do século XIX e que, no século XX, não fomos capazes de tirar o atraso . (...) De fato, a base de dados construída pelo historiador Angus Maddison mostra que o crescimento do produto per capita brasileiro entre 1900 e 2000 foi de 2,1% ao ano, contra 2,0% para os EUA . (...) Se nos concentrarmos no período do nacional-desenvolvimentismo, de 1929 até 1980, nosso desempenho foi bem melhor. Crescemos 3,0% (produto per capita) ao ano, sendo somente superados, na série de Maddison, por Finlândia, Portugal, Bulgária e Japão. No mesmo período, a Coreia do Sul cresceu menos. Para aprofundamento e outras comparações de crescimento do PI...