Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes III

 (continuação...)

18 - Afirma que tem a fonte que supostamente diria que 20 mil clãs familiares detém a dívida. Diz ser mero chute. Estimativa.

19 - Fatores que influenciam os juros segundo Samuel: há o risco país, o ciclo da atividade dos países centrais e a evolução do preço das commodities, que afeta a demanda doméstica. Entre os determinantes domésticos, há as variáveis fiscais e parafiscais. Não aprofunda

20 - A queda nas taxas de juros teve dois momentos. No primeiro, ao longo dos dois mandatos do presidente Lula, a forte acumulação de reservas e a virtual eliminação da dívida externa e da dívida doméstica denominada em moeda estrangeira reduziram muito o risco-país, o que fez diminuir, pela mobilidade de capital, os juros domésticos. Num segundo momento, desde o segundo mandato da presidente Dilma e, em seguida, com Temer e Bolsonaro, a taxa de crescimento do gasto público tem sido controlada, bem como houve forte redução dos empréstimos do BNDES.

21 - Comentário de Pessoa sobre a Era Lula: Naquela oportunidade eu defendia um ritmo menor de acumulação de reservas e maior ênfase na redução da dívida interna. Olhando retrospectivamente, avalio hoje que a opção pela construção de um nível muito elevado de reservas, devido à complexa economia política brasileira, foi acertada.

22 - Quadro Fiscal da UNIÃO:

 

23 - Note que, ao longo de todo o período, o gasto aumentou acima do crescimento do PIB. É claro que esse comportamento da despesa pública afeta a formação da taxa de juros. Pela abertura das tabelas, fica evidente que a política de valorização do salário mínimo, em função da sua vinculação ao piso da Previdência e aos benefícios de inúmeros programas sociais, foi o maior determinante do crescimento do gasto acima do PIB. (...) Entre 1995 e 2014, a taxa de crescimento foi em média de 4,7% ao ano.

24 - O excesso de demanda permanente requer maior absorção de poupança externa, para manter a inflação contida. A poupança externa somente pode vir na forma de um fluxo de bens e serviços transacionáveis internacionalmente. O excesso de oferta de bens transacionáveis, diante dos não transacionáveis, gera aumento do preço relativo dos bens não transacionáveis. Em função de o câmbio ser dado pela razão entre o preço dos bens transacionáveis e não transacionáveis, o câmbio se aprecia.

25 - Na figura 7, apresento a série atualizada da participação da indústria no PIB, segundo a reconstrução de Regis. Nota-se claramente que, no longo período de ajuste fiscal – que vai de 1999 até 2004 –, a participação da indústria no PIB tende a se elevar: sai de 14% do PIB em 1998 até 18% em 2004. Coloca, ainda, que a Ásia também conjuga indústria e poupança alta (Ok, Samuel, mas também é o período de forte desvalorização cambial).

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