Samuel Pessoa - Comentários ao Livro de Ciro Gomes IV

 (continuação...)

26 - Argumenta que o Brasil do PT viveu até 2017 com excesso de demanda, o que pressionava valorização cambial e juro alto para controlar a inflação. (Ler este ponto aqui em conjunto com o 24 do ponto anterior) A inflação somente não se acelerou constantemente, pois saímos de uma situação externa muito favorável. Em 2003, havia um superávit externo de 2% do PIB. Absorvemos 2% do PIB a menos do que produzimos. Em 2014 o déficit externo foi de 4% do PIB. Ou seja, ao longo dos 11 anos de 2004 a 2014, passamos a exportar 6 pontos percentuais (pp) do PIB a menos de poupança (ou, de outra forma, fomos de exportação de 2pp do PIB para importação de 4pp). Se a conta for feita a preços constantes, a virada foi de 7 pp do PIB. Foi a contribuição da oferta externa em 7pp do PIB de bens e serviços que permitiu que convivêssemos mais de uma década com excesso de demanda sem grandes acelerações da inflação. (Parece-me que tudo isso tem a ver com nossa quase estagnação de produtividade)

27 - ...Ademais, a inflação dos preços não-controlados se acelerou em Dilma, coloca.

28 - Ou seja, a queda da participação da indústria no PIB entre 2005 e 2014, de 18% do PIB para 12%, é fruto dessa pressão estrutural de demanda. Para evitar o fenômeno, o gasto público teria que ter crescido muito menos, ou a carga tributária teria que ter crescido bem mais (para um gasto público constante), de forma a gerar um equilíbrio macroeconômico sem redução da participação da indústria no PIB. Evidentemente, esse equilíbrio apresentaria juros menores e câmbio mais desvalorizado.

29 - Critica Ciro por este dizer que a pressão inflacionária de 2012/13 era uma invenção da mídia para fazer o governo voltar a botar os juros ao agrado dos rentistas (“inflação do tomate”, diz Ciro). A inflação estaria querendo explodir desde 2006, diz Pessoa:

30 - Apresenta a taxa de ociosidade. Também seriam indicativo de excesso de demanda (inclusive os dados casam com o gráfico anterior):

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