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Mostrando postagens de janeiro 4, 2021

PP - Textos Diversos XVII (Manolo)

  Manolo (PP) - Aprender Com Os Garis : 551 - Contrariando prognósticos de militantes tarimbados que anunciavam o “grave erro político” de se “politizar certos períodos” como o Carnaval (e a Copa), os garis venceram. 552 - Todos comemoraram o atropelo da pelegada sindical. 553 - Ressalta a não-homogeneidade e alta fragmentação que impede que trabalhadores de todo tipo se vejam como companheiros que compartilham avanços e derrotas. 554 - Outras diferenças: o poder de barganha de cada posição no processo de trabalho depende de sua posição no conjunto da produção social. Nas duas escalas, o poder de barganha varia de acordo com a possibilidade de determinada categoria de impactar a produção como um todo. O poder de barganha dos garis (concursados, terceirizados, como quer que sejam) é fenomenal: “deem-nos o que é justo, ou a cidade fica podre” . Carteiros e bancários (hoje bem menos?) têm poderes semelhantes em grau de visibilidade. 555 - As lutas das categorias com maior po...

M.R.Jones (PP) - A Experiência dos Comitês de Fábrica na Revolução Russa III

 (continuação...) 532 -  A guerra civil indubitavelmente intensificou as tendências para o controle central e planificado, envolvendo a direção de um só homem e o uso de especialistas técnicos bem remunerados. (...) Os “especialistas” obtinham salários altos, e os gerentes e diretores viviam no luxo das casas dos velhos latifundiários: algumas vezes o mesmo velho latifundiário era o diretor. A mensagem de Lênin para os camponeses era “(…) se vocês mesmos não sabem como organizar a agricultura no novo método, devemos empregar os velhos especialistas”. 533 -  Em novembro de 1920 só 12% das indústrias nacionalizadas tinham qualquer forma de direção coletiva. (...) Os sábados comunistas – isto é, trabalhar a troco de nada – foram instituídos por Lênin sob uma entusiástica aprovação. 534 - Trotsky defendeu a militarização do trabalho. Ou seja,  o direito do Estado dos trabalhadores a enviar a cada homem e a cada mulher trabalhadora ao lugar onde sejam necessários para o c...

M.R.Jones (PP) - A Experiência dos Comitês de Fábrica na Revolução Russa II

 (continuação...) 511 - Após fevereiro,  um milhão de soldados simplesmente desertou do frente, voltou para suas casas e pegou seu pedaço das terras. (...) A popularidade bolchevique aumentava entre eles porque os soldados pensavam que também queriam a paz. 512 -  Nos dias iniciais da revolução, em fevereiro e março, 30.000 revólveres e 40.000 fuzis desapareceram das reservas militares, e muitos foram parar nas mãos dos trabalhadores. As primeiras milícias operárias foram iniciadas pelos trabalhadores da impressão. (...) Quando, depois das Jornadas de Julho, se fizeram tentativas de desarmamento dos trabalhadores, estes entregaram armas inúteis e conservaram as armas importantes. 513 -  A insurreição que deu o poder aos bolcheviques foi, estritamente falando, o trabalho do Comitê Revolucionário Militar do soviete de Petrogrado. Ainda que só pequenos números estivessem envolvidos ativamente no início, a falta total de oposição a eles, a ausência de apoio para o Govern...

M.R.Jones (PP) - A Experiência dos Comitês de Fábrica na Revolução Russa I

M.R.Jones (PP) - A Experiência dos Comitês de Fábrica na Revolução Russa : 483 - Panfleto denso de 1984. Foram as mulheres da classe trabalhadora (têxtil) de Petrogrado que desencadearam a revolução em fevereiro. … As demandas de pão e os ataques às padarias foram substituídos por uma manifestação enorme de mulheres trabalhadoras no Dia Internacional da Mulher. 484 - O comitê bolchevique de Veborg se opôs às greves: “(…) Como o comitê pensava que o momento estava imaturo para a ação militante – o partido não era suficientemente forte e os trabalhadores haviam tido também poucos contatos com os soldados – optaram por não convocar greves se não por preparar-se para a ação revolucionária em algum momento indefinido no futuro. ” 485 - Ignorantes de que o momento estivesse tão “imaturo”, os trabalhadores pressionaram com a greve até que 240.000 aderiram. (...) O Comitê Central Bolchevique finalmente resolveu chamar uma greve geral justamente quando a greve já existente estava se tor...

Lucas (PP) - À Base de Quê - Pequenas Polêmicas Sobre o Autonomismo

  Lucas (PP) - À Base de Quê - Pequenas Polêmicas Sobre o Autonomismo : 475 -   Treta esquisita: Parecia que alguns companheiros autonomistas esgrimiam argumentos autogestionários para explicar que, na realidade, aquele espaço não respondia à assembleia como instância máxima de decisão dos estudantes, mas se tratava de propriedade da comissão que o gestionava. 476 - Muitas vezes, companheiras ou companheiros que têm uma visão de mundo muito diferente das nossas acabam sendo os mais próximos e os mais empenhados nas construções cotidianas, na faculdade, no local de trabalho, no bairro, nos espaços onde o cotidiano é o último critério de verdade. Da mesma forma, indivíduos com quem compartilhamos ideais podem se mostrar os menos prestativos para as tarefas do dia a dia. 477 - A iniciativa da auto-organização nunca é ingênua, nunca é pura, sempre está encarnada em um sujeito e seus pressupostos. Por isso, mesmo quando a auto-organização não vem impulsionada por uma organiza...

PP - Textos Diversos XVI

  Legume Lucas (PP) - O Movimento Passe Livre Acabou : 463 - Contudo, os princípios foram transformados em nossa própria doutrina. Considerávamos essa a única perspectiva correta de atuação e, portanto, seríamos superiores aos demais agrupamentos da esquerda; assim as articulações eram feitas preferencialmente com aqueles que tinham acordo com esses princípios, ou por vontades individuais de algum militante, mas não a partir de lutas concretas. 464 - A horizontalidade, expressa na divisão e na rotatividade de tarefas – que seria fundamental para consolidar uma democratização de saberes e não consolidar posições hierárquicas – resultou em uma ojeriza à especialização, como se fosse um grande pecado alguém ser mais capacitado que o outro para uma tarefa, ou como se fôssemos igualmente bons em todas as atividades. A discussão democrática – fundamental para a oxigenação das mobilizações – abriu espaço para a rediscussão eterna das decisões, feita a partir da vontade individual de...

PP - Textos Diversos XV

  Karina (PP) - Polarização, O Som do Silêncio : 446 - Desde Collor houve 61 tentativas de impedimento de presidentes a maioria feita por cidadãos comuns, mas várias feitas por partidos de oposição, como 4 pedidos petistas para o impedimento de FHC. Collor foi inocentado de todas as acusações que embasaram a abertura do impeachment (aqui e aqui). Essas duas afirmações apontam para um mesmo sentido: o impeachment é um instrumento político, não jurídico. 447 - Coloca que o PT apostou mais em acordos parlamentares para enfrentar o golpe no jogo político mesmo do que em manifestações de rua ousadas e combativas. Com isso, legitimou o jogo. 448 - Critica a extrema-esquerda crítica ao PT por só apresentar soluções de longo prazo (trabalho de base) e não ter proposta de curto prazo. 449 - Karina: A princípio a defesa de uma pauta, até então popular, por um burocrata é uma tentativa de cooptação, por si só não garante sucesso na cooptação. O que determina o sucesso desta tentativa ...

Julio Delmanto (PP) - Uma Ditadura Diferente da Nossa, Polaroides de Um Turista Em Cuba

  Julio Delmanto (PP) - Uma Ditadura Diferente da Nossa, Polaroides de Um Turista Em Cuba : 433 -  recém operado da vista, gabriel lê o jornal oficial granma com uma lupa na mesa do pátio interno da sua espaçosa e antiga casa na sempre tórrida santiago. diz que viu na tv os protestos contra dilma rousseff e pergunta se a presidenta de fato está envolvida com corrupção: aqui como nosso governo apoia fica difícil saber a verdade.   pra ele, o melhor de cuba é a segurança: não temos drogas nem violência, todo está muy controlado. 434 - Narra a eleição de um delegado de subscrição do bairro. Mal havia candidato. Fez-se uma reunião de quinze minutos e não houve discussão de nada. Qualquer projeto. Pareceu um negócio bem apático. 435 -  estou com boris e seus peixes de aquário assistindo uma aburridíssima partida de beisebol na sala de sua casa em holguín quando ele começa a falar das condições de vida em cuba e do que ele crê ser uma ditadura, na qual a propagandeada part...

PP - Textos Diversos XIV

  João Valente Aguiar (PP) - Os BRICS e a Esquerda da Mais Valia Relativa : 423 - China: Devido às greves, o salário médio na China subiu 17% por ano desde 2009, e é hoje cinco vezes maior do que era em 2000» . 424 - Algumas informações, a meu ver, necessitariam de dados comparativos: Para começar, reafirmo que é nos países de crescimento da mais-valia relativa que ocorrem as maiores lutas sociais. Os trabalhadores lutam mais quando há crescimento económico e vêem que, como diz o texto, «as migalhas caídas da mesa dos patrões» não chegam para satisfazer o direito a uma vida digna. Pelo contrário, em períodos de crise económica os trabalhadores, justificadamente, têm medo de perder o emprego, de perder salários, querem agarrar-se ao que ainda os pode “safar”. 425 - O autor diz que a Europa e os EUA crescem menos porque as lutas lá são mais fracas (análise incorreta a meu ver, mesmo para os dados que se tinha à época. E hoje mais ainda). 426 - O autor coloca que não é que não...