PP - Textos Diversos XIV

 

João Valente Aguiar (PP) - Os BRICS e a Esquerda da Mais Valia Relativa:

423 - China: Devido às greves, o salário médio na China subiu 17% por ano desde 2009, e é hoje cinco vezes maior do que era em 2000».

424 - Algumas informações, a meu ver, necessitariam de dados comparativos: Para começar, reafirmo que é nos países de crescimento da mais-valia relativa que ocorrem as maiores lutas sociais. Os trabalhadores lutam mais quando há crescimento económico e vêem que, como diz o texto, «as migalhas caídas da mesa dos patrões» não chegam para satisfazer o direito a uma vida digna. Pelo contrário, em períodos de crise económica os trabalhadores, justificadamente, têm medo de perder o emprego, de perder salários, querem agarrar-se ao que ainda os pode “safar”.

425 - O autor diz que a Europa e os EUA crescem menos porque as lutas lá são mais fracas (análise incorreta a meu ver, mesmo para os dados que se tinha à época. E hoje mais ainda).

426 - O autor coloca que não é que não existiram muitas lutas no lado soviético e sim que seus efeitos não eram incorporados como no capitalismo ocidental: Nesse sentido, esse é também um aspecto que demonstra o quanto o menor efeito das lutas sociais nos países capitalistas de Estado bloquearam o desenvolvimento da mais-valia relativa. De referir que quando falo em menor efeito nestes países estou a falar unicamente do que o sistema incorporava não propriamente a maior ou menor intensidade das lutas, que as houve e foram massivas. A questão é que os mecanismos da mais-valia absoluta reprimem, prendem, perseguem e chacinam. Na mais-valia relativa o Estado reprime e as empresas incorporam aspectos que lhes interessam.

427 - JB: A primeira teoria dos gestores — denominando eu com esta palavra aquilo a que na língua inglesa se chama managers — foi elaborada e divulgada por Makhayski no exílio siberiano, nos anos de passagem do século XIX para o século XX. (...) A primeira guerra mundial, pela conjugação de esforços económicos que exigiu nos principais países beligerantes, gerando uma planificação central virada para a economia de guerra, desenvolveu muito a classe dos gestores e colocou-a pela primeira vez num lugar económico e político dominante.

428 - JB faz um apanhado histórico resumido interessante sobre a teoria da classe dos gestores, mencionando inclusive suas divergências internas.

 

Julian Assange (Tradução do PP) - Google Não é o Que Parece:

429 - Optei por não fichar os inúmeros detalhes do texto, mas li tudo e é interessante. Mostra as pretensões de cabeças do Google (há trechos sobre o Twitter também e talvez inclua mais gente do Vale do Silício), em cooperação com o governos dos EUA, “fazendo o que ele não pode fazer”, a exercer uma espécie de poder moderador mundial, com diversas ações diferentes e em países diferentes, objetivando combater o que vêem como extremismo e ideias que violam direitos humanos. Exemplo: … No Líbano, ele trabalhou discretamente tentando estabelecer um rival religioso e intelectual contra o Hezbollah, a “Higher Shia League”[17]. E em Londres, ele ofereceu fundos aos executivos do cinema de Bollywood caso inserissem em seus filmes conteúdo anti-extremistas e prometeu conectá-los nas redes relacionadas em Hollywood[18].

430 - A fábula diz que as fronteiras desse setor são respeitadas pelos atores, como o governo e o “setor privado”, deixando assim um espaço seguro para as ONGs e organizações não lucrativas militarem por coisas como direitos humanos, liberdade de expressão e responsabilidade governamental.

431 - Cuba e Venezuela aparecem como “áreas problemáticas” para alguns desses grupos. Em 2011, a Aliança dos Movimentos da Juventude se renomeou como “Movements.org”. Em 2012, o Movements.org se tornou uma divisão da “Advancing Human Rights”, uma nova ONG montada por Robert L. Bernstein depois que saiu da Human Right Watch (a qual fundou originalmente), porque sentiu que não deveria cobrir os abusos de direitos humanos em Israel e Estados Unidos.[28] A Advancing Human Rights visa corrigir a Human Right Watch ao se focar exclusivamente em “ditaduras”[29] Cohen declarou que a fusão do seu grupo do Movements.org com a Advancing Human Rights era “irresistível”, apontando para a recente “fenomenal rede de ciberativistas no Oriente Médio e no Norte da África”.[30]

432 - Em 2012, Google chegou no topo da lista de gastos de lobbistas de Washington — uma lista tipicamente seguida exclusivamente pela Câmara do Comércio dos Estados Unidos, prestadores de serviços militares e os leviatãs do petrocarbono[62]. (...) No dia 10 de setembro, Google emprestou sua página inicial – a mais popular da internet – para o esforço da guerra, inserindo uma linha abaixo da sua caixa de busca aonde podia-se ler “Ao vivo! Secretário Kerry responde questões sobre a Síria. Hoje através do Hangout às 2pm”[64].

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