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Mostrando postagens de dezembro 13, 2020

João Bernardo - As Raízes Ideológicas do Brasil Potência e a Viagem do Brasil - Parte III

(continuação...) 365 - O outro texto desse arquivo é a “viagem do brasil da periferia para o centro”. JB inicia pretendendo lembrar que mesmo que se admita que um centro capitalista exija amplas áreas “periféricas”, continua possível o deslocamento. Não haveria assim, papéis fixos. País X é do centro e país Y é da periferia. 366 - Boa descrição dos planos de JK e Jango: “ Formou-se um tripé em que cabiam ao governo as grandes obras de infra-estrutura e a indústria pesada de meios de produção, cuja rentabilidade ou só era aferida pela rentabilidade que provocava no resto da economia ou só se verificava a longo prazo e, por isso, requeria avultadas mobilizações de capital; os empresários nacionais ocupavam-se do fabrico de bens de consumo básicos, que pode ocorrer com economias de escala menores; e as companhias estrangeiras instalavam filiais para o fabrico de certos meios de produção e de bens de consumo duráveis, que exigia maiores economias de escala. Em suma, o nacionalismo de Kubit...

João Bernardo - As Raízes Ideológicas do Brasil Potência e a Viagem do Brasil - Parte II

(continuação...)                356 - Roberto Simonsen e talvez até Getúlio Vargas tiveram contato com essas ideias. 357 - Interessante é que Raúl Prebisch deu continuidade às ideias de Manoilescu mesmo sendo antiperonista… (era ligado à oligarquia agrária). 358 - Atacava-se mais o imperialismo que o capitalismo, portanto. 359 - Um comentador critica JB por jogar todos os “teóricos da dependência” no mesmo saco. O caráter anticapitalista estaria amplamente presente em Vania Bambirra, Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, por exemplo. Manolo discordou. Marini teria uma análise eminentemente geopolítica. De fato. Porém, uma comentadora posterior e fã de Marini observa que o trecho destacado era de geopolítica e não o pensamento de Marini. 360 - JB esclareceu que se referia aos mais influentes teóricos da dependência:  CEPAL, CEBRAP, Sweezy e Baran, são estes — e não alguns teóricos eventualmente interessantes mas obscuros — os pontos de...

João Bernardo - As Raízes Ideológicas do Brasil Potência e a Viagem do Brasil - Parte I

  As Raízes Ideológicas do Brasil Potência e a Viagem do Brasil 340 - Gunnar Myrdal veio com um “nações proletárias (isso me lembra os fascistas italianos) de todo o mundo, uni-vos. Mário Pedrosa fez o mesmo apelo às “subdesenvolvidas”, embora admitisse a necessidade de luta contra os antagonismos internos. 341 - O que JB traz é que Enrico Corradini, entre 1908 e 1910, antes mesmo de impulsionar o fascismo, já tratava nesses termos. E, para ele, o imperialismo seria a redenção da “nação proletária”. Queria apelar inclusive aos sindicalistas revolucionários, que saíram do PS italiano por não conseguir vencer a burocracia e passaram a organizar lutas e greves, formando sua base social própria. 342 - Corradini e o fascismo neste contexto: “ O dirigente nacionalista apercebera-se da fraqueza dos grupos sociais conservadores, com os quais seria impossível inaugurar um nacionalismo agressivo, e o seu génio consistiu em, a partir da direita, ter entendido a necessidade de renová-l...

João Bernardo - Textos diversos - Parte XII

  Comida é o Que Não Falta : 295 - Subsídios governamentais e grandes estoques mostram que a produção de alimentos seja maior inclusive que a necessária para ninguém passar fome. Como são, porém, mercadorias, muitos pobres ficam sem. Em alguns países sequer há a estrutura necessária para levar o alimento (transporte). 296 - Alguns países sem fome (Ìndia) enfrentam, porém, um quadro grava de subnutrição.   Socialismo da Abundância e Socialismo da Miséria (e Debate) 325 - Como eu já notei, as lutas sociais não derrubaram o capitalismo, mas levaram os patrões a aumentar a produtividade em resposta às mesmas. 326 - Obviedades que nem todo mundo percebe: " A história do capitalismo tem correspondido ao progressivo crescimento das qualificações dos trabalhadores. É isto, e não qualquer mentalidade esclarecida, que explica as medidas que tornaram obrigatório o ensino e que têm aumentado as faixas etárias cobertas por essa obrigatoriedade ." 327 - Na URSS não havia nem ...

João Bernardo - Lucien Laurat no País dos Espelhos (Sobre Derrocada da URSS) - Parte II

 (continuação...) 310 - Entre 1922 e 1926 a agricultura voltou ao normal (produção), mas a indústria não. Foi aí que Stálin adotou os “planos quinquenais”.  Para isso era urgente concentrar a propriedade da terra, convertendo-a em propriedade do Estado, e mecanizar as actividades agrícolas, de maneira a encaminhar para a indústria uma mão-de-obra tornada excedentária nos campos. 311 - Nova tecnocracia (e também o novo campesinato e novo operariado) stalinista foi a criação de uma base social própria - a que lhe sustentou por décadas.  O bureau político staliniano mobilizou os camponeses mais pobres contra os camponeses ricos e até contra os camponeses médios, desencadeando verdadeiramente uma segunda guerra civil. Ao mesmo tempo, mediante cursos universitários acelerados, Stalin promoveu de maneira maciça e muito rápida proletários a engenheiros e técnicos. Isto permitiu-lhe poucos anos depois, nos processos de Moscovo, liquidar a velha tecnocracia que apoiava Zinoviev ou...

João Bernardo - Lucien Laurat no País dos Espelhos (Sobre Derrocada da URSS) - Parte I

  Lucien Laurat no País dos Espelhos (Sobre Derrocada da URSS) : 297 - Crê que Rosa previu algumas das consequências negativas do leninismo. Não se alonga nisso. 298 - Como observou Edward Hallett Carr, o melhor dos historiadores da revolução russa, os bolchevistas serviram-se dos comités de fábrica para destruir a resistência económica e política da burguesia, mas atacaram-nos quando se tratou de edificar uma economia estatal. 299 - O “Conselho Supremo de Economia Nacional” em dezembro de 1917 esvaziou o poder dos comitês. Em março de 2018, esse conselho nacional já não tinha mais nada de conselho. Era mero departamento de Estado, tendo inclusive atraído gestores e ex-proprietários. E os comitês eram agora subordinados aos sindicatos. 300 - Lênin dizia expressamente que a transição era impossivel sem os especialistas. 301 - Desde abril de 1919 já existiam os campos de trabalho forçado - podia-se descontar até um quarto da remuneração nestes - e mesmo os de concentração p...

João Bernardo - Os Náufragos (Anticomunismo e Esquerda Esgotada)

  Os Náufragos (Anticomunismo e Esquerda Esgotada) : 273 - O artigo começa contando a história da deportação pro Canadá em navios britânicos de inúmeros (cerca de 1.200) alemães, austríacos e italianos. O governo britânico assim o quis e foram acertados, no percurso, por um submarino germânico, tendo morrido inclusive diversos combatentes antifascistas! 274 - Primeiro pegaram os suspeitos… " O critério foi ampliado, e em Maio de 1940 ordenou-se o internamento em campos de concentração de todos os adultos de sexo masculino originários da Alemanha e da Áustria e residentes no sudeste e no leste da Grã-Bretanha, uma medida que em Junho, com a entrada da Itália na guerra, passou a aplicar-se igualmente aos italianos. Entretanto, o ministro do Interior determinou que as autoridades detivessem em toda a ilha pessoas originárias dos países inimigos, mesmo que sobre elas não pesasse qualquer suspeita especial ." Pegaram mais de 27 mil. Uns 7.500 foram deportados para o Canadá. 275 - ...

João Bernardo - Textos diversos - Parte XI

  Marxismo e nacionalismo (IV): Comunismo e terceiro-mundismo : 266 – Afirma que Enrico Corradini foi quem primeiro teve a ideia de revitalizar o nacionalismo conservador com os membros vibrantes do operariado, redirecionando a revolta destes para os capitalistas estrangeiros. A Itália para ele era uma “nação proletária”. 267 - No Oriente, o socialista japonês Kita Ikki faria o mesmo. Direitos sociais para os trabalhadores. Ademais, lá promoveu uma estatização da economia. 268 - Japão defendia uma espécie de imperialismo antiimperialista. Explicando: “ Em todos estes países e regiões o fascismo militar nipónico colocou no poder, quando possível, os seus correligionários locais. Mas quando isto se verificava impossível, preferiu recorrer à esquerda e até aos comunistas, como sucedeu no Vietname, se fosse esta a única maneira de garantir o afastamento definitivo dos imperialismos ocidentais .” 269 - Os nazis ajudaram a desestabilizar colônias dos Aliados no norte da Àfrica ...

João Bernardo - Textos diversos - Parte X

  Marxismo e Nacionalismo (III) - O Partido Comunista Alemão e a Extrema-Direita Nacionalista : 247 - Em 1923, o soviético Karl Radek (que chegou a ser o número 2 na URSS) censurava os comunistas alemães por não disputarem com a extrema direita as camadas fora do proletariado mas atingidas pela crise. O discurso era pra ser: " só a classe operária, depois de ter alcançado a vitória, conseguirá defender o território alemão, os tesouros da cultura alemã e o futuro da nação ". Discurso germanista na veia… 248 - Com essa nova orientação, um jornal nazi chegou a guardar certa simpatia ao movimento comunista, pelo que entendi de um trecho entre aspas de Radek. Tratava-se de “colocar a nação em primeiro lugar”. 249 -  Comentando apreciativamente este discurso, Zinoviev, que era então a figura cimeira da III Internacional, elogiou o Partido Comunista alemão pelo facto de não interpretar «o seu carácter de classe num sentido corporativista» 250 - Radek confundia comunismo e nação em m...

João Bernardo - Textos diversos - Parte IX

Marxismo e Nacionalismo (II) - Os Comunistas Russos e a Questão Nacional 239 - Quando o Partido Socialista polaco começou a se manifestar no sentido de atribuir à luta proletária internacional a primazia estratégica, Engels os censurou mencionando que a independência do país deveria ser a “primeira linha do seu programa”. 240 - “ Trotsky distribuíra panfletos aos soldados das Potências Centrais que formavam a guarda de honra, incitando-os à revolução, mas no 5º Congresso dos Sovietes, reunido em Julho de 1918, ele apresentou e fez aprovar um decreto que não só condenava à prisão quem quer que conduzisse acções de agitação contra as autoridades alemãs e austro-húngaras ocupantes da Ucrânia, mas ainda ameaçava de fuzilamento os que insistissem em participar em guerrilhas contra os exércitos das Potências Centrais. E na medida em que aliviava a pressão militar sobre as Potências Centrais, o Tratado de Brest-Litovsk dificultava os movimentos insurreccionais dos soldados alemães e aus...

João Bernardo - Textos diversos - Parte VIII

Marxismo e Nacionalismo (I) - O Antieslavismo de Engels e de Marx : 227 - Da alienação para a exploração: “ Ao mesmo tempo, a filosofia, cujas especulações haviam sempre decorrido no plano das elaborações intelectuais, virou-se para a acção material e passou a ter como objecto a produção e reprodução das condições de existência, convertendo-se em filosofia da praxis .” 228 - Cita aqueles escritos mais ocultos de Engels amaldiçoando e até prometendo vingança contra povos (eslavos seria o pior, mas até os russos entravam na conta) e nações contra-revolucionários. Isso porque em 1848 se opuseram a uma revolução burguesa que imaginavasse que em nada beneficiaria um camponês eslavo, por exemplo (é a interpretação que JB acha que Engels deveria ter empregado). Chegava a vociferar sobre aniquilamento e terrorismo. Era uma declaração de guerra nacional quase. Sequer usava os termos “operariado” ou algo do tipo. Porém, não parecia ser uma análise rácica não. Era uma leitura tragicamen...

João Bernardo - Textos diversos - Parte VII

    Ecologia da Terra e Sangue : 205 - A física ariana (Stark etc.) tinha uma visão romântica da natureza, que tendia ao equilíbrio. Cabia ao cientista se colocar em comunhão com a mãe natureza. 206 - Afirma que não existe nem existiu equilíbrio. Os nômades e suas tecnologias toscas já causavam danos ao meio ambiente. (Não cita fontes porém). Desequilíbrios são resolvidos gerando novas contradições a serem resolvidas… E assim vai o ciclo. O tempo de harmonia com a natureza seria, assim, um mito. 207 - “ Os camponeses europeus foram considerados pelos racistas como estando imemorialmente apegados a técnicas que, por comparação com as velocíssimas mutações difundidas na indústria, eram apresentadas como neutras, efectivamente não-técnicas. Criou-se assim o mito da harmonia do camponês com a natureza ou, em termos mais drásticos e exactos, da própria integração do camponês na natureza, enquanto elemento natural .” 208 - O capitalismo é o primeiro sistema que se nutre da...