João Bernardo - Textos diversos - Parte XI

 

Marxismo e nacionalismo (IV): Comunismo e terceiro-mundismo:

266 – Afirma que Enrico Corradini foi quem primeiro teve a ideia de revitalizar o nacionalismo conservador com os membros vibrantes do operariado, redirecionando a revolta destes para os capitalistas estrangeiros. A Itália para ele era uma “nação proletária”.

267 - No Oriente, o socialista japonês Kita Ikki faria o mesmo. Direitos sociais para os trabalhadores. Ademais, lá promoveu uma estatização da economia.

268 - Japão defendia uma espécie de imperialismo antiimperialista. Explicando: “Em todos estes países e regiões o fascismo militar nipónico colocou no poder, quando possível, os seus correligionários locais. Mas quando isto se verificava impossível, preferiu recorrer à esquerda e até aos comunistas, como sucedeu no Vietname, se fosse esta a única maneira de garantir o afastamento definitivo dos imperialismos ocidentais.”

269 - Os nazis ajudaram a desestabilizar colônias dos Aliados no norte da Àfrica e mesmo no Oriente Médio. Alguns países dessas regiões viam-nos com muita simpatia.

270 - A Esfera da Co-prosperidade lançada pelo Japão foi uma prévia da conferência de Bandung, que resultou nos países “não-alinhados”.

271 - Suharto afastou Sukarno (apoiado pelos comunistas) da Indonésia em 1965 e promoveu uma caça aos comunistas que matou entre meio e um milhão deles. Por isso (um dos motivos) que Mao, e sua ala radical, se fortaleceu perante à ala moderada do partido comunista chinês. Mostrou-se a fragilidade da estratégia nacionalista. Veio então a revolução cultural contra os dirigentes ultrapassados…

272 - … Aí foi que a ala radical da revolução cultural deixou o “radical” Mao na “direita”: “A mesma subordinação dos trabalhadores às classes dominantes autóctones, que conduzira à catástrofe na Indonésia, passara a ser criticada na China. A Revolução Cultural pretendeu prosseguir a luta de classes num país em que o Partido Comunista governava e em que os principais meios de produção eram propriedade do Estado, e para isso tentou disputar aos gestores o monopólio da cultura e do conhecimento técnico. Nesta fase inicial a ala mais extrema da Revolução Cultural propunha-se desmantelar o aparelho governativo e reorganizar a China segundo o modelo da Comuna de Paris, transformando-a numa federação de comunas”. Mao colocou o exército em cima dessa ala radical.

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