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Mostrando postagens de janeiro 12, 2021

Econ - Textos Variados XIII

  David Deccache - O Brasil flerta com um terraplanismo econômico : 465 - Milton Friedman já admitiu que “a economia tornou-se cada vez mais um ramo misterioso da matemática em vez de lidar com problemas econômicos reais”. Robert Solow foi além: “Hoje, se você pergunta a um economista das correntes de pensamento dominante uma questão sobre quase todos os aspectos da vida econômica, a resposta será: suponha que modelemos essa situação e vejamos o que acontece… a corrente dominante da economia moderna consiste em pouco mais que exemplos deste processo”. Continuando apenas com ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, Paul Romer escreveu em 2016 que a falta de espírito científico dos economistas fez com que um macroeconomista médio de hoje saiba menos que seu equivalente de trinta anos atrás. 466 - Traz o paradigma das revoluções científicas de Kuhn para argumentar que a economia não vai evoluir necessariamente pela adição de novas verdades às anteriores. 467 - Ademais, em 2015, dian...

Econ - Economia Mainstream - Teoria Neoclássica Explica a Coréia

  Economia Mainstream - Teoria Neoclássica Explica a Coréia : 472 -  Nós estamos falando de um país que entre 1961 e 1997 teve a força de trabalho crescendo 3,1% ao ano, muito mais do que a velocidade de crescimento populacional, porque aumentou enormemente a taxa de participação da mão-de-obra. A carga horária de trabalho, que já era uma das mais altas do mundo em 1960, aumentou cerca de 0,1% ao ano até 1997. A escolaridade da força de trabalho, que era 3,12 anos em 1960, foi para 10,2 anos em 1997. Se a gente aplicar retornos mincerianos para essa mudança na escolaridade, encontraremos um estoque de capital humano por trabalhador que cresceu em média 2% ao ano no período. Só pelo lado do fator trabalho a gente já tem 3,1%+0,1%+2%=5,2% a.a; ou seja, um absurdo completo.  (Eu diria que tem que ver se esse tal retorno minceriano é factível). 473 -  Pelo lado do estoque de capital, a taxa de poupança, que era 4% do PIB em 1960, foi para 44% do PIB em 1997; mais do que ...

Econ - Dani Rodrik - A Correlação Que Há Entre Desigualdade e Crescimento Econômico (e Gráfico de Cargas tributárias)

  Crescimento Histórico da Carga Tributária de Países Ricos - 1900 a 2008 : 446 - Gráfico. Por ele podemos perceber que a carga tributária da Suécia (junto com a França) só se desloca muito de UK (principalmente) e USA nos anos 70 se mantém perto de 50% desde então. Antes da II Guerra era tudo bem parecido, mas com algumas variações. UK era mais gastadora de todas. Talvez pelo papel grande nas duas Grandes Guerras. O gráfico claramente salta nelas. Por isso que a primeira metade do Século XX a Suécia passa gastando um tanto menos que os outros três. 447 - UK esteve sempre um tanto acima que os EUA. Em 2008 era meio que 36 a 26%, por exemplo, a carga. 448 - https://ourworldindata.org/taxation Aqui podemos ver mil gráficos e estatísticas comparativas entre países e suas taxações e cargas tributárias.   Dani Rodrik - A Correlação Que Há Entre Desigualdade e Crescimento Econômico : 449 - Texto do meio da década de 90. É com Alesina inclusive, por incrível que pareça. Conclu...

Econ - Textos Variados XII

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Coletivo Cem Flores - Como o Governo Lula (2011) : 434 - Texto de maio de 2011. 435 - Acho que os dados da RMS de SP não batem com os nacionais, mas no mínimo servem para indicar que nem sempre o aumento da produtividade se reverte em favor dos trabalhadores: Como ilustrado pelo gráfico anterior, no período de 1989 a 2008, para a indústria na Região Metropolitana de São Paulo (região de maior concentração industrial do país e, relativamente às demais regiões, de maior grau de organização sindical dos trabalhadores), a produtividade do trabalho aumentou 84%, e simultaneamente, houve queda acentuada de 37% do rendimento médio (real) dos trabalhadores . 436 - Brasil volta e meia depende da mais-valia absoluta: Mesmo após a redução da jornada de trabalho assegurada na Constituição de 1988, na Região Metropolitana de São Paulo aproximadamente 40% dos trabalhadores assalariados trabalham além da jornada semanal de 44 horas (DIEESE, 2009). Em alguns ramos como na indústria metalúrgica e quím...

Econ - Coletivo Cem Flores - Como o Comitê Central da Burguesia Decide

Coletivo Cem Flores - Como o Comitê Central da Burguesia Decide : 419 - Texto de julho de 2012. 420 - Coloca acertadamente que o PIB vinha quase paralisado entre o terceiro trimestre de 2011 e o primeiro de 2012. Daí a necessidade de reunião com o “comitê central”, para prometer pacote de bondades à burguesia. A partir de junho de 2011 até a última informação atualmente disponível (abril de 2012) já se conta praticamente um ano de recessão industrial, com queda acumulada de 4% (ver gráfico acima). 421 - Afirma que a pauta da burguesia foi pré-aprovada pelo governo Dilma: As pressões da burguesia se avolumam desde março. O jornal Valor Econômico publica, no dia 9, matéria em que faz um apanhado das medidas já anunciadas pelo governo Dilma, especialmente as de agosto do ano passado, e as avalia ouvindo os representantes dos capitalistas. Esses destacam a desoneração da folha de pagamentos das empresas (contribuição previdenciária não mais sobre a folha de pagamentos, mas sobre o fatu...

Econ - China, Estabilidade e Crescimento (Dados Muito Completos!) II

 (continuação...) 403 - Perigos do crescimento baseado só em investimento:  Note-se que, nos últimos cinco anos da série, a contribuição dos investimentos suplanta ou iguala a do consumo final, podendo estar havendo um excesso de acumulação de capital. Ademais, na presença de taxas de juros muito baixas, o investimento pode apresentar taxas de retorno muito baixas. 404 - China teve problemas pequenos com inflação nesses 40 anos, por afrouxamentos monetários e liberalização dos preços (no momento em que houve):  Em 1978, 97,5% dos preços de bens vendidos no varejo eram administrados ou “guiados”. Esse percentual cai para 55% em 1988 e 7% em 1992, caindo lentamente a partir daí. Na verdade, pelo menos até o início da década de 1980, os preços na China eram divididos em quatro categorias: preços planejados, preços flutuantes, preços negociados e preços de mercado. 405 -  A forte ênfase em controle de preços na China entre 1950 e 1980 deveu-se à hiperinflação que assolou...

Econ - China, Estabilidade e Crescimento (Dados Muito Completos!) I

China, Estabilidade e Crescimento (Dados Muito Completos!) : 395 - Texto de 2010. A China não está sozinha no sucesso do Século XX. Considerando-se períodos de mais de cinco anos com taxas de crescimento superiores a 6% anuais em praticamente todos os anos, a partir de 1950, Brasil, Coreia do Sul, Tailândia, Japão, Malásia, Hong Kong e Cingapura tiveram taxas médias de variação do PIB superiores a 7% a.a. durante esses períodos de crescimento acelerado, de acordo com dados do FMI. Malásia e Hong Kong experimentaram surtos de crescimento de cerca de 30 anos, enquanto Cingapura e Coreia do Sul cresceram aceleradamente durante 40 anos. Só ela, China, conseguiu 9,7% a. a. por trinta anos porém. Mesmo se considerar 1951-2007, dá 7,4% ao ano, taxa igualada no mesmo período apenas por Cingapura (7,4% a.a.). 396 - Cita o processo de liberalização do sistema de formação de preços, que tem início no setor rural, em 1979 . Esses preços, que até então, à semelhança dos demais, eram fixados pe...

Econ - Bresser-Pereira - Uma Teoria de Longo Prazo Para os Salários - Capitulo VIII

  Bresser-Pereira - Uma Teoria de Longo Prazo Para os Salários - Capitulo VIII : 381 - Afirma, baseado no capítulo anterior (que infelizmente não tenho), que a taxa de lucro é estável e mesmo levemente crescente historicamente. Ou seja, contra a “tendência de queda” de Marx. As “contratendências”, admitidas pelo próprio Marx, vencem, segundo Bresser. Coloca que a oligopolização e estatização (beneficiando setores mais produtivos) ajudam as contratendências. 382 - Diz que Marx repete o erro da “lei de ferro dos salários” da economia clássica. (Será?!) 383 - Marx e Ricardo (este por causa da regra sobre renda decrescente da terra) previam uma produtividade de capital decrescente ou declinante. Ainda que a taxa de mais-valia suba. 384 - Afirma que ambos ao menos relativizam ao falar de diferentes necessidades de reprodução em cada país, enfim… o elemento “histórico” e “social”, o qual porém é determinado pelo “elemento físico” (termos de Marx). 385 - Marx foi expresso em dizer qu...

Econ - Anotações Avulsas de Textos da Escola Austríaca Sobre Teoria e Prática Monetária (e Blog...)

  Anotações Avulsas de Textos da Escola Austríaca Sobre Teoria e Prática Monetária : 361 - Em momentos de normalidade, o Banco Central não injeta moeda diretamente na economia; ele injeta moeda apenas nos bancos (aumentando a base monetária), e os bancos é que decidem se irão despejar esta moeda na economia (por meio da criação de crédito). Se os bancos não expandirem o crédito, o dinheiro simplesmente não entra na economia. Não há outra maneira de o dinheiro entrar na economia que não seja pelo sistema bancário. (...) Agora, porém, os Bancos Centrais deram um jeito de contornar esse arranjo e, em vez de depender de emprestamos concedidos pelo sistema bancário, passaram a jogar moeda diretamente na economia. 362 - Noutro texto, colocam que os “500 bilhões” do trade de Guedes podem, por lei, virar emissão de título caso, em algum ano, o Dólar volta aos quatro reais e o BC fique em déficit. Tesouro devolve em títulos (já que não tem dinheiro). Portanto, pode ser mero empréstimo. A...

Econ - Textos Variados XI (Blog Conhecimento Econômico)

Blog Conhecimento Econômico - Para onde vai o dólar : 342 - Critica os bolsonaristas que supostamente entendem de política monetário dizendo que o dólar ia a 3 reais. Disse no mesmo texto que R$ 4,40 (cotação nominal recorde e atual na época) estava era barato. Acertou de novo. Hoje em agosto de 2020 está em R$ 5,40. O mesmo Bredda esses dias agora no twitter mostrou enorme desconhecimento e ignorância em relação à economia monetária e contabilidade e balanços dos bancos centrais. Levou aula até de Fernando Ulrich 343 - Lembra que Guedes fez fortuna com especulação cambial na época do Real. 344 - Afirma que o medo de que o dólar suba mais faz com que ele… suba: Empresas correndo para desdolarizar suas dívidas ou hedgear seus caixas… isso traz aumento de fluxo no interbancário e pressiona o BC por mais e mais venda de reservas em leilão. (...) Alguns podem falar dos derivativos de proteção (swap, mercado futuro e mercado a termo). Mas os derivativos são caros em diversas ocasiões e ...

Econ - Textos Variados X (Blog Conhecimento Econômico)

  Blog Conhecimento Econômico - O fim da hegemonia norte-americana : 330 - Daí também pode se pegar emprestado o conceito de “armadilha da liquidez” de Keynes, onde em momentos de incerteza sobre o consumo e o retorno de ativos é muito melhor se resguardar na liquidez do sistema, esperando o melhor momento de efetuar transações. Isso ocasiona, obviamente, na mesmice do dólar como padrão global e dono do sistema capitalista mundial. 331 - … Vale lembrar também que a possibilidade de baixa no juros do FED ocasionados pela valorização do dólar também inunda o mercado de ativos norte-americanos de liquidez, esses que estão em posse do sistema financeiro também norte-americano. Logo, os imóveis sobem de preço, as ações das empresas norte-americanas sobem de preço, os negócios acontecem em maior velocidade, a tecnologia é fomentada com uma inundação de crédito de risco (startups, aceleradoras, investidores-anjos, capital semente, etc.). E imagine, tudo isso com baixa inflação! Mas ass...

Econ - Textos Variados IX (Blog Conhecimento Econômico)

Blog Conhecimento Econômico - Nova Zelândia, o novíssimo paraíso dos liberais : 310 - Texto de 2015. Esqueceram Cingapura (país minúsculo controlado politicamente por um clã familiar, que tem estatais no transporte público e nas telecomunicações)… Esqueceram o Chile (país claramente social-democrata, dividido politicamente e dependente da exportação de cobre através da sua estatal CODELCO)… E esqueceram a fria Islândia (que teve um escândalo bancário durante a crise dos EUA em 2008 e depois se rendeu ao intervencionismo “malvadão”)… A nova moda da vez é a fria e pequenina Nova Zelândia, com seus quatro milhões de habitantes (a mesma população de uma região metropolitana como a de Recife ou a de Salvador, por exemplo) . 311 - O fato de utilizarem como exemplo é devido ao período político do país a qual foi adotado o famoso “rogernomics”, em alusão à política econômica do ministro de finanças da Nova Zelândia de 84 a 88, Roger Douglas. O período Roger Douglas foi marcado por fim de su...

Econ - Textos Variados VIII (Blog Conhecimento Econômico)

  Blog Conhecimento Econômico - Em toda esquina tem um especialista em gestão bancária : 287 - Texto de meio de 2015 sobre o BNDES 288 - BNDES para combater a crise em 2009 tomou dinheiro emprestado do Tesouro Nacional (que emitiu dívida para isso). Fez política industrial (subsídios), mas pagaram os juros da SELIC. 289 - Coloca que sem política industrial ou mesmo empreendedorismo estatal não vai surgir desenvolvimento algum espontâneo. 290 - BNDES e crise:  Onde o crédito no BNDES entra nisso? Ele não visa estimular a inflação (uma visão burra e estúpida), e sim incentivar o investimento, assim evitando a deflação e também a evitar o efeito dominó na economia (onde uma derrubada levaria a um caos geral). 291 - Coloca que a persistência da inflação brasileira mesmo após a subida de juros 2012-15 (de 7,25% para 13,75% no momento do texto) não se deve a uma farra do crédito dos bancos públicos, mas sim à fatores externos. Alta do dólar.  Se o FED retira moeda de circulação...