Econ - Textos Variados IX (Blog Conhecimento Econômico)
Blog Conhecimento Econômico - Nova Zelândia, o novíssimo paraíso dos liberais:
310 - Texto de 2015. Esqueceram Cingapura (país minúsculo controlado politicamente por um clã familiar, que tem estatais no transporte público e nas telecomunicações)… Esqueceram o Chile (país claramente social-democrata, dividido politicamente e dependente da exportação de cobre através da sua estatal CODELCO)… E esqueceram a fria Islândia (que teve um escândalo bancário durante a crise dos EUA em 2008 e depois se rendeu ao intervencionismo “malvadão”)… A nova moda da vez é a fria e pequenina Nova Zelândia, com seus quatro milhões de habitantes (a mesma população de uma região metropolitana como a de Recife ou a de Salvador, por exemplo).
311 - O fato de utilizarem como exemplo é devido ao período político do país a qual foi adotado o famoso “rogernomics”, em alusão à política econômica do ministro de finanças da Nova Zelândia de 84 a 88, Roger Douglas. O período Roger Douglas foi marcado por fim de subsídios, soltura do câmbio, eliminação de tributações e taxações, eliminação de taxas de importação, entre outras medidas de cunho liberal. … O que esquecem de mencionar é que durante esse período de Roger Douglas a fria e pequenina Nova Zelândia sofreu uma enorme desaceleração econômica e aumento do desemprego (sim, vou colocar alguns links no final do texto). Além de, claro, aumento da desigualdade.
312 - Por sinal… Houve elevação do déficit fiscal e da dívida pública, mesmo com a contenção de gastos.
313 - Achei o texto fraco.
Blog Conhecimento Econômico - Nunca fomos tão ricos:
314 - Janeiro de 2017: Recentemente saiu na imprensa um estudo da Oxfam – uma espécie de agregado de ONGs capitaneadas pela Universidade de Oxford – mencionando que oito bilionários detinham a riqueza de 52% da população mundial.
315 - Diferencia desigualdade social de desigualdade de renda. Na maioria dos bons manuais de contabilidade social há uma diferenciação do conceito de PIB com o conceito de riqueza. O PIB é uma produção temporal e um marcador de atividade. Produto em estoque não faz PIB, por exemplo. Um exemplo concreto: O imóvel é riqueza, no entanto depois de construído a única coisa que ele agrega ao PIB são os seus tributos (como o IPTU) e os seus serviços agregados (manutenção, guarda e conservação). O preço da construção entra no PIB apenas nos momentos de incorporação e das vendas.
316 - Concorda com um crítico do estudo: Ele contesta o medidor de “riqueza líquida” do Credit Suisse usado pela Oxfam, que de fato é bem contestável. Nesse indicador se subtrai as dívidas do patrimônio físico das pessoas físicas. E nesse caso um Eike Batista seria mais pobre que um vendedor ambulante sem dívidas (mas também sem crédito).
317 - O critério de Thomas Piketty, por exemplo, é questionado devido ao fato de serem pesquisas restritas a países desenvolvidos. E a avaliar somente o retorno da renda, que é possível de ser mensurado, e não do estoque de riqueza, muito mais difícil de mensurar.
318 - A queda na pobreza (absoluta), ainda que apenas em percentual na África (não em número absolutos), tem ocorrido em todos os continentes nas últimas décadas - especialmente na Ásia. Quanto à desigualdade, depende da métrica.
319 - Observa que a queda mundial da pobreza ainda assim é muito pequena, mesmo com um sarrafo tão baixo (dois dólares por dia). Parece que foi de 55 para 52% vivendo disso.
Blog Conhecimento Econômico - O desastre do governo Dilma (2015!):
320 - Acusa Dilma II de usar a “receita da Grécia” para piorar tudo.
321 - Contra corte de gastos em momentos do tipo. Os chamados “ajustes fiscais” (o nome bonito para austeridade) deveriam ser feitos em momentos de bonança econômica, justamente para criar a “gordura” necessária a ser queimada em momentos turbulentos. Essa regrinha básica com origem em Keynes continua valendo, mas atualmente os países insistem em andar em direção oposta.
322 - Austeridade fiscal desmedida, mal feita e mal concebida, cortando gastos bons (em infra-estrutura).
323 - Coloca que o setor privado está fragilizado pela lava-jato. Dado todo esse cenário na indústria do setor privado, e sabendo que o modelo de crescimento baseado no consumo e no aumento de crédito para o consumo da população está exaurido (necessitando então de investimento para crescer), quem deveria fazer a sua parte? O setor público.
324 - Críticas de Laura Carvalho: o erro do governo Dilma I (primeiro mandato) foi seguir a chamada “agenda FIESP”, que seria basicamente acatar as recomendações do sindicato patronal, de baixar os juros (que supostamente ajudaria na elevação do investimento produtivo), acreditar na elevação das exportações da indústria com a subida do dólar (algo que não ocorreu devido a queda de demanda externa), etc. Fala também que a descida na taxa de juros acarretou na alta do dólar.
325 - Laura Carvalho no vídeo dá uma leve contribuição sobre o assunto, falando que subsídios em momentos de crise, dada maioria da literatura e “evidências empíricas” (creio que recentes), diz que esse tipo de política só serve para aumentar (ou manter) a taxa de lucro dos empresários, mas não para aumentar o investimento. O investimento só será aumentado se o empresário tiver uma expectativa de lucros maiores no futuro recente. (...) ele lucra e segura o dinheiro (ou paga dívidas), simples assim.
326 - Laura: cita um artigo de José Serra e Maria Conceição Tavares de 1972 falando do processo inverso durante o milagre econômico brasileiro daquela época, com maior demanda por produtos que demandavam trabalho de mais alta qualificação (ela deve se referir ao ‘paper’ de título “Além da Estagnação”).
327 - Krugman disse (também não me recordo aonde) que a gestão econômica brasileira deveria se concentrar em resolver a inflação primeiro, pois sem ela controlada a possibilidade da descida do juros SELIC e consequentemente da competitividade do país estaria em risco constante de nunca sair do papel.
328 - Muitos liberais clássicos falam também da tal subida do salário mínimo acima da produtividade, um economista que falou isso publicamente e que tornou-se uma grande polêmica foi o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
329 - Diogo cita, ainda, a política industrial mal feita e mal gerida, apoiando setores pouco competitivos, patrocinando empresários ruins.
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