Econ - China, Estabilidade e Crescimento (Dados Muito Completos!) I
China, Estabilidade e Crescimento (Dados Muito Completos!):
395 - Texto de 2010. A China não está sozinha no sucesso do Século XX. Considerando-se períodos de mais de cinco anos com taxas de crescimento superiores a 6% anuais em praticamente todos os anos, a partir de 1950, Brasil, Coreia do Sul, Tailândia, Japão, Malásia, Hong Kong e Cingapura tiveram taxas médias de variação do PIB superiores a 7% a.a. durante esses períodos de crescimento acelerado, de acordo com dados do FMI. Malásia e Hong Kong experimentaram surtos de crescimento de cerca de 30 anos, enquanto Cingapura e Coreia do Sul cresceram aceleradamente durante 40 anos. Só ela, China, conseguiu 9,7% a. a. por trinta anos porém. Mesmo se considerar 1951-2007, dá 7,4% ao ano, taxa igualada no mesmo período apenas por Cingapura (7,4% a.a.).
396 - Cita o processo de liberalização do sistema de formação de preços, que tem início no setor rural, em 1979. Esses preços, que até então, à semelhança dos demais, eram fixados pelo governo central, passaram a abrigar um sistema duplo. O governo central fixava a cota de produção que cada comunidade (Township and Village Enterprise) deveria entregar a um preço predeterminado. O restante da produção poderia ser negociado livremente no mercado. A partir daí os preços foram sendo liberalizados gradativamente, como será visto na próxima seção. Essa alteração provocou uma grande elevação na produtividade rural, com reflexos sobre a renda e o emprego.
397 - Fala também das tradicionais ZEE’s. Multinacionais receberam diversos incentivos fiscais, terrenos e edificações, além de poderem contar com o benefício de infraestrutura de energia e transporte e da localização ao lado de fornecedores e de outras indústrias semelhantes, bem como de centros de pesquisa, incubadoras de empresas e laboratórios de ponta. Essa localização privilegiada facilitou o surgimento de transbordamentos tecnológicos (spillovers) e teve papel relevante no desenvolvimento tecnológico chinês e na alteração da pauta de exportações ao longo dos últimos 20 anos.
398 -A abertura progressiva da China parece ter sido mais gradual que a do Brasil, mas nem sei, pois exportações e importações cresceram mais rápido (outro texto que fichei é a fonte disso): Em segundo lugar, está a liberalização do comércio exterior, uma das primeiras e mais importantes medidas tomadas após 1978. Até então, o comércio exterior era inteiramente planejado pela autoridade central. Além disso, as exportações eram realizadas integralmente por empresas públicas. Como resultado, tanto exportações quanto importações cresciam lentamente. Inicialmente, os controles sobre as importações foram substituídos por elevadas tarifas aduaneiras, reduzidas posteriormente. O sistema de planejamento de importações foi também substituído por barreiras não tarifárias tradicionais, a partir do início da década de 1980. Essas barreiras também foram paulatinamente desmontadas ao longo dos anos. A partir do final da década de 1990, as medidas de liberalização do comércio exterior chinês foram aceleradas com vistas ao seu ingresso na Organização Mundial do Comércio, efetivada em dezembro de 2001.
399 - Em quinto lugar, a ausência de proteção à propriedade intelectual. As EMNs (multinacionais) são obrigadas a conviver com um sistema que não garante plenamente a proteção. da propriedade intelectual. Para ingressar na China, até recentemente, as EMNs necessitavam de um sócio local que costumam se apropriar ilegalmente do conhecimento transferido do exterior para produzir por conta própria, em outra empresa (doméstica), produtos análogos por preços inferiores.
400 - Sexto, o gigantesco tamanho da população da China favoreceu a existência de economias de escala na maior parte das indústrias, com fortes impactos sobre o custo de produção.
401 - Em oitavo lugar, políticas de incentivo à inovação e à transferência e geração de ciência e tecnologia estiveram intimamente ligadas aos incentivos a investidores estrangeiros. Durante vários anos, a permissão ou o incentivo a empresas estrangeiras esteve condicionado a compromissos no sentido de realização de transferência de tecnologia ou de abertura de centros de P&D no país. Após o ingresso na OMC, esses compromissos deixaram de ser legais. O agrupamento das indústrias, com spillovers, especialmente das mais intensivas em conhecimento, teve papel relevante no desenvolvimento tecnológico chinês e na alteração da pauta de exportações.
402 - Analisa gráfico que decompõe o crescimento e vê papel pequeno da balança comercial (já que importações cresceram muito também). A quase totalidade do crescimento é explicada pelo consumo e pelos investimentos.
(continua...)
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