Econ - Anotações Avulsas de Textos da Escola Austríaca Sobre Teoria e Prática Monetária (e Blog...)

 

Anotações Avulsas de Textos da Escola Austríaca Sobre Teoria e Prática Monetária:

361 - Em momentos de normalidade, o Banco Central não injeta moeda diretamente na economia; ele injeta moeda apenas nos bancos (aumentando a base monetária), e os bancos é que decidem se irão despejar esta moeda na economia (por meio da criação de crédito). Se os bancos não expandirem o crédito, o dinheiro simplesmente não entra na economia. Não há outra maneira de o dinheiro entrar na economia que não seja pelo sistema bancário. (...) Agora, porém, os Bancos Centrais deram um jeito de contornar esse arranjo e, em vez de depender de emprestamos concedidos pelo sistema bancário, passaram a jogar moeda diretamente na economia.

362 - Noutro texto, colocam que os “500 bilhões” do trade de Guedes podem, por lei, virar emissão de título caso, em algum ano, o Dólar volta aos quatro reais e o BC fique em déficit. Tesouro devolve em títulos (já que não tem dinheiro). Portanto, pode ser mero empréstimo. Afirmam, ainda, que os EUA não vão ligar a impressora injetando direto nos consumidores (sem passar pelos bancos) pois não querem derreter os ativos de investimentos dos gestores. Deixa represado nos bancos mesmo.

363 - Por que o FED imprime “à vontade”?! Escassez global de dólar: Nos últimos 20 anos, as dívidas denominadas em dólar, tanto nos países emergentes (liderados pela China) quanto nos desenvolvidos, explodiram. O motivo é simples: investidores domésticos e estrangeiros não aceitam incorrer em volumosos riscos na moeda local, pois sabem que, em momentos de turbulência, como agora, vários países vivenciam uma acentuada desvalorização cambial (o dólar fica mais caro em termos das moedas locais). Tamanha desvalorizar gera intensos prejuízos para esses investidores, que, ao remeterem seus lucros, perderiam todos os seus ganhos ao converterem a moeda local para o dólar. (...) Consequentemente, investidores só aceitam financiar governos e empresas caso estes emitam títulos em dólares. (...) De acordo com o Banco de Compensações Internacionais (o Banco da Basiléia), a quantidade de títulos de dívida denominados em dólar emitidos por governos e empresas de países europeus, emergentes e pela China dobrou de US$ 30 trilhões para US$ 60 trilhões entre 2008 e 2019.

364 - Quando centenas de Banco Centrais tentam copiar o Fed reduzindo juros sem terem a mesma segurança jurídica, financeira e de investimentos dos EUA, eles irão simplesmente ver uma fuga generalizada de suas moedas, acentuando ainda mais a desvalorização cambial. Prevê inflação nesses países.

365 - Até o momento, o único país que já demonstrou ter entendido isso é o Japão. Sendo hoje o país com as maiores reservas de dólares do mundo, o Japão não apenas tem sua moeda já completamente lastreada em dólares, como também possui um ambiente jurídico completamente seguro, previsível e propício aos investimentos estrangeiros, no mesmo padrão de EUA, Reino Unido e Suíça. Por isso o país pôde ser dar ao luxo do juro zero sem sofrer grandes consequências.

366 - Os riscos do BC Brasileiro comprando títulos privados e no mercado secundário, como pode fazer agora com a PEC (também): Outro grande problema é que, ao comprar os títulos privados, a qualidade dos ativos em posse do Banco Central piora, e a moeda nacional tenderá a se desvalorizar mais perante as fortes. Uma moeda depende, dentre outras coisas, da qualidade dos ativos em posse da instituição que emite essa moeda. Essa é uma das definições de "qualidade da moeda". Se um Banco Central emite moeda comprando ativos ruins, então a qualidade dessa moeda será afetada. (...) E piora: o Banco Central tampouco poderá reverter essa injeção monetária executando a operação contrária, como na política monetária tradicional. Se o BC expandiu a base monetária comprando um título privado de uma empresa que futuramente venha a falir, será impossível ele vender esse título e fazer o devido enxugamento da base monetária. (...) Caso ocorra em escala maciça, a própria capacidade do Banco Central de fazer política monetária estará em cheque.

367 - Perguntam: "mas se os depositantes resolverem sacar o dinheiro ou liquidar ativos e o banco utilizar o dinheiro recebido pelo BC para pagá-los, aí ferrou né? neste caso a inflação vai direto pro consumo né?" Resposta: Não necessariamente. A pessoa pode liquidar ativos e simplesmente manter o dinheiro no CDI. Ela pode estar apenas querendo liquidez para o atual momento de enorme incerteza. Ela não necessariamente irá sair gastando esse dinheiro.

368 - Implicações da PEC: Se você estiver querendo resgatar antecipadamente seu CDB (praticamente todas as grandes corretoras já permitem isso), a corretora passaria aperto no atual mercado, pois não haveria liquidez para ela lhe pagar este resgate. Agora, com a injeção de liquidez do BC, você pede o resgate, a corretora vende seu título para o Banco Central, e ela, em seguida, repassa o dinheiro para você (descontando o lucro para ela). (...) Isso faz muita diferença. Na prática, ser uma corretora se tornou algo quase que totalmente seguro.

369 - Os bancos centrais estão realmente comprando cada vez mais risco e adiando ou resolvendo provisoriamente a crise. Veremos.

370 - Funções da moeda: O real, por exemplo, pode não ser reserva de valor para o longo prazo (até porque há outras melhores), mas as pessoas calculam tudo em reais e utilizam reais para fazer transações econômicas. Toda a viabilidade de projetos é mensuradas em reais. Toda a contabilidade das empresas está em reais. Logo, a função da unidade de conta também é crucial. (Economistas supply-siders inclusive afirmam que esta é a função mais importante de um moeda, sendo a função de "meio de troca" meramente decorrente desta).

371 - Os Bancos Centrais pagavam juros exclusivamente sobre as reservas compulsórias. Apenas sobre elas. Já com a nova medida adotada pelo FED em 2008, todo e qualquer dinheiro que os bancos voluntariamente depositassem no Fed, qualquer que fosse o volume, receberiam juros. Todo e qualquer dinheiro, e não mais apenas os compulsórios. (...) Antes, os bancos até podiam depositar dinheiro voluntariamente no Fed, mas não recebiam remuneração nenhuma. Pós-2008, todo e qualquer depósito voluntário passou a ser remunerado pelo Fed.

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Blog Conhecimento Econômico - Post extraordinário da crise 2020:

372 - Muito pessimismo (torcida?) e várias previsões erradas neste texto.

373 - Risco Brasil: Uma coisa que o pessoal nunca aprende e nunca aceita que não vale merda nenhuma. Não tem jeito. (aliás o governo Dilma antes das jornadas de 2013 estava com Risco Brasil muito baixo).

374 - (Talvez sim, mas como investidores levam em conta… Vale, pois afeta a atração.)

 

Blog Conhecimento Econômico - Reaganomics, trumpnomics e Jair Bolsonaro:

375 - A tal “Curva de Laffer” é um embuste, só que não é desonesta. Fala de arrecadação, não de déficits/superávits.

376 - Importante: ... a suposta soberania do Brasil é limitada, uma vez que não há conversibilidade da sua moeda internacionalmente. Se rasgar a LRF até dá para pagar a dívida pública “imprimindo” moeda, mas isso vai ocasionar em super-indexação da economia mais uma vez. Aí provavelmente entraremos em contexto de inflação descontrolada outra vez. Os emprestadores do governo só vão aceitar emprestar com indexação à inflação ou ao dólar, evidentemente. Logo, mais impressão significará mais dívida da mesma forma.

377 - As demais análises foram fracas a meu ver.

 

Blog Conhecimento Econômico - Sequencial da crise 2020:

378 - Nada de interessante.

 

Blog Conhecimento Econômico - Terraplanismo econômico, lacroeconomia etc:

379 - Mas você vai opinar a favor do juro zero sem contração fiscal então? Mais uma lacroeconomia meio sem fundamento. Teremos maxidesvalorização da nossa moeda perante o dólar. Para gambiarra desse tipo é bom você dar uma lida sobre o período do Plano Cruzado e a Venezuela de Maduro.

380 - É a favor do IGF. Porém, o imposto arrecadaria no máximo uns 30 bilhões. Cócegas no déficit fiscal, afirma.

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