Econ - Textos Variados XI (Blog Conhecimento Econômico)


Blog Conhecimento Econômico - Para onde vai o dólar:

342 - Critica os bolsonaristas que supostamente entendem de política monetário dizendo que o dólar ia a 3 reais. Disse no mesmo texto que R$ 4,40 (cotação nominal recorde e atual na época) estava era barato. Acertou de novo. Hoje em agosto de 2020 está em R$ 5,40. O mesmo Bredda esses dias agora no twitter mostrou enorme desconhecimento e ignorância em relação à economia monetária e contabilidade e balanços dos bancos centrais. Levou aula até de Fernando Ulrich

343 - Lembra que Guedes fez fortuna com especulação cambial na época do Real.

344 - Afirma que o medo de que o dólar suba mais faz com que ele… suba: Empresas correndo para desdolarizar suas dívidas ou hedgear seus caixas… isso traz aumento de fluxo no interbancário e pressiona o BC por mais e mais venda de reservas em leilão. (...) Alguns podem falar dos derivativos de proteção (swap, mercado futuro e mercado a termo). Mas os derivativos são caros em diversas ocasiões e não tem a mesma liquidez do dólar e dos ETFs lastreados em dólar índice, logo, melhor ir no próprio dólar do que mexer com ferramentas inapropriadas.

345 - Escreve umas coisas muito técnicas sobre especulação. Cheio de termos.

346 - O governo vem falhando no tripé macroeconômico e a taxa de poupança está baixa. A Selic em patamar historicamente baixo reduziu a poupança em reais e sobretudo em dólar. O governo não cumpre metas fiscais, com déficit primário permanente. O governo não deixa o dólar flutuar livremente, atuando com mecanismos confusos (swaps dos dois lados, leilão em linha e comunicação fraca). A inflação é a única métrica do tripé ainda funcionando bem, em grande parte pela enorme ociosidade de capital humano, ociosidade de estrutura produtiva, infraestrutura, enfim, tudo parado.

347 - Pede por controle de capitais para conter instabilidade.

348 - Bredda e a incoerência: …no governo Bolsonaro o dólar subindo é especulação de hedge*, mas no governo Lula, Dilma e Temer, não. O óbvio? COEXISTEM OS DOIS FATORES NA COTAÇÃO DA MOEDA LOCAL, O MACROECONÔMICO E O ESPECULATIVO.

349 - Dilma: Houve sim, aumento do gasto corrente com funcionalismo público e com subsídios, mas sem nenhum descolamento com a série histórica dos presidentes brasileiros quanto a isso. Inclusive um gasto com pessoal muito menor que nos governos militares. Subsídio então, nem se compara, pois nos anos de chumbo havia preço de produtos básicos depreciados artificialmente (ou seja, subsídios), como minério de ferro, aço básico, energia elétrica, trigo importado e armazenado, gás industrial, etc. Há uma ampla literatura de economia brasileira disponível para essa informação, incluindo Celso Furtado, Werner Baer, Conceição Tavares, Mário Henrique Simonsen, Marcelo de Paiva Abreu, Antônio Barros de Castro, etc.

350 - A SELIC alta petista não se deveu apenas aos gastos públicos, anota: Com aumentos sucessivos do superávit na balança comercial e uma montanha de empréstimos intercompanhia, a inundação de dólares entrando no país amplia a base monetária, pois o dólar se transforma em reais no momento da conversão. Essa base monetária adicional pode causar inflação fora da meta e desancorada, se não acompanhada de uma política de juro SELIC adequada.

351 - O Brasil tinha um mercado de trabalho aquecido e produção ativa, com alto nível de crescimento de FBCF em proporção com o PIB. Baixa capacidade ociosa, demanda por imóveis, demanda por crédito ativada por reformas micro (caso do microcrédito e do consignado) e cenário macro. Logo, a inflação era controlada basicamente por política monetária, uma vez que o fiscal estava arrumado com superávit primário, acúmulo e carregamento de reservas, etc.

352 - Coloca que Bredda comemora a queda da SELIC como se, agora e por isso, o crédito industrial fosse começar a chegar e aliviar as “empresas sufocadas” pelo “governo petista”. Porém, não está acontecendo nada disso.

353 - Coloca que Bredda omite como a política cambial anterior foi importante na formação das reservas internacionais.

354 - Ele chega a citar o Risco Brasil. Esse indicador não deveria nunca mais ser levado a sério após a crise financeira de 2008, com todos os escândalos envolvendo a Fitch, Moodys e S&P, as agências de risco responsáveis por esses indicadores. (...) O Risco Brasil estava baixo no início do governo Dilma, mas depois estourou. No início do governo Lula estava no talo, depois minguou.

 

Blog Conhecimento Econômico - Paulo Guedes é o desastre pressentido:

355 - Coloca que Guedes é irrelevante mesmo para os ortodoxos. Nenhum “paper” importante e sempre foi ressentido por isso.

356 - Parte da heterodoxia e dos campos progressistas acreditava na combinação juro SELIC baixo e câmbio competitivo para estimular exportações e complexidade econômica. A prática demonstra de tempos em tempos que o buraco é mais embaixo. (...) Não adianta de nada ter o juro SELIC baixo e câmbio competitivo se não tem para quem vender. Sem demanda interna por uma política de emprego inexistente, precarização crescente, incerteza sobre o futuro, baixo consumo via entesouramento das famílias e inexistência de crédito para famílias, somado tudo isso a uma baixa demanda externa via desaceleração do crescimento global mesmo antes do Coronavírus, também via guerra comercial entre EUA e China, resta saber: produzir pra quem e comprar máquina para quê?

357 - A austeridade expansionista tem diversos exemplos práticos de fracasso e o próprio autor da tese, o respeitado economista Alberto Alesina, já revisou suas teorias. Como bem explicado pelo professor José Luís Oreiro, os economistas do mainstream, Olivier Blanchard e Lawrence Summers, também passaram a negar a crença na austeridade expansionista.

358 - Ainda sobre empresas “sufocadas pelo PT”... O crédito agora voltou? Os comércios e pequenos estabelecimentos continuam sofrendo absurdamente com asfixia financeira via intermediação, taxas de antecipação e juro de curto prazo.

359 - Sempre a próxima reforma iria fazer o Brasil voar, mas nunca voava. Trabalhista, previdenciária, administrativa, tributária… Alguém vai abrir fábrica por conta de reforma em curto prazo? E sem crescimento de curto prazo não existe horizonte pra médio e longo. Como dito pelo professor Oreiro, isso era chamado pelo falecido professor Simonsen como princípio da contra indução, na época para explicar os sucessivos fracassos dos planos econômicos dos anos 80. Sempre era o próximo plano que iria melhorar tudo, mas assim ocorria o eterno loop do atual ter sido falho. A mesma coisa ocorre com as reformas. A próxima resolve tudo, e nada!

360 - Governo de alucinados e perdidos sem qualquer projeto de país: A crise do óleo vazado nas praias do Nordeste foi o melhor exemplo disso. Uma completa piada. Ineficiente, confuso, perdido, sempre se valendo de teorias da conspiração e se colocando como vítima perante a imprensa, etc. O caso das queimadas da Amazônia também mostra a péssima condição de reatividade de um governo inepto com um presidente pitoresco, com alguns ministros pitorescos (caso do Chanceler e do ministro da educação), corruptos (caso de Moro e sua prevaricação e abuso de poder) e mentirosos compulsivos junto com ineficazes (caso de Guedes).

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