Econ - Economia Mainstream - Teoria Neoclássica Explica a Coréia
Economia Mainstream - Teoria Neoclássica Explica a Coréia:
472 - Nós estamos falando de um país que entre 1961 e 1997 teve a força de trabalho crescendo 3,1% ao ano, muito mais do que a velocidade de crescimento populacional, porque aumentou enormemente a taxa de participação da mão-de-obra. A carga horária de trabalho, que já era uma das mais altas do mundo em 1960, aumentou cerca de 0,1% ao ano até 1997. A escolaridade da força de trabalho, que era 3,12 anos em 1960, foi para 10,2 anos em 1997. Se a gente aplicar retornos mincerianos para essa mudança na escolaridade, encontraremos um estoque de capital humano por trabalhador que cresceu em média 2% ao ano no período. Só pelo lado do fator trabalho a gente já tem 3,1%+0,1%+2%=5,2% a.a; ou seja, um absurdo completo. (Eu diria que tem que ver se esse tal retorno minceriano é factível).
473 - Pelo lado do estoque de capital, a taxa de poupança, que era 4% do PIB em 1960, foi para 44% do PIB em 1997; mais do que multiplicou por 10. Nos exercícios que fizemos usando o método do estoque perpétuo, encontramos uma taxa de acúmulo de capital físico de 11,3% a.a no período, outro absurdo de qualquer perspectiva. (...) Usando uma elasticidade do capital de 0,45, comum para os países em desenvolvimento, estes elementos por si só explicariam um crescimento médio de quase 8% ao ano entre 1961 e 1997. O crescimento de fato foi 9,3%, um pouco maior do que o previsto. A diferença residual entre o crescimento real e o que pode ser explicado pela variação nos fatores de produção é o que os economistas chamam de crescimento da produtividade total dos fatores, um crescimento na produção por unidade de insumo. A PTF cresceu relativamente bem na Coréia, mas nada milagroso ou muito diferente do que acontecia nos demais países organizados do mundo. Aliás, em vários países da Europa Ocidental a PTF cresceu consideravelmente mais rápido no mesmo período. (Ocorre que eu tenho dados de PTF diferentes em outro texto).
474 - Uma coisa muito legal desse texto é que traz links sobre os dados em que se baseou. Ás vezes tenho dificuldade para achar no google.
475 - Comentários: Estado super intervencionista. O General Park chegava ao ponto de obrigar os grandes empresários a mudar de setor se esse fosse o interesse nacional. Isso ocorreu com as principais empresas do país. (...) O setor financeiro totalmente regulado, onde fuga de capitais era crime grave, ou seja, a fábula do livre-mercado passou muito longe aí.
476 - O autor do texto provoca os defensores de políticas industriais: A alemanha não tem conglomerados industriais coordenados pelo governo. Os investimentos seguem, em geral, a lógica de mercado. Se a Coréia tivesse aplicado o mesmo sistema, estaria mais pobre? Qual evidência você tem disso? (...) R = A Alemanha nao tem conglomerados HOJE. Mas quando ela estava em processo de desenvolvimento, voce pode acreditar que o governo teve um papel ativo na formação desses conglomerados. No caso da Coréia… Era duvidoso se o setor privado ia investir em areas industrias sem o incentivo do governo.
477 - Real: Por conta dessas distorções, gastamos por aqui 1,3% do PIB com o Judiciário. Isso dá quatro vezes o gasto da Alemanha (0,32%), oito vezes o do Chile (0,22%), dez vezes o da Argentina (0,13%). (...) O rombo, porém, não para por aí. Deve-se somar a ele o custo do Ministério Público, que chega a 0,3%, além do gasto com as defensorias públicas. Ao final, o custo com Justiça no Brasil pode chegar a 1,8% do PIB. Em outras palavras: R$ 110 bilhões por ano, algo próximo ao orçamento do Ministério da Educação. Questão de prioridades.
478 - Resumidamente… juízes da Suécia ganham em média quase a metade (ou menos) dos brasileiros, sendo que o PIB per capita da Suécia é três a quatro vezes maior:
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