Econ - Bresser-Pereira - Uma Teoria de Longo Prazo Para os Salários - Capitulo VIII

 

Bresser-Pereira - Uma Teoria de Longo Prazo Para os Salários - Capitulo VIII:

381 - Afirma, baseado no capítulo anterior (que infelizmente não tenho), que a taxa de lucro é estável e mesmo levemente crescente historicamente. Ou seja, contra a “tendência de queda” de Marx. As “contratendências”, admitidas pelo próprio Marx, vencem, segundo Bresser. Coloca que a oligopolização e estatização (beneficiando setores mais produtivos) ajudam as contratendências.

382 - Diz que Marx repete o erro da “lei de ferro dos salários” da economia clássica. (Será?!)

383 - Marx e Ricardo (este por causa da regra sobre renda decrescente da terra) previam uma produtividade de capital decrescente ou declinante. Ainda que a taxa de mais-valia suba.

384 - Afirma que ambos ao menos relativizam ao falar de diferentes necessidades de reprodução em cada país, enfim… o elemento “histórico” e “social”, o qual porém é determinado pelo “elemento físico” (termos de Marx).

385 - Marx foi expresso em dizer que o valor médio dos salários tendia a baixar ao limite mínimo (não disse quando e em que condições, devo defendê-lo). (Por isso que o termo de Marina, no “youtube”, é bom. Condições médias social e historicamente reconhecidas como necessárias à reprodução. Fica elástico, como critica Bresser, mas é bem isso. Inclui a luta e organização).

386 - Afirma que a Escola Neoclássica meio que não inova grandes coisas sobre a Teoria de Ricardo de “fundo de salários” - é a ideia de que há um “quantum” natural que os patrões podem gastar com salário já pré-determinado pela economia e que, portanto, qualquer alteração artificial disso gera ou problema econômicos gerais ou queda para os demais trabalhadores que não participaram da “conquista” -, embora tenha pretendido superá-la.

387 - A Escola de Cambridge - Joan Robinson e etc. - colocou que a taxa de salários depende da produtividade do trabalho e poder de barganha dos trabalhadores. Robinson e Eatwell vêem alta conexão nas duas coisas: “Não é fácil para os sindicatos forçar um aumento dos salários às custas dos lucros. Ainda que um aumento dos salários nominais seja conseguido, quando a produção por trabalhador permanece constante, os empregadores podem manter constante suas margens de lucro elevando os preços proporcionalmente. Mas quando inovações em um certo tipo de mercadorias reduziram custos de produção (à base da antiga taxa de salários) em relação ao seu valor de venda, os trabalhadores ficam em posição forte para exigir uma participação no aumento dos lucros”.

388 - (Tudo isso me faz pensar que o capitalismo pode ganhar sobrevida na estagnação da produtividade pelo avanço sobre o suposto “fundo de salários”, voltando para a “lei de ferro”. Fator político existe, afinal.)

389 - Afirma que com o grande Estado regulador, a taxa de lucro pode ser mais planejada e os ciclos mais controlados. Empresas podem se dar ao luxo de adiarem lucros para o futuro (hoje, na era dos juros negativos, vejo até mesmo grandes prejuízos). Esforços provisórios. Segurança para isso.

390 - Bresser coloca que, com sindicatos e democracia ganhando poder político, abre-se a possibilidade de que a renda do trabalhador cresça acima da mera reprodução da força de trabalho.

391 - Cita dados de 1890 a 1960! Diz que a produtividade industrial e a taxa de salários reais cresceram praticamente a mesma coisa. Exemplifica: a primeira subiu 3,5 vezes nos EUA e a segunda 3,2 no mesmo país.

392 - Coloca, porém, que tudo isso são modos de pensar a evolução da renda - e não o nível da renda, a qual pode variar bastante a depender da distribuição de renda. (A maior lenga-lenga da economia burguesa, por exemplo, é tratar o fundo de consumo de um patrão como algo invariável, seja por direito ou por natureza… Vai saber).

393 - Lembra que tem também a questão dos rentistas. O tamanho deles na economia. Vivendo de aluguéis e juros, nada produzem. (Tem a ver com o que coloquei anteriormente inclusive. A maioria foi ou é patrão e consolidou/petrificou isso juridicamente). Sugere taxá-los para não prejudicar a aliança “salários-setor-produtivo”. Redistribuição.

394 - Altas taxas de juros para estimular a poupança? Alguém defendeu isso? Que furada! Basta olhar a história do Brasil nas últimas décadas.

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