Leituras Aleatórias Quaisquer

  Seminários Cebrap 2019 - "Os ricos e a desigualdade de renda no Brasil" [Pedro Ferreira de Souza] 1 - Resumo geral: de 1960 pra trás só se sabe que a desigualdade era alta, mas não quanto exatamente. Sabe-se também que 1960 a 1970 houve crescimento forte da já alta desigualdade. De 1970 a 2000 houve pouca novidade significativa. Estável. De 2000 a 2015, redução relevante.  2 - O problema da pesquisa domiciliar é que rola muito estimativa errada ou mentiras. Pesquisar o imposto de renda para estudar desigualdade parece mais interessante, apesar de também ter desvantagens. Serve para melhorar a nitidez do topo.  3 - Diferencia renda monetária da renda total. Esta última tem as rendas não-monetários (aluguel imputado das famílias se a pessoa mora num apartamento próprio, por exemplo. Rendimentos ano-a-ano de um Funpresp da vida... fundos de pensão em geral. Lucros retidos de empresas).  4 - A renda total por adulto (deflacionada) está crescente se ignorarmos o "boom"...

  Live do grupo Evolucionários com o prof. José Luis Oreiro 1 - A sobrevalorização da taxa de câmbio seria a causa da estagnação dos países da América Latina na armadilha da renda média. A situação externa fica folgada - permite grandes superávits em conta corrente -, mas as exportações de industrializados são desestimuladas. Produzir bens primários é menos custoso marginalmente (o preço mundial é determinado pelo produtor menos eficiente) no país de recurso natural abundante, gerando-se renda ricardiana.  2 - Afirma que a Espanha sofreu de "doença holandesa" quando largou a produção têxtil para buscar ouro e prata na América espanhola.  3 - Terra abundante e fértil e pouca gente. É evidente que a produtividade inicial vai ser bem alta. Argentina foi a segunda renda per capita do mundo. Austrália e Canadá foram outros países a se beneficiarem disso.  4 - Oreiro afirma que Prebisch sempre foi contra crescimento com poupança externa (tipo como Brasil tentou fazer nos a...

  Fascismo Explicado (por quem entende) [LEGENDADO] 1 - Entrevista com Jason Stanley, que estudou o fenômeno. Professor de filosofia em Yale. 2 - Começa citando o poema de Martin Niemöller. Alerta para como o discurso fascista começa. "Eles, as minorias e comunistas, querem nos destruir e estão vindo". "Unidos somos mais fortes. Contra eles". Precisamos apoiar um homem forte que vai acabar com essa ameaça. Cita um discurso de Goebbels em 1935 exatamente assim, sobre a ameaça comunista.  3 - O líder quer dividir a população para chegar ao poder. Os movimentos fascistas se apropriam dos símbolos nacionais para uma suposta defesa do interesse geral. Ele diz que ele é a nação.  4 - Coloca o comunismo como internacionalista e o nazismo como nacionalista.  5 - Fascismo promete acabar com bagunça sindical e criar ambiente propício para a nação "fazer dinheiro". Logo, pedem apoio aos capitalistas. Não há, na real, combate. 6 - Só vê ligação com a versão autoritári...

  Fascismo da explicação do Castanhari Vs Historiografia Séria (O que importa NÃO são os termos) 1 - Não se explica questões históricas a partir de conceitos.  2 - O próprio símbolo do Senado dos EUA tem um "fascio" nele. Significa que é fascista? Não é simples assim. Parece o pessoal que pega o roubo de simbologia do nazismo em relação ao socialismo e diz que é tudo a mesma coisa então. 3 - Afirma que Churchill via o ascensão do fascismo de Mussolini com simpatia. Achei na Carta Capital: "Em 1927, o ex-primeiro-ministro declarou que “se eu fosse italiano, estou certo que estaria de todo coração com você em suas vitórias luta contra os bestiais apetites e paixões do leninismo (…). [A Itália] forneceu o necessário antídoto contra o veneno  russo. De agora em diante nenhuma grande nação estará desprovida de meios definitivos de proteção contra o crescimento canceroso do bolchevismo." 4 - Mises ("as razões do fascismo" - texto do livro "Liberalismo"...

  Breve história da REVOLUÇÃO RUSSA 1 - Apenas um historiador defende que a renúncia do czar Nicolau II foi voluntária, para o "bem do país".  2 - A Rússia se modernizava em alguns setores estratégicos. Estradas de ferro cresciam muito, por exemplo. 3.800 para 70 mil km. Industrialização via capital estrangeiro avançava. 3 - Em 1860 a servidão começava a cair. Em 1905, nem havia partidos políticos legalizados. 4 - A Revolução de 05 foi em janeiro. A pauta inicial era jornada de oito horas, eleições, salário mínimo etc. As greves posteriores exigiam liberdades e previdência social. Os camponeses ocupavam e saqueavam fazendas em revolta. A revolta dos marinheiros de Potemkin foi nessa época.  5 - (Não estou repetindo as partes que já fichei em vídeos anteriores nos últimos dias). 6 - Em tese, o czar concederia liberdades associativas e eleições para a Duma. Mais tarde, colocou controles terríveis sobre a Duma. Foram várias Dumas em período curto (o czar dissolvia as mais op...

 (continuação...) 17 - Coloca que Gorbachev era muito bem visto pelos líderes ocidentais, mas que não recebeu na reunião ampliada do G7 o apoio financeiro (empréstimo) que esperava, pois pretendia reformas graduais e não terapia de choque. 18 - A linha dura do PCUS tentou golpe contra Gorbachev e manteve o mesmo refém na sua casa em 1991. Foi quando tanques rondaram o Congresso russo. Yeltsin liderou a resistência no Parlamento ao golpe do exército, que teve de recuar.  Gorbachev já não tinha poder e, em dezembro de 1991, a URSS é dissolvida em nome da "CEI". 19 - Coloca que as terapias de choque diminuíram, de 1991 para 1992, o consumo dos russos em 40%.  20 - Russos na linha da pobreza e corrupção cresceram. 21 - Em março de 1993, o Parlamento decidiu revogar os poderes especiais a Iéltsin. Este, como resposta, dissolveu o Parlamento (documentário chamou isso de "opção Pinochet") e foi apoiado explicitamente pelos líderes ocidentais. O Parlamento foi quase unânime...

  A Doutrina do Choque - A Ascensão do Capitalismo do Desastre 1 - É baseado no livro de Naomi Klein.  2 - É uma analogia com o apagamento das condições anteriores pensada por psiquiatras meio macabros como cura para traumas. A terapia de choque. Tudo começou com inocentes (?) experiências de privação sensorial em que os participantes podiam sair ou parar quando quisessem. Choques elétricos e mensagens repetidas eram usadas para "reiniciar" ou "reprogramar" o cérebro. 3 - Sobreviventes das terapias de choque forçadas mostram-se, hoje, extremamente críticos da experiência. O doc entrevista alguns. 4 - A CIA passou a usar tudo para tortura também. Fazer os interrogados cooperar. 5 - Durante a década de 50-60, a Universidade Católica do Chile e a de Chicago tiveram convênios que formaram os "chicago boys".  6 - Uma fonte no documentário afirma que Nixon ordenou expressamente que a CIA evitasse a posse de Allende temendo o impacto das nacionalizações. O docume...

  Economia Criativa 06 - Do Socialismo de Mercado ao Socialismo Criativo - Elias Jabbour 1 - Poderosos estados nacionais dependendo seus grandes blocos de capital. Embaixadores alemães estão no Brasil para defender o lucro das empresas alemãs, por exemplo. 2 - Diz que o big data abre espaços imensos para o planejamento econômico e grandes narrativas (socialismo). Porém, que esses aplicativos não substituem totalmente as revoluções industriais pretéritas. 3 - Ciência e tecnologia demandam crédito bancário público barato e câmbio protetor. A relação crédito-PIB da China é três vezes maior que a nossa. Precisa-se de alta taxa de investimento.  4 - Afirma que os EUA investiram 60 bilhões de dólares nas invenções de Steve Jobs. (checar) Os valores do marxista revolucionário | Café Bolchevique, com Mauro Iasi 5 - Para Weber, os valores guiam nossas ações até mais que as condições materiais.  6 - Em Marx, isso é dialético com a preponderância das condições materiais. Há certa un...

  Problemas Teóricos e Políticos das Revoluções Socialistas - c/ Jones Manoel 1 - Jones afirma que o modelo de "espalhamento espontâneo" (termo meu) da revolução socialista por outros países nunca ocorreu historicamente. (Mas ficaram no quase, quero lembrar). China, Cuba, Rússia, nenhuma causou o espalhamento em grande grau da revolução. 2 - Coloca que o próprio Marx revê um pouco isso porque analisa só fatores internos pela derrota dos comunards. Não chega a atribuir a derrota a ausência de espalhamento. 3 - Samuel coloca que a elite boliviana estava mais alerta desde Cuba e utilizou pesadamente as rádios e afins para demonizar a esquerda e suas concepções, impedindo a simpatia dos camponeses para com a guerrilha guevarismo recém-chegado. (Império contra-ataca). Ou seja, novas revoluções podem ajudar o outro lado a se organizar também. 4 - Lênin, em 1920, falava em reorganizar o movimento socialista mundial, mas não em sair por aí espalhado a revolução às custas de perder a ...