YT - Live do grupo Evolucionários com o prof. José Luis Oreiro
Live do grupo Evolucionários com o prof. José Luis Oreiro
1 - A sobrevalorização da taxa de câmbio seria a causa da estagnação dos países da América Latina na armadilha da renda média. A situação externa fica folgada - permite grandes superávits em conta corrente -, mas as exportações de industrializados são desestimuladas. Produzir bens primários é menos custoso marginalmente (o preço mundial é determinado pelo produtor menos eficiente) no país de recurso natural abundante, gerando-se renda ricardiana.
2 - Afirma que a Espanha sofreu de "doença holandesa" quando largou a produção têxtil para buscar ouro e prata na América espanhola.
3 - Terra abundante e fértil e pouca gente. É evidente que a produtividade inicial vai ser bem alta. Argentina foi a segunda renda per capita do mundo. Austrália e Canadá foram outros países a se beneficiarem disso.
4 - Oreiro afirma que Prebisch sempre foi contra crescimento com poupança externa (tipo como Brasil tentou fazer nos anos 70, apreciando o câmbio) e defendeu a importância do investimento em Educação.
5 - Economias em desenvolvimento tem uma quantidade imensas de pequenas e médias empresas ineficientes.
6 - Afirma que a Volkswagen produz carros totalmente diferentes na Alemanha e que nossa renda per capita não tem condições de abarcar. Afirma que a questão não é que o empresário e-ou trabalhador daqui são burros ou preguiçosos (a enorme diferença de produtividade no mesmo setor que os modelos neoclássicos constatam), mas sim que não se trata simplesmente da mesma "Volks", por exemplo. Não é a mesma tecnologia. Lá se investe muito mais em P & D. O grande mercado consumidor de bens de alta tecnologia está lá (pelo que entendi esse seria o X dele, mas é algo a se aprofundar). Não temos nem como violar patente. Não teria nem como a Volks vir fabricar este carro aqui para exportar, pois o câmbio apreciado não compensa.
7 - Crê que a relação crescimento-complexidade é de determinação recíproca. As coisas se retroalimentam. Cita um estudo em que trata melhor dessa questão, publicado numa revista italiana.
8 - Crê que o BC brasileiro poderia diminuir o rendimento dos títulos longos sinalizando que manterá a Selic baixa por muito tempo. (Não sei se o mercado é tão idiota. É Brasil. Há algum limite. Do contrário, vão preferir título dos EUA ou da Suíça. Enfim, há restrições reais ao endividamento). A expectativa de rendimentos menores por mais tempo faria com que a curva de juros como um todo diminuísse a inclinação.
9 - Oreiro afirma que a sinalização do BC foi meio que inversa. Profecia autorrealizável. Campos Neto disse que estava preocupado com o fiscal, então o mercado entendeu que o BC jajá teria que subir os juros. Resultado? Juros de longo prazo sobem. Enfim, sinalização é o tal do forward guidance.
10 - Operação twist também poderia ser utilizada, graças à PEC do orçamento de guerra. Encurtar a dívida comprando título longo enquanto vende o de curto prazo.
11 - Defende flexibilização do sistema de metas. Importaria a média, como quer Jerome Powell.
12 - Sobre teto de gastos, Oreiro diz que não impede qualquer captura por grupos de interesse ou mesmo moralização fiscal. Cita exemplos do governo Bolsonaro. Mais gasto com os militares e coisas do tipo.
13 - Oreiro menciona subutilização de IPTU constatada por uma pesquisa que ele orientou (e oferece uma solução de federalização com posterior distribuição) e uso de receitas não recorrentes para pagar despesas correntes no RJ como exemplos de irresponsabilidade fiscal.
14 - Sobre ineficiência dos projetos estatais de investimento, faltam órgãos para isso. Foram desmontados desde Collor ao que entendi. Projetos mal feitos. Emenda obrigatória piora tudo. Deputado chega com qualquer obra maluca da cabeça dele. Planejamento tem que vir de funcionário de carreira e com autonomia para com os deputados da vida.
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