YT - Humberto Matos - Como funcionam as economias desenvolvidas de Singapura, Suécia e Nova Zelândia


Como funcionam as economias desenvolvidas de Singapura, Suécia e Nova Zelândia (#Matrix 80)


SINGAPURA:


- BC independente só a partir de 1971. 

- Empresas públicas representam 45% da economia (PNB), duas vezes mais que a Coréia do Sul. Duas vezes maior que a Argentina. Quatro vezes maior que as Filipinas.

- Governo tem representantes no conselho das principais empresas. Estado coordena os empreendimentos

- Governo é acionista de todas as principais empresas, até de táxi. Setor de produção (empreiteiras) e serviços.

- Quase todas as terras são do Estado e controla 80% das casas são de um conselho estatal, que também incuba novas empresas. Só 20% das casas está para livre-mercado.

- Fundo soberano maior que a economia do país

- Governo totalitário, controla até o cuspe. 

- Educação estatal e gratuita. Quatro universidades públicas em uma cidade. 

- Altas taxas para desincentivar o transporte privado. Limite de carros novos por mês (permissões).

- Sistema de saúde público não é totalmente gratuito, mas pessoas pagam de acordo com a renda e há fundo para cobrir os gastos dos mais pobres. 

- Previdência e contribuição obrigatória e treinamento estatal da mão-de-obra. Direitos trabalhistas amplos. 

- Não existe salário mínimo, nem seguro desemprego.

- Câmbio usando o sistema de bandas cambiais. 

- Impostos baixos pois o governo se financia por meio de empresas públicas e PPP's. Imposto é progressivo. 

- Um país que OBRIGA as empresas privadas a venderem parte de suas ações preferenciais ao Estado pode ser chamado de Estado liberal? Um Estado onde há planejamento indicativo de longo prazo para a economia é liberal?


SUÉCIA:


- Subsídios industriais e restrições à importação de industrializados. Protegia a indústria ao menos desde 1930. 


- Altos índices tarifários. desde o suposto período liberal: "O princípio orientador da proteção tarifária de 1890 em diante foi o sistema de tarifa solidária, inspirado do sistema alemão de Bismark. A ideia era que a proteção deveria ser concedida aos produtos nacionais que competissem com as importações, mas sem causar prejuízos aos outros setores da economia, pois o interesse geral deveria prevalecer sob o particular." - https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1485/1/GIVasconcelos.pdf


- PPP's: ferrovias, esgoto, telefonias, energia hidrelétrica.

- Inicio dos anos 30 chega ao poder a socialdemocracia. A desigualdade antes era maior que o resto da Europa. 

- Em 1936, houve acordo entre o setor empresarial e os sindicatos (população altamente sindicalizada e os sindicatos ficaram nos conselhos das empresas, criando fundos de assalariados)

- Trabalhador prometia não fazer greve e pedir aumento e as empresas financiavam o welfare state. 

- Resultado: forte industrialização. 


- Em 1950, houve plano plano Rehn-Meidner de equalização de salários: "A “política salarial solidária”, negociada em instâncias neocorporativas nacionalmente centralizadas, estabelecia o princípio de “pagamento igual para trabalho igual”, independentemente da lucratividade das empresas. Foram concedidos maiores aumentos salariais para as categorias com piores remunerações, intensificando a elevação dos custos para as empresas menos sofisticadas, com mão de obra mais barata, e aliviando para as mais sofisticadas, com mão de obra mais cara."

- O modelo Rehn-Meidner, como ficou posteriormente conhecido, serviu como um guia para a política econômica sueca entre meados de 1950 e o início de 1970. (Fonte: o pdf)

- Isso gerou complexidade: "Pressionando os lucros para baixo, foram eliminadas as firmas menos eficientes, incapazes de arcar com a elevação do preço da força de trabalho."


- "Desde o século 19, a propriedade estrangeira nos setores bancário, habitacional e minerador foi proibida. Só na década de 1980, com as reformas liberalizantes (iniciadas, então, pelos próprios sociais-democratas, porém aprofundadas pela coalizão de centro-direita na década seguinte), a propriedade estrangeira ganhou espaço." http://brasildebate.com.br/observacoes-brasileiras-sobre-o-modelo-de-desenvolvimento-sueco-parte-1/

- Economia fortemente nacionalista e de controle de juros, crédito, moeda e etc a fim de espantar o rentismo. Vale a pena ler o artigo acima. 

- Na "Era de Ouro", a Suécia cresceu até mais que o restante da OCDE (que já crescia muito). Pág. 29 do https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1485/1/GIVasconcelos.pdf

- Suécia em parte da Era de Ouro: Na Suécia, durante este período qualquer cidadão possuía o direito ao trabalho garantido por lei (DELSEN e VAN VEEN, 1992, p. 89).

- Setor bancário tinha inúmeras limitações e era extremamente regulamentado. Segue lista à página 50 - https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1485/1/GIVasconcelos.pdf


- Assim, o crescimento econômico sueco alcançou seu pico entre 1950 e 1970, uma taxa média de crescimento de 4% ao ano, e a produção industrial aumentou em mais de 6% ao ano, se colocando no centro deste desenvolvimento (SÖDERSTEN, 1990, p.49). A produtividade do trabalho, também, cresceu em um ritmo sem precedentes, passando de uma taxa de crescimento anual de 1-2% ao ano para 3% ao ano na década de 1950, e 4,6% ao ano na década seguinte (SÖDERSTEN, 1990, p. 50).

- Carga tributária continua bem alta e o protecionismo industrial também. 

- É o país que mais possui direitos trabalhistas junto com outros nórdicos (confirmar).

- Estado possui empresas de bens e serviços. São 49 estatais, com valor estimado em mais de 500 bilhões de coroas suecas (cerca de 60 bilhões de dólares). Dado do texto de Claudia Wallin, que escreveu livro sobre a Suécia sem mordomias e que fiscaliza corrupção: https://www.google.com/search?q=Cl%C3%A1udia+Wallin&oq=Cl%C3%A1udia+Wallin&aqs=chrome..69i57&sourceid=chrome&ie=UTF-8

http://www.aepet.org.br/noticias/pagina/13617/Como-a-Sucia-evita-corrupo-nas-empresas-estatais

- Contraponto da Mises: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2548

- Impostos altos e bem-estar: https://outline.com/rtjKgk

- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/09/13/esquerda-vence-eleicao-na-suecia-centro-direita-fica-em-2o-ambos-descartam-alianca-com-extrema-direita.ghtml

- Controvérsias: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45506847

- Para suecos, a Suécia é um meio-termo - https://www.youtube.com/watch?v=D6Z3ew6koys&feature=youtu.be

- Ela diz, por exemplo, que nem precisam de salário mínimo, pois os sindicatos são muito fortes.


NOVA ZELANDIA:


- Não possui passado de grande desigualdade social.

- Estado como promotor do desenvolvimento estrutural. Estrutura de base para o desenvolvimento foi construída pelo Estado.

- De 84 a 88 isso mudou. Roger Douglas foi o ministro liberal. Guedes de lá. Fim dos subsídios, câmbio solto, eliminação de tributações e das barreiras às importações.

- Desemprego, desigualdade e recessão. Medidas continuaram com Ruth Richardson. Em 99 assume a "esquerda", com o Estado voltando a crescer. Depois... Medidas liberais. Depois... Estado. 

- Um dos mais elevados impostos progressivos do mundo. 

- Programas estatais: ferrovias, correios, energia elétrica, mídia, ciência e tecnologia...

- O maior salário mínimo do planeta. 

- Transporte público subsidiado na ordem de 88% na capital.

- Um funcionário público a cada três habitantes. 

- Programa de renda mínima que paga até 1500 reais por mês a qualquer cidadão, sem contrapartida. 


INTERESSANTE CONTRAPONTO LIBERAL A ESSAS DISCUSSÕES: "O Brasil, mesmo a pouco tempo, coisa de 20-30 anos, tinha uma carga tributaria bem pequena mas isso porque o Estado se financiava com inflação e monopólios estatais, nem por isso éramos um verdadeiro exemplo de estado mínimo, pelo menos ninguém ousa chamar os governos militares ou Sarney de liberais."

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