YT - Orientação Marxista - MAIS-VALIA RELATIVA | O CAPITAL DE MARX: Livro I: Caps. 10-16 VID #11
MAIS-VALIA RELATIVA | O CAPITAL DE MARX: Livro I: Caps. 10-16 VID #11
0 - Conceitos básicos segundo Gustavo: a) substância do valor é o trabalho abstrato; b) grandeza do valor é o TSN; c) forma do valor, sua exteriorização, é o valor-de-troca. É só no capitalismo que o valor regula a forma de organização social. Ele não é verificável numa lupa. É suprassensível, depende da abstração apesar da existência concreta. Já o trabalho abstrato não é alvo do aumento de produtividade, pois não é passível de alteração quantitativa, mas sim o concreto. São produzidas mais mercadorias com o mesmo tempo de trabalho. Quanto ao trabalho complexo que é reduzido ao simples (com preços unitários diferentes de cada produto, claro), é o mercado quem faz isso. Gustavo diz que não tem como calcular.
1 - A forma capitalista é mais do que luta pela jornada de trabalho, como fazem todas as formas passadas de exploração do trabalho excedente. Antigamente, o método semelhante ao da mais-valia absoluta de extração era quase único.
2 - O escravo e servo sabem que são dominados. No capitalismo, os sujeitos parecem livre-cambistas. Trocam força de trabalho, por exemplo. As coisas ficam escamoteadas.
3 - Na mais-valia relativa, o trabalho excedente cresce sem necessitar alongar a jornada, a quantidade de horas de trabalho total.
4 - Aumento da produtividade não eleva o valor. Sequer eleva necessariamente a exploração. A quantidade de trabalho abstrato não mudou. A quantidade de valores continua a mesma (salvo mais-valia extraordinária de um capitalista individualmente considerado), pois o que aumenta é a quantidade de valores-de-uso produzida. O trabalho abstrato se mede pelo TSN. A produtividade mexe com o trabalho concreto, no valor unitário de cada bem, já que a oferta do bem cresce se a jornada total de trabalho se mantém.
(Em tempo: penso que dá para reformular todo esse sistema da TVT de Marx para explicar melhor mais-valia, exploração e valor, mas daria um trabalhinho. Vejo várias possíveis falhas internas. Primeiro quero entender 100%).
5 - Valor é processo social que permite que as coisas se meçam pelos tempo de trabalho socialmente necessário (TSN).
6 - Quadro que Gustavo montou:
7 - No esquema de Marx, a exploração só aumenta se o aumento de produtividade incide nos bens consumidos pelos trabalhadores. O mesmo salário comprará mais. Mais-valia relativa só aparece se for assim. Barateamento relativo de tal cesta de consumo. Não que não seja comum. Já a produtividade em outros setores não aumentaria a mais-valia, mesmo podendo aumentar o lucro.
8 - "Força produtiva do trabalho" = produtividade do trabalho. Já as forças produtivas gerais têm mais a ver com a distribuição da riqueza. Os homens podem ser privados da apropriação do progresso produtivo. Uma coisa não tem que crescer concomitantemente à outra.
9 - Mais-valia relativa (proporção entre trabalho necessário e trabalho excedente) pode produzir a ampliação do consumo e-ou criação de novas necessidades. Qualitativamente, pode elevar a taxa de exploração (cria condição pra mais trabalho excedente caso o trabalhador não lute para se apropriar do maior valor-de-uso criado, elevando a magnitude de sua cesta de consumo).
10 - A ideia de "indivíduo" é meio que recente na história.
11 - Dizer que o capitalismo criou a Revolução Industrial e suas formais avançadas de cooperação significa dizer que primeiro foi necessário libertar o trabalhador da sua terra para que pudesse ser explorado. Enfim, montar as condições antes. As relações sociais capitalistas surgem antes da grande indústria, O poder dos nobres sobre os servos e afins tiveram que cair antes.
12 - Gustavo critica a direção despótica da fábrica. O trabalho coletivo em grande escala precisa de uma direção, mas a forma capitalista estraga a coisa, coloca. Seria impossível não haver direção.
13 - A manufatura foi criada pelo capitalismo para aumentar a mais-valia relativa, afirma. Daí que o capital crie a Revolução Industrial (novamente falando). A direção visa a acumulação de capital.
14 - Na maquinaria, o trabalhador é apêndice da máquina. Ele controla a ferramenta, mas é controlado pela máquina. Isso que muda. O trabalhador não é mais especializado, passando a existir a cooperação simples (que já existia lá no passado). As atividades manufatureiras e suas hierarquias não desaparecem porém. Os especializados se tornam, porém, cada vez mais separados e numericamente bem menores perto do resto. O abismo aumenta. Tendem a ser muito bem remunerados em relação aos demais. Gustavo afirma que estes são mais dificilmente mobilizáveis.
15 - A máquina não suprime a manufatura, nem a cooperação simples, portanto.
16 - Trabalhador produtivo, no capitalismo, não é mais aquele que produz produtos. Tem que produzir mercadorias para a autovalorização do capital. Trabalho intelectual é produtivo, pois faz parte do órgão produtivo (empresa) também.
17 - Para que seja possível historicamente surgir a mais-valia é necessário: a) divisão social do trabalho; b) massa de indivíduos proprietários apenas da sua força de trabalho; c) alta produtividade do trabalho que possa justificar a reunião desses trabalhadores. Não basta apenas uma dessas condições. Trabalho excedente vira mais-valia.
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