Giovana Vasconcelos - Uma breve análise sobre o desenvolvimento sueco (TCC) I

    

TCC - Giovana Vasconcelos - Uma breve análise sobre o desenvolvimento sueco


1 - Começa comparando o crescimento sueco ao de outros países ricos. Período 1870 até 1971-75 e daí em diante.



2 - O crescimento contínuo se iniciou em 1870 com a exportação de matérias-primas, com destaque para o minério de ferro e o extrativismo florestal.


3 - Crescimento da produtividade agrícola: A mudança se inicia com a liberação da propriedade privada para fins mais lucrativos, com a extinção do monopólio aristocrático sob o solo. (...)  o campo não só teve um rendimento suficiente para alimentar a crescente sociedade urbana, como se tornou um exportador líquido de cereais em 1850. (...) As exportações se redirecionaram para derivados de ferro e madeira com o boom de demanda dos países em industrialização, o que gerou os recursos necessários para a Suécia financiar a sua própria industrialização. (...) – o governo sueco se preocupou com sua única fonte de excedentes agrícolas e dedicou-se à busca por novas técnicas de cultivo ("No período houve uma busca generalizada por novas tecnologias para agricultura, incentivada e divulgada pela Academia Real de Ciências, visando à modernização do setor") para aumentar a produtividade. Assim, determinou uma redistribuição de terras influenciada pela lei inglesa de cercamento dos campos (OLSSON e SVENSSON, 2010). (...) As regulamentações adicionais de 1749 e 1757 explicitaram que a redistribuição de terras estava intrinsecamente correlacionada à exploração de impostos. A segunda metade do século XVIII ainda presenciou a dissolução do direito à isenção de impostos e monopólio sobre a posse de terras da nobreza, o que criou uma onda de aquisição de fazendas fiscais por agricultores (HECKSCHER, 1954).


4 - A legislação de reforma agrária foi estendida com a ordem de laga skifte em 1827, que determinou um novo e mais amplo fracionamento de fazendas fiscais e terrenos não cultivados, e a redistribuição promovida foi responsável pelo desenvolvimento de pequenas unidades agrícolas durante todo o século XIX (MAGNUSSON, 2000). (...) Para Magnusson (2000), apesar dos efeitos da reforma serem difíceis de averiguar, é admissível que ela tenha criado unidades de produção mais eficientes, uma vez que garantiu direitos de propriedades a camponeses, permitindo a eles o direito de decidir qual seria a melhor destinação para suas terras, e indiretamente estimulou a recuperação de terras improdutivas


5 - Cita novas técnicas de cultivo adotadas pelos suecos nessa época. 


6 - Segundo Magnusson (2000), o campesinato ainda se beneficiou da desistência do Estado sueco de seus sonhos de se tornar um grande império, pois assim não precisaria “financiar uma máquina de guerra”. Desta maneira, a carga de impostos foi gradualmente reduzida, em simultâneo com o aumento agregado dos preços agrícolas entre 1732 e 1775 e com uma serie de boas safras no fim do século XVIII (MAGNUSSON, 2000, p. 22). 


7 - No entanto, o ciclo dos grãos suecos foi relativamente curto, com o progresso de métodos agrícolas e o barateamento do transporte marítimo, novos concorrentes surgiram e o país teve que recorrer a medidas protecionistas em 1888.


8 - O início do crescimento sustentado sueco costuma ser datado a partir de 1870 (SÖDERSTEN, 1990). Nesse período, o comércio exterior era considerado o motor da economia nacional e sua pauta de exportação era composta, basicamente, por matérias primas, com destaque para produtos derivados do ferro e da madeira. A siderurgia sueca ia melhorando suas técnicas desde então. Em 1909, uma nova onda de concentração, falência das unidades ineficientes e ultrapassadas, e um incentivo à economia dos fatores de produção. Em 1920 a indústria já se encontraria reformada com melhorias tecnológicas e seus produtos diversificados.


9 - O resultado positivo da exportação sueca seria reforçado por pelo menos dois fatores significativos. Primeiramente, pelo menos até a virada do século XIX, a Suécia tinha poucos concorrentes na exportação de seus bens estratégicos, além de apresentar uma infra-estrutura eficiente ("ferrovias") e um governo explicitamente favorável ao setor exportador. Em segundo lugar, o aumento relativo dos preços de produtos da pauta de exportação sueca, também favoreceu seu crescimento, houve uma clara melhoria em seus termos de troca, na segunda metade do século XIX. Em contraste marcante com a maior parte do século XX, os preços das matérias-primas, como madeira, ferro e minério subiriam mais rapidamente do que o preço de muitos produtos acabados. (...)  Ou seja, a Suécia teve a sorte de se encontrar em um ambiente internacional extremamente favorável para o país (MAGNUSSON, 2000, p. 110).


10 - A fase "liberal" seria a partir de 1865. Por outro lado, apesar de promover o liberalismo econômico, Gripenstedt não hesitava em afirmar a importância do Estado no desenvolvimento econômico(..) Fato explícito em sua participação no debate sobre a malha ferroviária sueca, Gripenstedt foi o maior defensor da participação do Estado na ampliação da infraestrutura ferroviária nacional: o Estado deveria se responsabilizar pela extensão das linhas principais e o setor privado deveria ser incumbido de construir apenas os ramais secundários (MAGNUSSON, 2000).


11 - Liberalismo "à sueca": 



12 - O princípio orientador da proteção tarifária de 1890 em diante foi o sistema de tarifa solidária, inspirado do sistema alemão de Bismark. A ideia era que a proteção deveria ser concedida aos produtos nacionais que competissem com as importações, mas sem causar prejuízos aos outros setores da economia, pois o interesse geral deveria prevalecer sob o particular. Se a tarifa fosse elevada a ponto de penalizar indevidamente outros produtores, ela deveria ser revogada. Além disso, geralmente os bens de consumo eram mais protegidos do que os bens de capital e os insumos industriais eram isentos de impostos. As tarifas variavam dependendo das condições de concorrência das empresas nacionais no mercado doméstico: quando este estivesse dominado por elas, a proteção era diminuída (BOHLIN, 2005). 


13 - Neste período se encontraria o marco inicial da forte tradição sueca de parcerias público-privada, onde o Estado se comprometeria com os elevados custos fixos iniciais, como no caso do desenvolvimento ferroviário, anteriormente mencionado. (...) Do mesmo modo, o Estado atuaria em prol do incremento do capital humano interno, para que esta acompanhasse a evolução tecnológica.


(continua ...) 


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