João Bernardo - Textos diversos - Parte IX


Marxismo e Nacionalismo (II) - Os Comunistas Russos e a Questão Nacional

239 - Quando o Partido Socialista polaco começou a se manifestar no sentido de atribuir à luta proletária internacional a primazia estratégica, Engels os censurou mencionando que a independência do país deveria ser a “primeira linha do seu programa”.

240 - “Trotsky distribuíra panfletos aos soldados das Potências Centrais que formavam a guarda de honra, incitando-os à revolução, mas no 5º Congresso dos Sovietes, reunido em Julho de 1918, ele apresentou e fez aprovar um decreto que não só condenava à prisão quem quer que conduzisse acções de agitação contra as autoridades alemãs e austro-húngaras ocupantes da Ucrânia, mas ainda ameaçava de fuzilamento os que insistissem em participar em guerrilhas contra os exércitos das Potências Centrais. E na medida em que aliviava a pressão militar sobre as Potências Centrais, o Tratado de Brest-Litovsk dificultava os movimentos insurreccionais dos soldados alemães e austro-húngaros e os movimentos de greve em ambos os países.”

241 -  Foi aí que o Partido Socialista-Revolucionário de Esquerda deixou o governo e passou a recorrer inclusive ao terrorismo contra o mesmo. O partido único (agora) tomou as medidas repressivas.

242 - Narra como a diplomacia russa pretendia uma aliança com a Alemanha por ocasião da intromissão francesa e bretã na guerra civil russa.

243 - Demonstra, baseando-se em documentos, o quanto essa diplomacia do governo Lênin era estrategicamente nacionalista e pretendia colocar a Inglaterra em xeque. Para isso, chegava a se preocupar coma  vitória de movimentos insurrecionais soviéticos em alguns países menos fortes - poderia causar “as maiores dificuldades”.

244 - JB observa que os bolchevistas acabaram por consagrar as teses menchevistas ao não querer, por exemplo, que nacionalistas revolucionários persas tomassem o poder antes de concluída “a fase burguesa das transformações socioeconômicas”. Foi a orientação dada ao partido comunista de lá. Mais tarde, Kuchik, que já tinha tomado o norte, foi enforcado pela ditadura nacionalista persa (de direita) com a omissão de Moscou, que tinha tratado com essa ditadura - apoio em caso de invasão inglesa da Pérsia. Um russo que lá viveu disse que, antes, só não houve revolução porque o comitê central não quis.

245 - Algo semelhante aconteceu na Turquia, onde Kemal liquidava comunistas ao mesmo tempo em que era profundamente antibritânico. Kemal parou a matança por oito meses, em razão de acordo militar com os soviéticos. No quarto congresso da III internacional, os comunistas turcos reclamaram de terem apoiado o acordo militar e mesmo assim continuarem a ser perseguidos após o fim da guerra contra a Grécia.

246 - Um congresso seguinte chegou a afirmar que a Turquia tinha um “papel revolucionário apesar das perseguições aos comunistas”, digamos assim…

 

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