João Bernardo - As Raízes Ideológicas do Brasil Potência e a Viagem do Brasil - Parte II
(continuação...)
356 - Roberto Simonsen e talvez até Getúlio Vargas tiveram contato com essas ideias.
357 - Interessante é que Raúl Prebisch deu continuidade às ideias de Manoilescu mesmo sendo antiperonista… (era ligado à oligarquia agrária).
358 - Atacava-se mais o imperialismo que o capitalismo, portanto.
359 - Um comentador critica JB por jogar todos os “teóricos da dependência” no mesmo saco. O caráter anticapitalista estaria amplamente presente em Vania Bambirra, Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, por exemplo. Manolo discordou. Marini teria uma análise eminentemente geopolítica. De fato. Porém, uma comentadora posterior e fã de Marini observa que o trecho destacado era de geopolítica e não o pensamento de Marini.
360 - JB esclareceu que se referia aos mais influentes teóricos da dependência: CEPAL, CEBRAP, Sweezy e Baran, são estes — e não alguns teóricos eventualmente interessantes mas obscuros — os pontos de referência da formação ideológica mais ampla.
361 - Silva Fernandes coloca que não dá pra dizer que o Brasil passou de subimperialista (que é algo mais regional) para “imperialista emergente” (por ter empresas atuando no Canadá ou Nova Zelândia). Critério da tecnologia, chama. “O Brasil não domina e nem está perto de dominar nenhum setor produtivo pertencente à fronteira tecnológica. As maiores empresas, líderes nos setores de alta tecnologia, são sediadas em países que não são o Brasil.” Exceções (algumas nem tanto): “alguns países da américa latina e algumas fábricas da Odebrecht, Gerdau, Vale, Petro em outros países… Empresas essas limitadíssimas às revoluções tecnológicas de séculos passados.”
362 - A revolução tecnológica atual para Silva Fernandes é: “nano-tecnologia; eletrônica; robótica; softwares; fármacos; bio-tecnologia; energia renovável…”. Ademais, “nossos graduandos têm poucas bolsas de iniciação científica e os pós-graduandos sofrem com bolsas miseráveis, quando as conseguem; os laboratórios universitários não possuem material; o Brasil tem uma baixíssima produção de patentes; as empresas privadas investem um percentual ínfimo de seu faturamento em P&D; e por aí vai… E por fim, o que o grande BNDES (que o João Bernardo gosta tanto de citar) financia: o estádio do Corinthians e grandes obras de construção civil.”
363 - Para JB, “Uma classe domina outra na medida em que dita o modelo de organização da outra. Uma classe que domina auto-organiza-se; uma classe dominada é hetero-organizada. Esta é uma definição que qualquer administrador de empresa aceitará. Na vida quotidiana, tanto no trabalho como nos lazeres, a organização dos trabalhadores é ditada pelos capitalistas, não tanto pelos órgãos repressivos, cuja função é mais a de estar presentes do que de actuar, mas sobretudo pelo urbanismo e outras formas de enquadramento.”
364 - JB narra um flerte de Gramsci com um ex-ditador fascista, tentanto atrai-lo para a futura pátria proletária comunista, digamos. Gabriele D’Annunzio.
(continua...)
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