Lucas (PP) - À Base de Quê - Pequenas Polêmicas Sobre o Autonomismo
Lucas (PP) - À Base de
Quê - Pequenas Polêmicas Sobre o Autonomismo:
475 - Treta esquisita: Parecia que alguns companheiros autonomistas esgrimiam argumentos
autogestionários para explicar que, na realidade, aquele espaço não respondia à
assembleia como instância máxima de decisão dos estudantes, mas se tratava de
propriedade da comissão que o gestionava.
476 - Muitas vezes, companheiras ou companheiros
que têm uma visão de mundo muito diferente das nossas acabam sendo os mais
próximos e os mais empenhados nas construções cotidianas, na faculdade, no
local de trabalho, no bairro, nos espaços onde o cotidiano é o último critério
de verdade. Da mesma forma, indivíduos com quem compartilhamos ideais podem se
mostrar os menos prestativos para as tarefas do dia a dia.
477 - A iniciativa da auto-organização nunca é
ingênua, nunca é pura, sempre está encarnada em um sujeito e seus pressupostos.
Por isso, mesmo quando a auto-organização não vem impulsionada por uma
organização programática, ela já é uma direção, tanto em seu conteúdo com em
sua forma. Iniciativa é direção, ainda que se evite a palavra, ainda que a
direção dada seja justamente a mais democrática e a mais universalizante
possível, aquela que potencialize a direção como algo compartilhado e não
exclusivo.
478 - Sua crítica: Exigir a gestão do transporte público por
seus trabalhadores e usuários é tão plausível quanto decretar por lei o fim das
demissões em pleno capitalismo. Se, por um lado, o MPL se parece a uma
organização reformista por defender um programa máximo capitalista, por outro,
se parece a uma organização trotskista ao acreditar que o capitalismo pode
funcionar convivendo com gestões proletárias de setores estratégicos da
economia.
479 - Como é que setores da juventude trabalhadora
qualificada podem buscar que jovens trabalhadores precarizados da periferia se
organizem politicamente em seus territórios como base, se a juventude
qualificada ao invés de se organizar como base prefere se organizar por meio de
agrupações temáticas e grupos de afinidades? Como fazer “trabalho de base” sem
ativar em base nenhuma?
480 - Nos comentários… Marx e natureza humana: “O que constitui a
alienação do trabalho? Primeiramente, ser o trabalho externo ao trabalhador,
NÃO FAZER PARTE DE SUA NATUREZA, e por conseguinte, ele não se realizar em seu
trabalho mas negar a si mesmo, ter um sentimento de sofrimento em vez de bem-estar,
não desenvolver livremente suas energias mentais e físicas mas ficar
fisicamente exausto e mentalmente deprimido (…).
481 - Fagner coloca que o
MPL dele tentou sim fazer reuniões abertas em diversos momentos, sem muito
sucesso. Logo, não é tão simples.
482 - Não sabia: Aliás, o marxismo só se afirmou como
hegemônico devido à derrota da Comuna de Paris e à ascensão do movimento
operário na Alemanha, que deslocou o centro internacional do movimento operário
para a Alemanha, dando visibilidade aos escritos vindos da Alemanha [cf. Marcos
Del Roio, “O império universal e seus antípodas: a ocidentalização do mundo”,
São Paulo, Ícone, 1998, p. 177-178]).
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