Econ - Textos Variados LXIII
Mauro Benevides Filho:
11 - Entrevista creio que em 2002 com ele que ensinava na UFC e era o economista da campanha de Ciro. Pós-keynesiano, propositor de um “imposto Kaldor”. Vê a dívida como principal problema e prevê um superávit capaz de reduzi-la.
12 - Quando perguntado “Para economistas ortodoxos, só é possível baixar a taxa de juro com um superávit primário maior, em torno de 5%, para que caiba nessa economia um juro real de 3%.”, responde que tal patamar de superávit exige ao mesmo tempo a redução dos juros. (Em tempo, quem dera algum BC brasileiro naquela época praticasse juro real de 3%).
13 - Benevides assim via a questão dos juros: Ele é alto em função da vulnerabilidade externa. Como o governo não fez nada para combatê-la, ele fica lá em cima para atrair capital e fechar as contas do déficit externo. (A solução seria atacar a vulnerabilidade externa). Propomos uma política industrial para incentivar a exportação e substituir a importação. Com a reforma tributária, as exportações vão ficar mais competitivas. E, para fomentá-las, daremos crédito também competitivo. No caso das empresas dispostas a fazer a substituição de importação, poderão ser adotadas tarifas de proteção, atreladas a compromissos de produção e produtividade.
14 - A reforma tributária vai estabelecer apenas cinco impostos. O ICMS, o IPI e o PIS/Cofins serão substituídos pelo imposto sobre o valor agregado (IVA), apurado no destino, não mais na fonte, mas com uma compensação aos Estados produtores, de 35% a 40%.
15 - Imposto Kaldor substituindo o de renda: tributa apenas o consumo efetivo. Dinheiro usado para poupar ou investir não é tributado.
ÉPOCA – O Kaldor deu errado em todos os lugares onde foi implantado.
Benevides – Ele teve uma experiência no Sri Lanka, mas totalmente diferente daquilo que estamos propondo.
ÉPOCA – Deu errado na Índia também. Por que no Brasil daria certo?
Benevides – A CPMF não existe em nenhum lugar do mundo, mas deu certo no Brasil.
16 - Ao fazer um sistema mais simples, levo mais gente para a formalidade e aumento a contribuição.
17 - Defende o sistema de capitalização da previdência. Como financiar a transição?: A diminuição da informalidade e da sonegação, a partir da reforma tributária, também amplia a base. Menciona outros impostos também.
18 - Nossa condução da política monetária vai levar em conta não só as metas de inflação, mas também a taxa de desemprego aberto do IBGE. Esse novo parâmetro foi batizado de Índice de Desconforto.
Mercado Manda - Eleições 2002:
19 - Notícia interessante apenas. Que fim de setembro o mercado cobrava bastante Lula que anunciasse nome tranquilizador na equipe econômica de um futuro governo. PT colocou que seria algo prematuro e arrogante. Ciro era elogiado por já ter anunciado Scheinkman quando estava bem.
20 - O dólar subiu quase 6,0 por cento e fechou a 3,78 reais, novo recorde do Plano Real...
21 - "Muito importante é a especificação de quem vai trabalhar no BC." (...) Mas no caso específico do BC, Lula foi claro sobre um ponto. Nesta manhã, ele descartou totalmente a possibilidade de o atual presidente do BC, Armínio Fraga, permanecer em um eventual governo seu. (...) Werlang lembrou, no entanto, que a política para o BC é o que importa a médio prazo. De saída, o que o investidor quer ouvir é a afirmação dos compromissos fiscais e monetários firmados com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Meszaros - A Crise em Desdobramento e a Relevância de Marx:
22 - Já li e fichei em “Pasta - Autor - István Meszaros (Textos)”.
Meszaros - A única economia viável:
23 - Também já li e fichei em “Pasta - Autor - István Meszaros (Textos)”.
Mike Whitney - O Apocalipse Australiano:
24 - A actividade segunda-feira na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE) foi realmente insólita. Começou com a Casa Branca a anunciar que o défice fiscal deste ano ascenderia até uma altura récord de quase US$500 mil milhões. (Só?!)
25 - O suspiro que precede a falência: a Merrill Lynch está a assumir mais US$4,4 mil milhões de cancelamentos, e a 'vendê-lo' por 22% do valor original.
26 - Na Austrália, o NAB (banco): A fuga teve lugar dias depois de esse banco de Melbourne horrorizar os mercados ao anunciar uma redução de 90% de seus £550 milhões de haveres da dívida hipotecária estado-unidense, uma admissão de que os seus títulos classificados como AAA eram virtualmente sem valor. (...) O banco optou por um cancelamento de 100% de uma parte das "melhores" CDOs no valor de £450 milhões, embora todas elas fossem classificadas como AAA. (...) Está claro que os bancos não tomaram as mais mínimas providências sequer para protegerem-se contra a sua exposição ao risco dos empréstimos imobiliários estado-unidenses que, nas palavras de John Stewart, estão a experimentar um 'desmoronamento'.
27 - Os conduits são operações fora do balanço efectuadas pelos bancos as quais contêm centenas de milhares de milhôes de dólares em títulos que agora não valem praticamente nada. Até agora, muitos destes bancos não declararam com precisão as perdas decorrentes dessas transacções na esperança de que o mercado imobiliário se estabilizasse e que o valor dos títulos tornasse a subir. A medida tomada pelo NAB é uma 'mudança de jogo'".
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