Econ - Francisco Baqueiro - Análise Crítica de Hayek

 

Anotações Sobre “Economia Pura” (Antigos IV).

 

Pura entre aspas.

 

 

Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.

 

Francisco Baqueiro - Análise Crítica de Hayek:

1 – Texto de 2004 mais ou menos analisando “O Caminho da Servidão”. Francisco é Mestre em Administração pela UFBA. Trabalha na Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia. fvidal@seplan.ba.gov.br

2 - Num rodapé, afirma que Hayek ao menos usou a distorção de pensamento de seus inimigos menos que Popper, que teria inventado especialmente certo Hegel.

3 - Hayek foi o primeiro presidente da Sociedade Mont Pèlerin, de 1947 a 1961. Para lá se dirigiram intelectuais como o próprio Mises, além de Karl Popper, Milton Friedman, Lionel Robbins, entre outros.

4 - Por motivos pragmáticos, os alvos principais do livro foram o capitalismo de bem-estar social e o keynesianismo, tidos como bem-intencionados, mas portas para a tirania socialista.

5 - Friedman ao lançar Capitalismo e Liberdade nos EUA reclamou: “Os proponentes do governo limitado e da empresa livre ainda estão na defensiva” (FRIEDMAN, 1988, p. 177).

6 - Thatcher passou a volta e meia render homenagens a Hayek.

7 - Hayek se baseou no “Democracia na América” de Tocqueville, pero no mucho. ... para Tocqueville, o incremento do poder central do Estado é derivado do próprio desenvolvimento das sociedades democráticas modernas. O aumento da igualdade entre os homens, bem como a crescente complexidade da divisão social do trabalho, estimulam a centralização do poder estatal.

8 - Hayek jogava todo mundo num balaio de gato para criar o mito liberal da conspiração coletivista - Polanyi (2000). Spencer meio que já fazia isso, afirma.

9 - Ao sistema comercial inglês, contrapõe o que chama de sistema militar alemão. O primeiro prezaria pela liberdade individual e sua garantia. Já o segundo, na busca cada vez maior de uma organização global para a sociedade, termina por destruir a liberdade dos indivíduos.

10 - Dessa oposição simplista faz uma previsão furadíssima: Quando incompletos, tanto a concorrência como o dirigismo central se tornam instrumentos fracos e ineficientes. Eles constituem princípios alternativos usados na solução do mesmo problema e, se combinados, nenhum dos dois funcionará efetivamente e o resultado será pior do que se tivéssemos aderido a qualquer dos dois sistemas (HAYEK, 1987, p. 62).

11 - Baqueiro diz que a “oposição” acima vem de Spencer e a crítica à solução mista vem de Mises.

12 - No ambiente de efervescência política da Alemanha da República de Weimar, alguns desses teóricos terminaram por filiar-se intelectualmente ao movimento nazista, destacando-se, entre outros, Werner Sombart. Essa adesão foi significativa, já que Sombart havia militado anteriormente no campo marxista.

13 - Ação humana e racionalidade ilimitada: Hayek rompe com parte dessa visão do individualismo metodológico, que ele denomina de individualismo racionalista ou, simplesmente, falso. Para ele, os resultados não-intencionais da ação humana são significativos. (obs.: Segundo Elster (apud PAULANI, 1996, p. 106), “Individualismo metodológico é a doutrina segundo a qual todos os fenômenos sociais (sua estrutura e sua mudança) são explicáveis, em princípio, apenas em termos de indivíduos: de suas características, fins e crenças”.)

14 - … E ele foge disso por uma razão talvez ideológica: se o conhecimento dos resultados é (fosse) preexistente às ações concretas dos indivíduos, por que então não englobá-las em um plano?

15 - Hayek coloca que Estado de Direito não é a lei, mas sim a garantia da ordem impessoal do mercado, já que este é quem traz a bonança. Afirma: qualquer lei aprovada pelo parlamento pode, assim, infringir o Estado de Direito.

16 - Hayek: Em termos mais objetivos, porém, mostra-se mais cauteloso: “[...] sob o nome de previdência social, é possível introduzir medidas que contribuirão para tornar a concorrência bastante ineficaz”.

17 - Hayek diz que os gastos governamentais estritamente necessários, por uma razão ou outra, devem ser tratados com extremo cuidado para não atrapalhar a concorrência.

18 - Como um socialista autoritário, relativiza bastante a democracia, claro que sob outros fundamentos: A democracia é, em essência, um meio, um instrumento utilitário para salvaguardar a paz interna e a liberdade individual. E, como tal, não é de modo algum perfeita ou infalível. Tampouco devemos esquecer que muitas vezes houve mais liberdade cultural e espiritual sob os regimes autocráticos do que em certas democracias — e é concebível que, sob o governo de uma maioria muito homogênea e ortodoxa, o regime democrático possa ser tão opressor quanto a pior das ditaduras (HAYEK, 1987, p. 83-84).

19 - Baqueiro coloca que Mises é mais sincero ao fundamentar o liberalismo na propriedade privada. Hayek e Spencer querem dar a entender que a liberdade individual é a base.

20 - Lembra que Hayek previu inclusive uma “demarquia” para evitar os “desvios democráticos” inerentes às maiorias.

21 - O que legitima a suspensão temporária de liberdades individuais segundo Hayek? Só a guerra e por outras calamidades temporárias.

22 - Conquanto esses ataques não abalassem o prestígio geral de Keynes junto à intelectualidade e ao governo inglês, sua resposta aos mesmos foi no mínimo frustrante: elogiou abertamente o conteúdo do livro, fazendo, porém, reparos quanto à sumária condenação hayekiana ao planejamento estatal no capitalismo (HEILBRONER, 1996, p. 259).

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