Econ - Maurício Chalfin Coutinho - Incursões Marxistas (Economia Brasil)
Anotações Sobre “Economia Pura” (Antigos V).
Pura entre aspas.
Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.
Maurício Chalfin Coutinho - Incursões Marxistas (Economia Brasil):
1 – Defende que a economia política marxista não exerceu um impacto decisivo no pensamento econômico brasileiro. Cita Guido Mantega como autor que discorda sobre não haver essa influência. CEPAL é que comandou a parada e os “marxistas” teorizavam de acordo com os objetivos pragmáticos da orientação política, defende. A subordinação ao desenvolvimentismo revela também a pequena criatividade do marxismo brasileiro.
2 - Os trabalhos de Sergio Silva (1976), João Manuel Cardoso de Mello (1985) e Ignácio Rangel (2000) são três bons exemplos do que aqui se denomina de estudos de desenvolvimento econômico influenciados pelo marxismo. A temática destes trabalhos é a da industrialização; no caso de Rangel, trata-se de ensaios sobre as implicações da transformação de uma economia agrária em urbano-industrial. Diz que Mello buscou uma interpretação distinta do modelo “centro-periferia” de Furtado para no fim dizer algo bem parecido usando categorias marxistas.
3 - Coloca que a obra de Rangel seria a mais original em relação ao estruturalismo cepalino (e seria tributária às analises de Lênin da Rússia). Não explica muito.
4 - Coitado de Paul Singer. Olha o que se fala sobre um artigo dele. A Revista Civilização Brasileira, editada entre 1965 e 1968, refletiu em suas matérias econômicas a oposição ao governo militar, na forma de uma crítica à política econômica Campos-Bulhões. A maior parte dos artigos da Civilização Brasileira manteve-se impregnada do pessimismo crônico das visões estagnacionistas, tornadas canônicas por Celso Furtado (1966) e amplamente aceitas nos meios estruturalistas e de esquerda até a taxativa contestação de Maria da Conceição Tavares e José Serra (1971). Revista numa perspectiva histórica, a recessão do início dos anos 60 não parece justificar o elevado pessimismo e muito menos o viés estagnacionista das críticas da esquerda. Mas o mais curioso — e até mesmo emblemático — foi o fato de um raro exemplar de artigo contendo uma explicação inovadora da inflação e da queda da taxa de crescimento, não-referida ao estagnacionismo, vir a ser violentamente contestado pelos "marxistas", a despeito de ter sido elaborado por um deles. Essa contestação dos “marxistas” se baseava na suposta “inflação estrutural”.
5 - Afirma que os “marxistas” tiveram pouco ou nada a dizer no debate sobre a inflação dos anos 80. Mesmo sobre a questão da inflação inercial.
6 - Crítica à razão dualista, de Oliveira (1972), um monumental ataque à economia política da CEPAL e um esforço de reconstituição da lógica da industrialização brasileira e da política econômica da era Vargas, utiliza hipóteses marxistas sobre mercado de trabalho e custo de reprodução da força de trabalho para interpretar a racionalidade da política de salário mínimo adotada por Vargas.
7 - Coloca que os marxistas se dedicavam bastante ao tema da Economia Rural. Debates sobre o histórico dos modos de produção do Brasil e propostas de reforma agrária.
8 - Concordando com a natureza feudal ou semifeudal do agro brasileiro, mas divergindo das propostas de reforma agrária em evidência no início da década de 60, colocou-se Ignácio Rangel (2000). Vale lembrar que Rangel recorreu a uma explicação particular do papel da intermediação agrícola na formação dos preços, associada à análise da questão agrária, em sua celebrada interpretação da inflação brasileira. Como foi dito, a posição de Rangel sobre a questão agrária denota, antes de mais nada, um entendimento específico e sofisticado do desenvolvimento brasileiro, referido à distribuição do trabalho social e aos mecanismos de adaptação criados na passagem da economia agrária à urbana.
9 - Ao negar o caráter semifeudal das relações sociais e enfatizar o papel do assalariamento na agricultura, Caio Prado Jr. (1966) tornou-se um dos pivôs intelectuais de um forte movimento de rejeição e de ruptura com as interpretações adotadas pelo Partido Comunista Brasileiro.
10 - Coloca que as teorias da superexploração e dependência tiveram muito a ver com esse impulso original de Caio.
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