Econ - Jennifer Hermann - Auge e Declínio do Modelo de Crescimento Com Endividamento - o II PND (Parte 2)
(continuação...)
211 - Afirma que os primeiros anos do milagre, até 1971, se aproveitaram da recuperação da capacidade ociosa existente. Coloca, porém, que os anos seguintes foram por expansão da demanda agregada incentivando os investimentos privados. Assim, em 1974, muitos desses investimentos estavam “no meio” da história. Uma forte desaceleração econômica poderia ser um desastre, por isso os empresários demandaram a continuidade do crescimento.
212 - Geisel assumiu em 74, mesmo ano da derrota da Arena no parlamento, o que fortalecia sua tese de que o governo tinha que se tornar moderado no autoritarismo, a fim de não continuar inflamando a oposição - MDB e elites locais. Queriam se unir aos empresários, em oposição à “ala dura” e às esquerdas. Não era hora de ortodoxia econômica portanto.
213 - Mario Henrique Simonsen estava de olho na inflação que bateu 46% em 76. A política monetária e fiscal passou a ser contencionista. Ainda assim, o crédito continuava a se expandir. A inflação não foi reduzida, mas ao menos era contida.
214 - Estatais, porém, puxavam a expansão atingiram 40% na FBCF brasileiro, mais que os 33% do milagre. Foi por isso que a administração direta pôde manter superávits primários mesmo com carga tributária estável.
215 - A dívida crescia, mas devido às pressões do câmbio. Manter a cotação e tal.
216 - Li em outro texto, sobre o período Médici: “Esse comprometimento era moldado pelas tendências da economia brasileira e por eventos conjunturais que davam periodicamente um sentido de otimismo sobre a capacidade brasileira de isolar-se da crise externa. Quanto ao primeiro ponto, observa-se que as exportações do País tinham crescido a uma taxa anual de 25% nos seis anos precedentes ao choque do petróleo, nível bem maior do que as taxas de juros cobradas no período (Macarani 2008, 8–9). Se essa tendência se mantivesse, e a dívida externa mantivesse ritmo de crescimento estável, a relação dívida/exportação declinaria com o tempo, tornando a dívida externa brasileira administrável. Assim, do ponto de vista econômico, a contratação de empréstimos internacionais com taxas de juros menores do que as expectativas de crescimento das exportações era argumento poderoso. Apesar de ter sido apresentado como equivocada uma década depois, houve poucas discussões sobre os riscos dessa estratégia no início da década de 1970. Além disso, se o primeiro choque do petróleo tivesse sido o único, ou se tivesse tido menor impacto, a estratégia de financiamento adotada pelo governo, em retrospecto, poderia ter sido aceitável”. No mesmo texto, diz que Simonsen alertava Geisel de que sua estratégia era insustentável no longo prazo, mas ele só queria saber de crescimento. Menciona também euforia com descobertas da Petrobrás na Bacia de Campos. Falava-se em 75% de autossuficiência nos próximos anos. Ficou longe disso. Corrobora algumas coisas deste texto: “Quando o governo recebeu o resultado da derrota nas eleições parlamentares, no primeiro ano de gestão, não houve saída a não ser afastar-se de políticas que pudessem trazer recessão ao País”.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292011000200003
(continua...)
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