Filosofia - Textos Diversos XVII - Entrevista com Marilena Chauí

 

Entrevista com Marilena Chaui:


296 - Bento Prado Jr. diz que o objeto da especulação, que é a essência da metafísica, é Deus. Por isso Spinoza era um choque, pois foi o primeiro filósofo ateu especulativo, buscava uma verdade, não abdicava desta. Chauí diz que ontologia do necessário não é fatalista, ao contrário de toda a interpretação comum.

297 - Espinosa destrói a concepção de livre-arbítrio sem abrir mão da de liberdade. E a humana é como a divina (e aqui não entendi bem como ele ou todo esse pessoal sabe como é “Deus”), ou seja, somos livres quando nossa ação é determinada por nossas necessidades naturais, da força interna do nosso ser, e não do poderio de causas externas sobre nós.

298 - ...Ou seja, necessidade na verdade não aprisiona a liberdade, sendo, na verdade, meio que a potência da mesma. (Isso me lembra um pouco meu TCC) (Creio que faltou ela responder por que isso não é livre arbítrio).

299 - Diz que Althusser só fazia a remissão de Marx a Espinoza, mas não ia direto nele para compreender a política do seu tempo. Sente que Negri em 70 até faz isso, mas aí ela já tinha sentido a mesma coisa antes. Negri fala de Espinoza, segundo Prado Jr., em artigo de 1999 na Folha, como antídoto ao pensamento pós-moderno.

300 - Coloca que os intérpretes mais atuais concordam no que recusam da interpretação antiga (panteísmo, monismo, acosmismo… Não tem nada disso), porém, discordam no que afirmam em substituição a essas características. Cita discordâncias com Negri, por exemplo

301 - E, de fato, nervura do real pretende assinalar, desde o começo, que estamos numa filosofia que não trabalha com a cisão sujeito-objeto, não considera, à maneira cartesiana, que a consciência seja um princípio da filosofia, e não admite, à maneira kantiana, que o real seria a multiplicidade bruta a ser organizada e ordenada como fenômeno pelo sujeito do conhecimento. Nervura do real e imanência significam a realidade auto-ordenada e auto-estruturada por um princípio inteligível que é sua própria ação e sua própria existência. Essa inteligibilidade plena do real é afirmada pela primeira definição da “Ética”, a da “causa de si”.

302 - Muitos méritos dos dois na entrevista. O resultado é bom porque dá muita vontade de conhecer sobre todas essas polêmicas sobre Espinoza.

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