Filosofia - Textos Diversos XV

 

Eduardo Sugizaki - Para Uma Leitura Leiga de Nietzsche:

                281 - Nada que não saiba. O texto parece mais uma poesia de adoração à Nietzsche que qualquer outra coisa.

 

Elvis Vitoriano - Alienação Para Marx e Foucault:

282 - Texto muito curto para um tema tão complexo. O resumo é que, para Foucault, o doente mental também possui consciência da doença que o acomete. Sabe que há duas realidades dentro dele. Portanto, não está alienado.

 

Émile Durkheim - Divisão do Trabalho Social e Direito:

283 - Observa que nem dá pra dizer muito bem se o direito é quem cria os fenômenos e a solidariedade social ou se, na verdade, se nutre desta. Ovo ou a galinha.

284 - Por que ele está analisando o direito? Mas não podemos conhecer cientificamente as causas senão através dos efeitos que produzem, e, para melhor determinar a sua natureza, a ciência não faz senão escolher de entre esses resultados àqueles que são mais objetivos e que melhor se prestam à medida. Ela estuda o calor através das variações de volume que as mudanças de temperatura produzem nos corpos, a eletricidade através dos seus efeitos físico-químicos, a força através do movimento. Por que é que a solidariedade social haveria de ser exceção?

285 - Não entendi onde ele quis chegar. Deve ter sido o sono. Ou não.

 

Entrevista com Apel:

286 - Pondé sempre iniciando com polêmica: Percebe-se como ele se bate contra a idéia de que a moral possa se dissolver no mundo sombrio do senso comum vadio contemporâneo, no qual o obsessivo desejo de "felicidade" devora qualquer drama moral.

287 - E continua: Para o pragmatismo rortiano o que falta em pensadores como Apel e Habermas é "estômago" para a absoluta contingência e por isso insistem nessa obsessão por filosofias transcendentais. Para Apel (autor de "Estudos de Moral Moderna", Ed. Vozes), quando o homem aceita trocar alegremente a "verdade" pelo "útil" ou "eficiente", ele na realidade selou sua sorte: redução de sua capacidade cognitiva e racional. Trata-se de uma ameaça direta à verticalidade do Homo sapiens. Supor que a racionalidade estratégica (ainda que cheia de "boas intenções ianques") possa ser uma forma válida de se enfrentar a contingência ontológica é condenar-nos à barbárie.

288 - Não reconhecer o peso (e a angústia) da "verdade" que trouxe o pragmatismo americano é uma ilusão perigosíssima! Todavia (e aí incorro no "pecado europeu", como diz Rorty, eu e o Habermas somos grandes "pecadores"), não se pode simplesmente ficar paralisado diante da vitória da "doxa" sobre a "episteme". É a morte do pensamento, e é uma ilusão achar que o homem pode sobreviver à morte do pensamento! Esse problema me parece crucial: os relativistas contemporâneos, principalmente os pragmáticos, que são os mais radicais, não percebem que o valor de sua "descoberta" está na crítica que ela faz do solipsismo cognitivo e epistemológico da teoria do conhecimento moderno (na realidade começa com Santo Agostinho). Descartes, Kant, Husserl, todos erraram quando pensaram que era um tipo de "eu penso" solitário que poderia gerar uma racionalidade fundante para qualquer "ciência". Proponho abandonar o "eu penso" pelo "eu argumento". (...) Existem condições de possibilidade universais que sustentam qualquer argumentação séria possível, sem as quais o argumentador cai em autocontradição performativa. (...) Na realidade ninguém, nem o segundo Wittgenstein, nem Rorty, nem qualquer outro representante do "linguistic-pragmatic-hermeneutic-turn" pode renunciar ao recurso lógico-intelectual público para expor suas teses relativistas acerca da não validade universal das propostas filosóficas. No "público" já está implícita a racionalidade discursiva.

289 - Os cientistas estão imersos em uma comunidade comunicacional real, do contrário não conseguem nem mesmo fazer a hipótese "acontecer". (...) Sem esse campo democrático de respeito, toda fala é blablablá... É a argumentação que deve ser o modelo transcendental (sentido kantiano) para a fundação de uma ética atualmente (o que chamo de ética da discussão), em um mundo pós-metafísico, sem Deus e cheio de almas mortais...

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