Filosofia - Textos Diversos XVI

 

Entrevista com Bento Prado Jr:

290 - Filósofo maior do Brasil segundo uma publicação. Parte desse sucesso se explica pelo fato de que, no mundo superespecializado de hoje, Bento Prado Jr. é um dos poucos que dominam as três vertentes principais da filosofia ocidental: a francesa, a germânica e a anglo-saxônica. O que lhe permite, por exemplo, explicar John Searle para os franceses e Gilles Deleuze para os ingleses.

291 - Um ano depois, estávamos num boteco com Foucault. Ele ainda não tinha publicado "As Palavras e as Coisas", mas estava aqui no Brasil dando o curso sobre os mistos empíricos e transcendentais, "vida", "trabalho" e "linguagem". Estávamos os três na mesa e eu lhe perguntei: "O senhor acha que a noção de 'vida' em Bergson tem um papel transcendental?". Ele me respondeu: "Mas é óbvio que tem".

292 - Organizamos então um projeto de administração paritária da universidade, com a gestão mantida por um quórum de 50% de professores e 50% de alunos. Em julho, muitos departamentos, em graus diferentes, já estavam aceitando essa forma de administração. Em nosso departamento, a paritária chegou a ser organizada formalmente.

292 - Entrevista leve e interessante, mas não sei um quinto das tretas.

 

Entrevista com Luc Ferry:

293 - Coloca que a acidez do século faz com que ninguém mais queira se sacrificar pela pátria, religião ou revolução. O século contestou tudo, até a tonalidade da música.

294 - Nietzsche foi o primeiro grande “desconstrutor”, filosofava com martelo, e, por isso, é o pai fundador do Século XX de certa forma.

295 - Gostei não. Muito curta. Pegada abstrata.

 

(...)

 

Entrevista Com o Filósofo Michel Onfray:

303 - Michel Onfray decidiu fundar, entretanto, a Universidade popular de Caen, como forma de criar um novo Jardim de Epicuro, mas fora das paredes, lançando as bases para uma autêntica «comunidade filosófica» contra o mercantilismo dos saberes.

304 - Escola: negligencia a inteligência para privilegiar o exercício da memória e da repetição calibrado em função de um programa feito para isso. A educação nacional ensina sobretudo a submissão, a docilidade, a hipocrisia, o artificial.

305 - Cita Sócrates, Diógenes, Erasmo, Montaigne, Nietzsche, Stirner, Faure como maiores influências de sua pedagogia libertária.

306 - O negar por negar pode meramente gerar um rebanho de empobrecidos incultos.  A pedagogia libertária não é a pedagogia liberal pós-anos 60 que deixa o jovem livre na turma, e que dá plenos poderes à competição entre classes sociais, e que é, ela própria, geradora de reprodução social… . Dá a entender que faltou “positividade” ao Maio de 68. Tudo era reacionarismo para este.

307 - ...no meu entender, a autoridade produz uma submissão massiva, pois o medo, o temor e o desejo de servidão voluntária são grandes. A revolta não é gerada pela ditadura - se assim fosse, seria preciso desejarmos a ditadura enquanto momento dialéctico das revoltas lógicas

308 - O saber clássico deve ser ensinado de modo alternativo. A subversão cínica, o hedonismo cirenaico, a libertação epicurista, a alegria gnóstica, só para ficar na Antiguidade, são ilustrações de saberes alternativos. E cita também pegar interpretações alternativas dos clássicos. (...) mostrar que o conceito erróneo de pré-socrático, desvalorizando o predecessores socráticos, pressupõe uma escrita platónica da história da filosofia, explicar as razões da evicção do materialismo de Demócrito( cuja obra completa Platão queria queimar em auto-da-fé…).

309 - O texto é de 2005.  A Universidade popular é um organismo vivo e, como tal, mortal. Os três anos da sua existência já permitem identificar alguns vírus, erros e ataques.

310 - Quer uma educação elitista para todos.

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