Filosofia - Textos Diversos VII
César Schirmer dos Santos
- A Árvore do Conhecimento e a Certeza dos seus Frutos:
162 - Descartes propõe que se busque princípios
para todas as ciências que não possam ser objeto de dúvida para um ser humano. Chamaria
isso, ele, de certeza metafísica.
163 - A “certeza moral”
da vida prática não deveria ser objeto da ciência.
164 - Em Descartes, a
metafísica seria a raiz da árvore do conhecimento. Sistema trial do filósofo: Deus e o espírito humano são objeto de
estudo da metafísica, e a matéria é estudada pela física. Deus é o fiador
da existência dos corpos e pela nossa inclinação natural podemos notá-los como
verdadeiros...
165 - Outra saída de
Descartes: Equações podem representar leis naturais, mesmo que de fato não seja
através dessas leis que Deus tenha ordenado o mundo. O que importa é que essas
figuras e equações podem ser tomadas tal como se fossem verdadeiras aos olhos
de Deus, para o objetivo de chegar a conhecimentos úteis para a vida.
166 - Ora, como a ciência para Descartes é um meio
para a conquista de conforto e de saúde, a ciência que não utiliza hipóteses no
seu dia-a-dia traz danos ao conjunto dos homens, assim como o homem que adia as
refeições por não ter certeza metafísica que sua comida não está envenenada
traz prejuízos à sua própria pessoa.
167 - O autor conclui: A mecânica, que estuda o desenvolvimento de
artefatos a partir do conhecimento da matéria; a moral, que estuda as regras
perfeitas para a conduta do espírito nesta vida; e, por fim, a medicina, que
estuda a união entre a alma e o corpo, são ciências menos certas do que a
metafísica e a física apenas por serem sustentadas por elas, mas não por serem
objeto de certeza meramente moral. Obrigado!
Correntes da Filosofia no
Século XX:
168 - Positivismo lógico
de Wittgenstein ou neopositivismo: Denunciam
a metafísica especulativa. Para eles, só é rigoroso um discurso fundado ou na
razão ou nos factos positivos.
169 - A filosofia
analítica uniu o positivismo lógico e Russel: Próxima da lógica formal e da linguística, a filosofia analítica
rejeita a pretensão da filosofia de conhecer o mundo (essa é a tarefa da
ciência), preferindo interessar-se pelos enunciados da linguagem. Austin é
um expoente.
170 - Filosofia do espírito: Está ligada ao
desenvolvimento das ciências cognitivas. Os debates articulam-se em torno da
questão da intencionalidade e da relação cérebro/espírito. Rorty é um
expoente.
171 - Filosofia das ciências: Karl POPPER (1902-1994) dedica-se a
estabelecer a distinção entre o progresso da ciência e o do discurso
pseudo-científico. A ciência não enuncia verdades mas proposições refutáveis.
Uma plêiade de filósofos das ciências dedicou-se, por outro lado, a revelar as
lógicas implícitas do discurso científico: Thomas S. KUHN (1922-1996); Gaston
BACHELARD (1884-1962); Paul FEYERABEND (1924-1994) e Imre LAKATOS (1922-1974).
172 - Fenomenologia: A consciência está numa
“relação ao mundo” definida pela “intencionalidade”, isto é, pela significação
dada aos seres, às situações. Exponte: Edmund HUSSERL (1859-1938). Martin HEIDEGGER (1889-1976) propõe em Ser e
Tempo uma reflexão sobre a condição do homem face ao tempo e à morte. O existencialismo é um derivado da
fenomenologia. Karl JASPERS (1883-1969); Maurice MERLEAU-PONTY (1908-1961) e
Jean-Paul SARTRE (1905-1980)
173 - Escola de Frankfurt: Esta corrente de
pensamento desenvolve uma “teoria crítica”, inspirada no marxismo, que ataca a
razão técnico-científica enquanto instrumento de dominação e alienação. Max
HORKHEIMER (1895-1973); Theodor ADORNO (1903-1969); Herbert MARCUSE
(1898-1979). Jürgen HABERMAS (nascido em 1929) é um herdeiro da escola de
Frankfurt.
174 - Estruturalismo e desconstrução: O
“estruturalismo”, corrente de pensamento especificamente francês, designa
autores como: Jacques LACAN (1901-1981), Claude LÉVI-STRAUSS (nascido em 1908).
Ou ainda os filósofos Michel FOUCAULT (1926-1984) e Louis ALTHUSSER
(1918-1990). Nos Estados Unidos, fala-se de desconstrutivismo para designar
Jacques DERRIDA (nascido em 1930) e os estruturalistas franceses.
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