Site Voyager - Ciência Infalível e Fascismo
Site Voyager - Ciência Infalível e Fascismo:
182 - Simplificando o esquema de Kuhn: Quando a ciência entra em crise, pode acontecer duas coisas: (i) o paradigma antigo consegue superar a crise e tudo volta à normalidade ou (ii) surgirem novos paradigmas, dos quais um destes pode tomar o lugar do antigo.
183 - Para pesquisar: Muitas vezes um paradigma se torna mais popular do que outro por propaganda. Isso pode parecer um pouco estranho à primeira vista, já que temos uma visão racional da ciência, mas veja essa matéria: O físico brasileiro que não acredita em Big Bang.
184 - O átomo era considerado uma abstração. Ernest Mach, uma das influências de Albert Einstein, considerava a ideia absurda. O físico Ludwig Boltzmann, um defensor da hipótese atômica, sofreu tanta perseguição dos colegas que em 1906, somado ao histórico de depressão, cometeu suicídio enquanto a família foi à praia. Nick Hebert, ilustra muito bem como a ideia do átomo parecia uma ofensa à inteligência … O químico alemão Kekulé, famoso por sua descoberta do anel benzênico (que ele supostamente, interpretou de maneira puramente simbólica), encontrou, para dizer sobre o átomo, as seguintes palavras: “A questão da existência ou inexistência do átomo é pouco significativa sob o ponto de vista químico; sua discussão pertence mais à metafísica. ...
185 - O livro O Arco-Íris de Feynman narra como os grandes centros de pesquisa, como Caltech e Princeton, disputavam grandes nomes da física apenas por status. (...) Durante a Primeira Guerra Mundial, o ódio da Europa pelos alemães havia se tornado tão intenso que havia um programa de boicote total à cultura alemã, incluindo a ciência. Arthur Eddington, astrônomo britânico, junto com Frank Dyson, defenderam a bandeira de que a ciência estava acima das tensões políticas e usou o trabalho de Albert Einstein sobre a Relatividade Geral para defender a superioridade moral da ciência.
186 - Critica a pretensão cientificista, como se a ciência nunca cometesse erros (cita a eugenia legitimadora dos fascismos).
187 - Afirma que ridicularizar coisas como “terra-plana” não ajuda. Coloca na defensiva. Quanto mais se ataca diretamente uma concepção, mais as pessoas tendem a fortalecê-la. Bachelard chama essas concepções equivocadas de barreiras epistemológicas.
188 - Você já deve ter lido sobre o heroísmo de Giordano Bruno que enfrentou a inquisição para defender sua cosmologia e foi queimado vivo. Ou leu sobre o pobre Galileu, condenado pelos tribunais da inquisição por defender que a Terra girava. Todas estas histórias tem algo incomum, além de serem falsificações históricas: elas tentam construir a narrativa de heróis do passado da nação (ciência) que enfrentaram bravamente o inimigo, aquilo que representa o mal que impede seu avanço: a religião.
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