Econ - Site Voyager - Império Romano e Socialismo

 

Site Voyager - Império Romano e Socialismo:

438 - Maluquices da Gazeta do Povo: Com uma chamada que afirmava a existência de um “socialismo imperial” na Roma Antiga, reproduzia um trecho da obra de Will Durant, História da Civilização, escrita há mais de 70 anos, em um momento em que muitos achados arqueológicos que iluminaram o entendimento sobre as sociedades clássicas — Grécia e Roma — ainda não tinham vindo a público e quando nos EUA — país de produção dos livros — imperava uma escrita da História de viés positivista.

439 - Elogia bastante Durant e sua posição liberal, como na defesa da independência da Índia, mas, devido à sua época, estava enganado quanto ao Império em Roma.

440 - Simplificações: a história de sociedades como Grécia e Roma era tida como um primeiro passo no processo civilizatório ocidental, o que é ainda advogado por grupos conservadores, que tendem a negar a pluralidade dessas sociedades e a inspiração que outros povos próximos deram à sua cultura, política e economia.

441 - O compêndio de volumes de Durant consultava os especialistas em cada período histórico. Nessa, buscavam fonte às vezes no pilar ideológico “rival” até: Fiel a uma visão da escrita da história chamada de metódica ou positivista, Rostovtzeff entendia a História como um fazer literário que devia tratar das grandes narrativas e grandes feitos: sua preocupação estava na formação e queda dos impérios ateniense e romano.

442 - Esse autor pegava noções do seu tempo e empurrava sem dó na realidade da Idade Antiga, como se a produção para venda e divisão social já fossem generalizadas: Rostovtzeff via a democracia ateniense como equivalente ao socialismo soviético, podando a livre iniciativa da “burguesia”. O Império Romano teria também se tornado muito parecido com a Rússia pré-Revolução: no século III de nossa era, segundo o entendimento de Rostovtzeff reproduzido na obra de Durant, teria havido uma aliança entre camponeses e militares. Os imperadores da Roma tardia, oriundos nessa época de setores do exército, teriam estrangulado a “livre iniciativa” econômica ao controlar preços e distribuir alimento à população. A interpretação desse historiador sobre o declínio do Império Romano relega a segundo plano até as tensões provocadas pelas invasões bárbaras. (...) como ignora mais de 70 anos de pesquisas e debates na área que mostram que a desestruturação do império romano do Ocidente foi um processo multifacetado, com razões não apenas econômicas, mas também políticas e culturais.

443 - Como bem colocou G.W. Bowersock em 1974, “hoje não há, provavelmente, nenhum historiador respeitável que aceite as teses básicas do livro de Rostovtzeff”. Não era o que ocorria quando os Durant, na década de 1940, escreveram o volume sobre a história de Roma. Hoje entende-se, conforme lembra Pierre Grimal, que as ações de Aureliano e Diocleciano ampliaram a sobrevida do Império.

444 - Debate de Oikos. Na visão de Bücher, as sociedades antigas não possuíam sistema de trocas. O oikos (casa) seria uma unidade autônoma, produziria tudo o que ele mesmo consumisse. (...) Eduard Meyer se opôs de forma contundente às noções de Bücher, aplicando conceitos e terminologias da economia capitalista de fins do século XIX às sociedades clássicas, tais como indústria, classe e status. Em sua análise, o que muda da economia antiga para contemporânea é a escala: o comércio e a indústria ocorriam em menor escala na Antiguidade pois a população era em número menor.

445 - Texto afirma que ambos tinham erros: a contribuição de Max Weber para o estudo da economia das cidades antigas foi fundamental, pois mudou o foco do debate: a questão não era mais dos estágios de evolução econômica, mas sim a articulação entre economia e política. (...) Karl Polanyi também contribuiu largamente para a área, defendendo que um mercado regido por autorregulação era algo recente na história humana, não existindo na Antiguidade.

446 - (Esperava mais do texto. Desenvolveu-explicou quase nada dos debates).

.

Comentários