Gustavo Machado - Trotsky e a burocratização da URSS, O significado da revolução política (e outro sobre Silvia Federici)

 

Gustavo Machado - Trotsky e a burocratização da URSS, O significado da revolução política:

146 - Levanta-se contra a interpretação de Chasin e outros de que Trotsky colocava a solução da URSS de Stálin por mera revolução política. Troca dos pastores para retomada do caminho certo.

147 - Como se sabe, em 1926, dois importantes líderes da revolução de outubro (Zinoviev e Kamenev) rompem com Stalin e se aliam a Trotsky, em uma coalizão que ficou conhecida como oposição unificada. Kamenev era bastante otimista quanto ao próximo Congresso, que bastava Trotsky querer enfrentar. Resposta dele a Kamenev: “Não me sinto em absoluto fatigado, porém penso que devemos nos armar de paciência por um tempo bastante considerável, por todo um período histórico. Não é questão hoje de lutar pelo poder, mas de se prepararem os instrumentos ideológicos e de organizar a luta pelo poder em benefício de um novo impulso da revolução. Quando sobrevirá este novo impulso, não o sei”. (...) Aponta, assim, para a necessidade de uma “revolução política com alma social”. Neste sentido, destaca a necessidade de retomar o trabalho anterior à 1917, atuar em meio a classe trabalhadora e impulsioná-la, jamais pretender substituí-la.

148 - Trotsky escreve que o poder não é fim em si mesmo. Responde a toda a ação revolucionária: educação e comunhão das massas trabalhadoras.

149 - Resume assim o que seria a verdadeira explicação central de Trotsky: é o surgimento da burocracia que explica a origem e a consolidação do stalinismo. A burocracia, por sua vez, é um fenômeno associado ao atraso social russo, conjuntamente com o fracasso da revolução internacional, processo este acelerado pela guerra civil.

150 - Marx em 1850: “os nossos interesses e as nossas tarefas consistem em tornar a revolução permanente até que seja eliminada a dominação das classes mais ou menos possuidoras, até que o proletariado conquiste o poder do Estado, até que a associação dos proletários se desenvolva, não só num país, mas em todos os países predominantes do mundo, em proporções tais que cesse a competição entre os proletários desses países, e até que pelo menos as forças produtivas decisivas estejam concentradas nas mãos do proletariado”.

151 - Portanto, defende que Trotsky sabia que “mudar a direção” era só o início de outra luta maior. Stálin não dava primazia ao “internacionalismo”.


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Gustavo Machado - O trabalho reprodutivo de Silvia Federici, evolução ou ruptura com o marxismo:

131 - Federici: o maior setor trabalhista do mundo seria o reprodutivo e não é levado em conta mesmo no conceito de “tempo socialmente necessário” ou qualquer outro. (Difícil entender. Qual seria a diferença prática para o valor?).

132 - Trabalho no capitalismo: Nessa forma de sociedade, o trabalho é o consumo da força de trabalho que pode ser vendida abertamente no mercado enquanto tal. Sem o consumo da força de trabalho não há valor, não há mais-valia, não há acumulação de capital e todo o resto. (...) Federici precisa criar um conceito de trabalho como sendo mero dispêndio de esforço e energia em uma atividade qualquer.

133 - Tanto Federici quanto Gustavo me parecem estar discutindo discutindo abstrações e conceitos descolados da realidade. Exemplo: A questão é: o trabalho doméstico é uma condição necessária para a acumulação de capital? Evidentemente não. Escreve ele. Como assim não? Indiretamente sim.

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