Econ - Textos Variados LXXVI (Rothbard)
Rothbard - Crise Bancária e BC Interventor:
182 - Critica a ideia de que os bancos se tornam confiáveis pela existência de um fundo garantidor a la FGC. Alerta para falência de uma instituição do tipo no fim da década de 80. (O texto é de 1991).
183 - Um fenômeno fascinante apareceu nessas atuais corridas aos bancos, assim como já tinha aparecido nas antigas: quando um banco "insalubre" era submetido a uma corrida fatal, isso gerava um efeito dominó sobre todos os outros bancos das proximidades, de forma que eles também eram sugados e aniquilados por essas corridas. Como admitiu um estonteado Paul Samuelson - o legítimo senhor establishment - para o Wall Street Journal, após todo esse surto: "Jamais imaginei que estaria vivo para ver novamente o dia em que corridas aos bancos realmente aconteceriam. E quando os bancos bons sofrem corridas só porque alguns bancos ruins e azarados entraram em colapso... isso significa que fizemos uma regressão no tempo."
184 - Rothbard critica que essa crise bancária do final dos 80 seja colocada na conta dos “maus” bancos que contaminam a expectativa dos agentes - devido a seus investimentos irresponsáveis ou sei lá o que mais -, fragilizando inclusive os “bons” bancos. Ele coloca que a questão é sistêmica. Estrutural. Não é culpa de um ou dois maus gestores. Obviamente que ele vai culpar, como sempre, o “sistema de reservas fracionárias”. É por isso que têm que salvar todo o sistema ao mesmo tempo, porque a desconfiança geral mataria a coisa. Desabaria.
185 - As reservas inflacionariam o mercado, entre outros males.
186 - Diz que não é contraditório ele defender essa regulamentação financeira, pois bancos não são um negócio legítimo enquanto operarem com reservas fracionárias.
187 - No fim dos textos, fala umas besteiras (“inevitável hiperinflação”) e pronto. 2008 enterrou esse texto.
Rothbard - Depressões Econômicas:
188 - Texto de 1969. Coloca que, a exemplo do que Ricardo já percebia, os “boom” e “bust” são causados por injeção de dinheiro, moeda desvinculada de um lastro estável. Acrescenta que os bancos só fazem essa expansão porque são confortavelmente controlados pela intervenção do governo.
189 - Traz a teoria misesiana: A expansão de crédito, que despeja novos fundos de empréstimos no mundo empresarial, artificialmente baixa a taxa de juros da economia abaixo de seu nível do livre mercado. A taxa de juros deixa de flutuar livremente em torno das invisíveis taxas de preferências temporais.
190 - Distorções da baixa artificial da taxa: ... o empresário, vendo a taxa de juros cair, reage como sempre reagiria e deve reagir a uma mudança nos sinais do mercado: ele investe mais em capital e em bens de produção. Os investimentos, particularmente em projetos prolongados e que consomem tempo, que previamente não pareciam lucrativos, agora parecem lucrativos, por causa da queda do preço do juro. Agem baseados no aumento “fake” da poupança. (aqui é o paradoxo dos ultraliberais do mercado que fica “ingênuo”. As expectativas dos agentes servem para combater e balancear todo tipo de intervenção estatal, como controles de preços e afins, mas não conseguem balancear taxa de juros. Por sinal, há evidências empíricas em sentido contrário ao defendido pelo autor. Dilma não colheu nenhum aumento notável nos investimentos no período da queda brutal da SELIC).
191 - Governo: ele nunca deve financiar ou emprestar dinheiro para firmas com problemas. Fazer isso simplesmente prolongará a agonia e converter uma aguda e rápida depressão numa longa e crônica doença. (Eu vi...). (...) O governo não deve tentar inflar a moeda novamente para sair da depressão. Pois mesmo se essa reinflação suceder, ela vai apenas causar maiores problemas mais tarde. O governo não pode fazer nada para encorajar o consumo e não pode aumentar seus próprios gastos, pois isso aumentará a proporção social entre consumo e investimento. Na verdade, cortar os gastos do governo melhorará a proporção. O que a economia precisa não é mais gastos de consumo, mas mais poupança, para validar alguns dos excessivos investimentos do boom.
192 - Hoover, não Franklin Roosevelt, foi o fundador da política do "New Deal": essencialmente o uso massivo do Estado para fazer exatamente o que a teoria misesiana nos alerta para evitar - elevar os preços acima de seus níveis de mercado, inflar o crédito e emprestar dinheiro a empresas em más condições. Roosevelt somente avançou, a um maior grau, o que Hoover começou.
193 - Mas agora até mesmo a uma vez arquikeynesiana Economist recentemente proclamou que "Keynes está morto". Depois de mais de uma década de críticas incisivas e refutação por teimosos fatos econômicos, os keynesianos estão agora em recuo geral e massivo.
.
Comentários
Postar um comentário