Econ - Ricardo Luis Chaves Feijó - Repensando a Revolução (Aspas) Marginalista I


Ricardo Luis Chaves Feijó - Repensando a Revolução (Aspas) Marginalista:

131 - Revista de 1998 da UFRGS. Contesta que exista uma “revolução teórica”. O autor tem livros sobre temas diversos, inclusive HPE. Tem livro também sobre Escola Austríaca.

132 - Walras, Jevons e Menger: não há homogeneidade entre suas obras, o que têm em comum é repudiar a teoria clássica. Repúdio que já não era novo.

133 - A ideia de “revolução” marginalista surgiu em livro de 1911. Mais: Muito antes de Kuhn (Thomas), os historiadores do pensamento econômico utilizaram o conceito de revolução para descrever certos períodos na evolução das idéias econômicas.

134 - Ainda sobre o que há de comum: a) centro da atenção é a eficiência alocativa, mais que o crescimento econômico; b) A noção de utilidade passa a fazer parte ativa na teoria do valor; c) somem classes e ficam apenas agentes individuais.

135 - Só Jevons tenta calcular prazer e dor.

136 - O uso da matemática na solução de problemas alocativos só se faz presente em Jevons de modo incipiente, e em Walras, com mais desenvoltura. Jevons via profunda vinculação, embora não desenvolvesse. Menger era inclusive meio contra e recomendava seu uso apenas em casos extremos.

137 - O conceito de equilíbrio aparece em Jevons, como ponto de maximização individual, e em Walras, de modo mais amplo, implicando equilíbrio subjetivo e equilíbrio de mercados. Menger trabalha com modelos de desequilíbrio, não fazendo uso do conceito.

138 - Nos anos trinta, a utilidade marginal decrescente já era aventada em F. Lloyd, N. Sénior e R. Wfiately. Depois disso, a teoria da utilidade marginal aparecera em Dupuit, em 1844 na França, Gossen, em 54 na Alemanha e, um ano depois, em Richard Jennings na Inglaterra. A "revolução marginalista" procurou alargar o emprego da noção de utilidade utilizando-a não apenas na solução de problemas específicos, mas como bloco básico na edificação de um sistema teórico. Como técnica, a análise da utilidade marginal não era nova, mas os "revolucionários", principalmente Walras, trataram de aperfeiçoar a teoria. (Explica que, antes, não era um “instrumento analítico geral” - “não houve até os anos setenta daquele século uma aplicação geral do conceito de contribuição marginal às teorias da utilidade, do custo, da receita e da produção”.)

139 - (...) A data Inicial de 1834 é fornecida por Blaug (1972), ela corresponde ao lançamento dos escritos de W. F. Lloyd e Mountifort Longfleld onde se desenvolve a distinção entre utilidade total e marginal.

140 - Só Menger desenvolveu um esforço metodológico mais significativo. O subjetivismo de Jevons era ainda uma versão, algo tosca, do hedonismo de Bentham, e Walras sempre esteve inseguro quanto ao emprego do seu conceito de rareté.

141 - O processo de desaparição das classes é o auge da identidade “c)”: a mudança no nome de Political Economy para Economics, proposta por Marshall, é emblemática. (...) Os marginalistas não negam que a economia é uma ciência com uma dimensão social, eles acreditam, entretanto, na existência de um núcleo teórico que pode e deve mesmo abstrair-se dos elementos sociais.

(continua...)

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