Econ - Textos Variados LVIII
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Paulo R. Brito - Bolha Financeira:
139 - Texto de setembro de 2008.
140 - Em 1980 a estimativa da McKinsey do PIB mundial era de 10 trilhões de dólares, em contrapartida a 12 trilhões de dólares de ativos financeiros. Isto é, 20% a mais. O PIB passou em 2006 para 48 trilhões de dólares, crescimento de 380%, enquanto os ativos financeiros passaram a 170 trilhões de dólares, crescimento de 1.300%. A relação entre eles ficou em 354%. (...) A composição dos ativos financeiros está distribuída em dólares: 1) em ações, 55 trilhões, crescimento no período em exame de 1.700%; 2) depósitos bancários, 45 trilhões, 800%; 3) títulos de dívida privada, 44 trilhões, 4.400%; 4) reservas internacionais e títulos públicos, 26 trilhões, 1.000% (...) Até o momento se revelou que a proposta é de criação de uma Agência de Governo ou uma “Empresa EUA”, que compraria os chamados ativos podres no valor estimado de 700 bilhões de dólares, correspondente a uma aquisição de 20% dos títulos de dívida privada. Por seu turno, até o momento as bolsas já perderam mais de 4 trilhões de dólares.
Paulo Roberto de Almeida - Falácias Acadêmicas, Oito Mitos da Utopia Marxista:
141 - Afirma que há interpretações díspares para “A Utopia” de Thomas More (Morus) (livro de 1518). Para alguns, defendia a reforma social, criticando a realidade existente, mas com preservação à propriedade. Para outros (minoria), era uma utopia que previa um Estado autoritário e poderoso, sem existência de propriedade privada.
142 - Vai fazendo um debate relativizador bem abstrato. Diz que Marx estava certo em prever a internacionalização do capitalismo e seu mecanismo de crises recorrentes. E só. Segue criticando, sem nada argumentar (apenas adjetivando). Seus argumentos são sempre “desafio alguém a explicar isso em conceitos modernos” ou “não é mais moderno”.
143 - Diz que a ideia de luta de classes como motor da história é falsa (não explica o porquê) e atribui essa concepção aos divulgadores das benesses da Revolução Francesa. Marx teria apenas copiado.
144 - Texto fraco. Não por ser de direita. Já li críticas melhores. Até de um Mises da vida, fonte que ele chega a usar;
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Pedro Carvalho - A Ilusão Reformista - Resposta Keynesiana:
163 - Texto de junho de 2008. A resposta keynesiana deu-se num contexto muito particular. Um contexto de reconstrução do pós-guerra. As forças produtivas tinham sido amplamente destruídas na Europa e no Japão, o que criava as condições de valorização do capital as taxas de lucro esperadas, permitindo um novo ciclo de acumulação de capital.
164 - Faz algumas análises que podem ter seu valor, mas faltam os dados (excesso de capacidade instalada?): Quanto aos EUA, encontraram mercados para a absorção do seu excedente produtivo na Europa e no Japão, por via dos programas de ajuda do pós-guerra (o Plano Marshall e o Plano Dodge, respectivamente), onde a ajuda estava vinculada à compra de produtos norte-americanos, atenuando assim os efeitos do excesso de capacidade industrial instalada nos EUA, cujo aparelho produtivo não foi afectado pela guerra.
165 - Veja-se o caso dos EUA e do «keynesianismo militar» permanente da sua economia, acelerada com a administração Bush para fazer face à crise de 2000-2003 ou o caso do Japão na década de 90. Em ambos os casos a resposta atenuou, mas não conseguiu estabelecer um período longo de «folga ao sistema». A crise voltou aos EUA e o Japão continua mergulhado em década e meia de estagnação/deflação.
166 - A nova “socialdemocracia” europeia: os sindicatos sobre seu controlo directo são espelho desta realidade, assumindo que ter emprego já é um luxo e para o manter enceta-se um caminho de cedências que reforçam novas cedências, onde se destaca o papel da Confederação Europeia de Sindicatos.
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