Econ - Textos Variados LXXI (Pochmann)


Pochmann - Economia Global e a Nova DIT:

188 - O texto me parece ser de 1999. Entretanto, já me parece sem noção de cara colocar Irlanda, Austrália, Brasil, Bulgária, e Índia num mesmo bolo chamado “países semi-periféricos”. Queria a Índia ser a Austrália, mesmo em 1999.

189 - A Inglaterra pôde comportar apenas 9% de sua força de trabalho no setor primário em 1900, enquanto os Estados Unidos possuíam 37% de sua população ativa no campo, a Alemanha 34%, a França 43%, a Itália 59%, a Espanha 67%, o Japão 69%, o México 71%, a Índia 72%, o Brasil 73%, a Rússia 77% e a China 81%, conforme aponta a pesquisa de Morris & Irwin (1970). (Os EUA tinham isso, talvez pela extensão territorial, já que “vantagem comparativa” não deixa de ter alguma importância e poder, em algum grau, ser aproveitada, mas fato é que suas indústrias e serviços já apresentavam produtividade superior à inglesa nesses anos, segundo dados que vi).

190 - Aproveitando-se do fato de que o padrão de industrialização inglês não exigia elevados investimentos, nem enorme escala de produção e ainda que a tecnologia utilizada não era muito complexa - difundida através da própria migração de profissionais mestres de ofício -, alguns poucos países puderam internalizar a produção decorrente da primeira Revolução Industrial e Tecnológica (máquina a vapor, tear e ferrovia), passando a constituir também parte do centro capitalista mundial durante o século XIX.

191 - Segunda revolução: A maior escala de produção imposta pelo processo industrial de novos bens (energia elétrica, automóvel, química, petróleo, aço, entre outros) requeria, por conseqüência, grandes aportes de investimentos e levada escala de produção, somente realizados através de um significativo movimento de centralização e de concentração do capital. O surgimento de grandes empresas, através de fusão e cartéis e a união dos capitais industrial e bancário (financeiro), viabilizou, para poucos empresários, a possibilidade de produção e difusão de uma nova onda de inovação tecnológica.

192 - O papel das agências multilaterais na regulação das relações internacionais (ONU, BIRD, FMI, GATT) esteve voltado para a contenção da valorização financeira (fictícia) do capital, através da estabilidade do padrão monetário, que se sustentava, naquela oportunidade, no sistema ouro-dólar, nas taxas fixas de câmbio e de juros e no controle dos bancos.

193 - Cita que os países “semi-periféricos”, em razão da industrialização no “pós-guerra”, fecharam parte do GAP com os países ricos. Alguns mais e outros menos. De fato.

194 - A constituição de cadeias produtivas mundiais encontra-se dividida em dois níveis distintos. No primeiro nível assumem maior importância as atividades produtivas vinculadas à concepção do produto, definição do design, marketing, comercialização, administração, pesquisa e tecnologia e aplicação das finanças empresariais. Por serem atividades de comando e elaboração, são partes do processo produtivo vinculadas aos serviços de apoio à produção, com tecnologias mais avançadas, demandando crescentemente mão-de-obra mais qualificada, que recebe melhor salário e se encontra alocada em condições mais favoráveis de trabalho.

195 - Mostra um gráfico que reflete a exportação durante a segunda metade do século XX especialmente das ocupações “não-qualificadas”. Enquanto nos países ricos possuem 30% das ocupações mais expostas à concorrência internacional (indústria e agropecuária), os países pobres têm 70% das ocupações concentradas nos setores primários e secundários, que são mais objeto de competição mundial.

196 - No centro capitalista, a diferença entre a renda dos 10% mais ricos em relação à renda dos 20% mais pobres era menos de 4 vezes nos anos 90, enquanto nos países periféricos foi de quase 6 vezes e de mais de 7 vezes nas economias semi-periféricas.



Pochmann - Sobre o Papel do Estado e Funcionalismo no Brasil:

197 - Números corretos? Talvez. Com a aprovação do Programa Nacional de Desestatização, em 1990, tomou corpo o maior processo de desmobilização de ativos do setor público, que equivaleu a 15% do PIB transferidos ao setor privado (nacional e estrangeiro). Ao todo foram 166 empresas privatizadas, que geraram próximos de US$ 100 bilhões entre receitas e redução de dívidas.

198 - Em 2005, por exemplo, o país tinha 4,5 funcionários públicos para cada grupo de 100 brasileiros, enquanto em 1990 chegou a ter de quase cinco e, em 1950, era de somente dois.

199 - O peso dos inativos chegou. Apesar da queda relativa do emprego público no total da ocupação, estimada em 14,7% entre 1990 e 2005, o gasto com pessoal no governo central aumentou em relação ao Produto Interno Bruto em 23,9%. (...) o emprego ativo na União decresceu 0,2% ao ano, em média, no mesmo período de tempo.

200 - Maior ainda foi a alta com os juros da dívida, coloca.

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