Econ - Reinaldo Carcanholo - A Transferência de Valor e o Desenvolvimento do Capitalismo
Anotações Sobre “Economia Pura” (Antigos VI - Final).
Pura entre aspas.
Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.
Reinaldo Carcanholo - A Transferência de Valor e o Desenvolvimento do Capitalismo:
1 –Antes de qualquer coisa, defendo que se comece o estudo de tudo que escreve “Carcanholo” pelo texto “Teoria do Valor e Preços de Mercado“ (e que começa no “item 96” desse arquivo de fichamentos), que é o mais cristalino deles. E vai facilitar o entendimento de todos os fichamentos dos textos anteriores ao citado. Este primeiro texto aqui a seguir é um resumo da tese que defendemos em 1982. Ruy Mauro Marini orientou.
2 - Inicia afirmando que suas previsões pessimistas sobre a Costa Rica desde então se mostraram corretas. Que a burguesia já não tinha mais potencial progressista. (Só sei que a produtividade do trabalho cresceu a meros 1% ano desde então).
3 - O desenvolvimento do capitalismo consiste precisamente no processo através do qual o valor (forma histórica da riqueza) subordina cada vez mais o seu oposto, o valor-de-uso. (...) Embora seja certo que, na história concreta, o valor-de-uso jamais poderá desaparecer (ou ser destruído) como aspecto da riqueza capitalista, na unidade contraditória chamada mercadoria, ele é o pólo dominado
4 -Critica Sraffa e outros por quererem derivar uma teoria dos preços da teoria do valor. Coloca que se trata aí do valor-de-troca e acrescenta: Tudo isso não significa, no entanto, que a teoria de Marx não seja também, de alguma maneira, uma teoria dos preços. Mas, a resposta à pergunta "quanto é o preço?" implica uma série enorme de mediações, de novas determinações desde a magnitude do valor até a do preço de mercado, passando pela categoria teórica intermediária de preço de produção.
5 - Sobre o “problema da transformação”, a explicação é indecifrável numa primeira leitura.
6 - Costa Rica. Até 50, a exportação de café e banana pagava tudo por lá. - a expansão (e portanto a acumulação) do setor agroexportador; - a acumulação do capital comercial; - a acumulação do capital a juros e a remuneração do capital estrangeiro; - o consumo da grande, média e pequena burguesias; - o consumo dos trabalhadores e empregados improdutivos do setor privado; - os gastos correntes e os investimentos do governo; - as transferências ao exterior.
7 - … O setor cafeeiro exportador, no período considerado, foi capaz de gerar renda diferencial geral muito superior à renda diferencial nacional. Isso porque as terras marginais usadas no país pelo capital eram mais favoráveis que as marginais em uso no resto dos países produtores (ou em parte considerável deles).
8 - Burguesia agroexportadora: devido ao seu monopólio sobre o processamento e a comercialização do produto, impôs ao cultivador preços de mercado inferiores àquele que garantiria a taxa média nacional de lucro.
9 - A reprodução desse padrão de movimento não exigia, nem tampouco implicava, um rápido processo de acumulação. A incorporação de mais terras e mais força de trabalho era lenta; a introdução de novas técnicas ainda mais. O capital que ali funcionava era na verdade uma caricatura de capital, não apresentava o movimento febril que o caracteriza, não constituía um verdadeiro capital industrial. Parte considerável do excedente-valor produzido e apropriado nacionalmente destinava-se ao desfrute, aos gastos suntuários, não à acumulação. (...) a capacidade que o capital internacional tinha de apropriar-se de valor produzido nos países produtores de café, em razão dos baixos preços desse produto e dos altos preços dos importados era elevada.
10 - Com o protecionismo - desenvolvimento associado e dependente do capital estrangeiro - da fase seguinte, surge certa indústria costa-riquenha, com suas especificidades: a. era fundamentalmente uma indústria não vinculada a matérias primas locais; b. na maior parte de seus setores, dedicava-se a cumprir exclusivamente as últimas etapas do processo produtivo, importando produtos semi-terminados e insumos muito elaborados; … não pode ser caracterizada como "substitutiva de importações", mas como transformadora do consumo; e. tratava-se de uma indústria altamente ineficiente devido à tecnologia utilizada, ao pequeno mercado que atendia, à capacidade ociosa que mantinha e ao fato de que só realizava as últimas etapas do processo produtivo. (...) Dessa maneira, sua existência e expansão dependeu da apropriação de excedente-valor transferido por outros setores produtivos. Por essa razão o chamamos de setor parasitário.
11 - Se somamos ao anterior o fato de que a expansão industrial exigiu uma força de trabalho algo qualificada, entenderemos a política de redistribuição de renda e de concessões sociais impulsionada, no período, pelo partido majoritário no país (Partido Liberación Nacional).
12 - Com a queda do preço do café e aumento do preço dos derivados de petróleo em 74, a Costa Rica teve, pela primeira vez ao que entendi, que enfrentar os limites do seu modelo. Estagflação. O preço do café se recuperou lá por volta de 76.
13 - Enfim, um resumo que explica muito pouco da tese. Não entendi nem qual a hipótese.
.
Comentários
Postar um comentário