Econ - Textos Variados LXIX

 

Per Bylund - Pensamento de Livre Mercado - Não Aplicável:

167 - Eu também defendo que salários baixos e más condições de trabalho não são necessariamente problemáticas – no livre mercado. A fraseologia é a mesma, mas o argumento é um pouco diferente. (...) Essas pequenas palavras, “no livre mercado”, são muito importantes porque sem elas, o argumento falha e é completamente falso. (Enfim, “no dos outros é refresco”).

168 - A escolha ainda é feita em um ambiente aonde a maioria das demais escolhas foi eliminada coercivamente e onde o escolhedor está restringido de fazer as escolhas que ele ou ela faria se o mercado fosse livre. É como dizer que você possui liberdade de expressão – mas não você pode falar apenas de X, Y, Z ou A, B, C, D, E, F, G, H, I, J e K. Isso não é liberdade de expressão – é censura, e o que escolhe falar depende necessariamente do que você não é permitido.

169 - Ele conclui: O pensamento de livre mercado não é aplicável à realidade não livre – é uma crítica poderosa do estado de coisas atual. Assim como o libertarianismo não se dá bem tanto com a direita quanto com a esquerda, mas é uma crítica poderosa de ambos.

 

Peter Boettke - A Escola Austríaca:

170 - Quais os economistas que teriam influência ou seria continuadores da “Escola”? Estas incluem Armen Alchian, James Buchanan, Ronald Coase, Harold Demsetz, Axel Leijonhufvud, Douglass North, Mancur Olson, Vernon Smith, Gordon Tullock, Leland Yeager e Oliver Williamson, bem como Israel Kirzner e Murray Rothbard.

171 - Nisto aqui eu sou quase austríaco: A meta das ciências da ação humana é inteligibilidade, e não previsão.

172 - Desde 1870, os economistas “concordaram” que valor é subjetivo, mas, ao seguirem Alfred Marshall, muitos argumentaram que o lado dos custos da equação é determinado por condições objetivas. (...) Marshall falhou em apreciar que custos também são subjetivos porque eles mesmos são determinados pelos valores dos usos alternativos de recursos escassos. Comparações que levam à mensuração do “custo-oportunidade”.

173 - Praticamente iguala preço à informação, usando o exemplo do estanho de Hayek.

174 - Problema do cálculo: Sem propriedade privada nos meios de produção, raciocinou Mises, não haveria mercado para os meios de produção, e logo então não haveria preços monetários refletindo a escassez relativa dos meios de produção.

175 - O empreendedor é alerta para oportunidades não reconhecidas para ganho mútuo. (...) O aprendizado mútuo da descoberta de ganhos através da troca impulsiona o sistema de mercado em direção a uma alocação mais eficiente de recursos.

176 - Sobre a política monetária: qualquer aumento da moeda não correspondente à demanda por ela gera distorção e inflação. 

177 - Afirmam, ademais, que, como nunca dá para antecipar perfeitamente a inflação - exigiria todos os agentes se guiarem, em tempo real, por dados dos agregados monetários -, distorções nos preços surgem. Já que o dinheiro é a conexão para quase todas as transações numa economia moderna, distorções monetárias afetam essas transações. A meta da política monetária, logo, deveria ser minimizar essas distorções monetárias, precisamente porque a moeda é não neutra.

178 - Se bens de capital fossem homogêneos, eles poderiam ser usados para produzir todos os bens de consumo finais que os consumidores desejam. Se erros fossem cometidos, os recursos seriam realocados rapidamente e a custo mínimo, para produzir o produto final mais desejado. Mas bens de capital são heterogêneos e multiespecíficos; uma fábrica de carros pode fabricar carros, mas não pode fabricar chips de computador. A composição do capital deve estar alinhada aos sinais dos preços, o qual não pode ser distorcido sob pena de “melar” o cálculo econômico dos investidores.

179 - “Instituições Sociais são normalmente o resultado da ação humana, mas não do propósito humano.” Como a ação humana envolve propósitos (ainda que plúrimos e por vezes inconscientes), não dá para fazer uma separação tão estanque assim, creio. Mas enfim, para os austríacos, seriam como as “trilhas espontâneas” que surgem em caminhadas buscando atalhos na neve. A economia de mercado e seu sistema de preços são exemplos de um processo similar. As pessoas não tencionam criar o conjunto complexo de trocas e sinais de preços que constituem uma economia de mercado. Sua intenção é apenas melhorar sua vida, mas seu comportamento resulta no sistema de mercado.

.

Comentários