Paulo Freire – Comunicação e Extensão (trechos do livro)
Paulo Freire – Comunicação e Extensão:
(li o livro, mas só anotei poucas partes).
“Educar, educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem, e por isso sabem que sabem algo e, podem assim chegar a saber mais, em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu saber que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais.”
(...)
“O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face ao mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em invenção e reinvenção. A reflexão crítica de cada um sobre o ato mesmo de conhecer, pelo qual se reconhece conhecendo e, ao reconhecer-se assim, percebe o “como” de seu conhecer e os condicionamentos a que está submetido seu ato”
"O pensamento mágico não é ilógico nem é pré-lógico. Tem sua estrutura lógica interna e reage, até onde pode, ao ser substituído mecanicistamente por outro. Este modo de pensar, como qualquer outro, está indiscutivelmente ligado a uma linguagem e a uma estrutura como a uma forma de atuar. Sobrepor a êle outra forma de pensar, que implica noutra linguagem, noutra estrutura e noutra maneira de atuar lhe desperta uma reação natural. Uma reação de defesa ante o “invasor” que ameaça romper seu equilíbrio interno."
Precisamente porque não dicotomiza o seu quefazer em dois momentos distintos: um em que conhece, e outro em que fala sôbre seu “conhecimento” –, seu quefazer é permanente ato cognoscitivo. Jamais, por isto mesmo, se deixa burocratizar em explicações sonoras, repetidas e mecanizadas. Isso é tão certo que, em qualquer ocasião em que um educando lhe faz uma pergunta, êle re-faz, na explicação, todo o esfôrço cognoscitivo anteriormente realizado. Re-fazer êste esfôrço não significa, contudo, repeti-lo tal qual, mas fazê-lo de nôvo, numa situação nova, em que novos ângulos, antes não aclarados, se lhe podem apresentar clara-mente; ou se lhe abrem caminhos novos de acesso ao objeto. Os professôres que não fazem êste esfôrço, porque simplesmente memorizam suas lições, necessàriamente rejeitam a educação como uma situação gnosiológica, e assim não podem querer o diálogo comunicativo.
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