Malatesta e trecho sobre individualismo
Existem indivíduos fortes, inteligentes, apaixonados, com grandes necessidades materiais e intelectuais que, encontrando-se por acaso na classe dos oprimidos, procuram a todo
custo emancipar-se e não recuam diante da idéia de ser por sua vez opressores; são indivíduos que se sentem aprisionados na sociedade atual e chegam a desprezar e odiar qualquer tipo de sociedade;
vendo que é absurdo querer viver fora da coletividade humana, procuram submeter à sua própria vontade e à satisfação de suas paixões todos os homens, a sociedade inteira. Às
vezes, quando são intelectuais, consideram-se super-homens. Não têm escrúpulos, querem “viver sua vida”; ridicularizam a revolução e qualquer aspiração futura:
querem gozar a vida “aqui e agora”, a qualquer preço e às custas de quem quer que seja; sacrificariam a humanidade inteira por uma única hora de “vida intensa” (conforme seus próprios
termos).
"Estes são rebeldes, mas não anarquistas. Possuem a mentalidade e os sentimentos do burguês frustrado e, quando podem, transformam-se efetivamente em burgueses, e não menos perigosos".
Errico Malatesta
(Pensiero e Volontà, 15 de junho de 1913)
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