Eric Hobsbawm - A Era de Ouro, de Era dos Extremos (Cap. 19)
Anotações Sobre Era dos Extremos (Hobsbawm)
Parte III do Livro – O Desmoronamento – 1973 a 1991
Capítulo 19: Rumo ao Milênio (págs. 537 a 562)
184 – “Democratização” (ou privatização) dos meios de destruição. Exemplo: tentativa de explodir o World Trade Center em 1993.
185 – Fim do Século XX: venciam-se batalhas, mas não a guerra. O povo não se deixava administrar passivamente por ocupações militares,
186 – Mesmo o liberalismo de Thatcher era um fracasso econômico na época de sua queda. E a “terapia de choque liberal” na Europa Oriental foi desastrosa.
187 – Hobsbawm vê a oposição socialismo/capitalismo no século XX como algo possivelmente artificial. Não eram tão antagônicos assim.
188 – Contestação do direito de autodeterminação. Um tanto quanto vazios e gerador de guerras no fim de século.
189 – Migração para os ricos controlada. Se aceita desde que sejam cidadãos de segunda classe, ou seja, sem alguns direitos. Migração temporária.
190 – Hobsbawm indaga como compatibilizar empresas competindo por mais e mais lucros com proteção ao meio ambiente e consumidor.
191 – Falhas do neoliberalismo: descentralização industrial não gerou combate ao desemprego no Terceiro Mundo, tendo o desemprego inclusive aumentado. Tampouco se diminuiu a distância país rico/pobre por “transferência de salários”.
192 – Transferências sociais nos países desenvolvidos: 4% do PNB em 20. Em 1980, foi para 30%. Talvez por isso o “Crash” da Bolsa de 87 tenha sido tão menor que o de 29. Mais estabilidade. Estado Amortecedor. Menor dependência das forças de mercado.
193 – Salvo os motivos políticos eleitorais, não há motivo para que o livre mercado se preocupe com a desigualdade, afinal, não importa se fulano ganha 100 e não consegue comprar nada além do que o mantém respirando desde que alguém, por outro lado, ganhe mais do que deveria e possa gastar essa grana a mais que o fulano de 100 ganharia. Tudo é gasto.
194 – Hoje (década de 90), ao contrário do surgimento do Welfare State em 1930, não há qualquer ameaça comunista ou nazista internacional séria. Não há condições favoráveis para o abandono das idéias liberais ou reforma profunda no capitalismo. Ademais, a classe operária encontra-se profundamente fragmentada, desorganizada e até menor, como visto. Por último, houve a redução dos “realmente pobres” nos países ricos a uma subclasse minoritária. Menor pressão popular. Hobsbawm não falou nada da mídia aqui. Eu falaria.
195 – Editorial do “Financial Times” de 1993: “cerca de dois terços da população mundial ganharam pouca ou nenhuma vantagem com o rápido crescimento econômico (Era de Ouro e tal).
196 – Bairoch: Suécia e Suíça dos anos 30. A primeira subiu o PNB per capita (intervenção estatal contra a Crise). A segunda caiu (!) o mesmo índice (falta de intervenção das autoridades federais suíças contra a Crise).
197 – Brasil aparece pela segunda vez no livro como “monumento à negligência social”. Sri Lanka dos anos 30 era duas vezes menor que o Brasil economicamente (per capita e tal). Em 1980, ficou seis vezes menor (!). Ainda assim, o país asiático tinha maior expectativa de vida que o Brasil e menor mortalidade infantil. Ademais, a taxa de analfabetismo também era menor.
198 – Decisões políticas agradam cada vez menos no fim do século. Muita controvérsia. Políticos, de certa forma, buscam, assim, o centro.
199 – Despolitização: caiu em 1/3 a proporção de trabalhadores braçais que votaram nas eleições presidenciais dos EUA. Apesar de tudo, para Hobsbawm, o Século XX tornou o mundo mais democrático. Considera que os governos deixaram de se fundar em tradição ou Deus. Não se podia mais governar “contra todas as pessoas a todo tempo”
200 – “CHEGAMOS A UM PONTO DE CRISE HISTÓRICA”! Nosso mundo corre risco, “tem de mudar”!
FIM do LIVRO
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