Karl Marx - O Capital, Livro I - Capítulos IX e X

 IX - Taxa e massa de mais-valia

 

 

230 - A mais valia total extraída pelo capitalista é maior se há mais trabalhadores explorados sob a mesma taxa (lembre-se que se o salário dos trabalhadores adicionados é maior, a taxa destes não é a mesma e o cálculo tem que mudar). também é maior se aumenta o trabalho excedente sobre o trabalho necessário (pra pagar o salário). Assim, pode diminuir uma coisa, aumentar outra e compensar. Sei que essa minha explicação, ao contrário da de Marx, tá meio confusa, mas bem resumida. Dá pra entender. Se diminui o número de trabalhadores, porém, prolonga-se o trabalho excedente dos que sobraram "na mesma medida", o total da mais-valia se mantém.

 

231 - A compensação para queda do número de trabalhadores tem como limite absoluto o dia de 24 horas de exploração (isso mantendo-se constante o capital constante segundo me parece, pois o capital variável pode se tornar bem pequeno. O trabalho socialmente necessário pode variar muito com o crescimento eficiente do capital constante).

 

232 - "Se a quantidade das forças de trabalho aplicadas ou a magnitude do capital variável aumentam, mas não em proporção que compense a queda da taxa da mais-valia, diminui a quantidade da mais-valia produzida." Ou seja, tem como aumentar o capital variável, bastando que se aumente a mais-valia. esse aumento pode se dar de duas (ou mais talvez, depois eu penso mais) formas: aumenta o trabalho excedente do maluco (maiores jornadas e tal) ou então diminui o trabalho socialmente necessário. Esta última coisa se faz mediante aumento eficiente do capital constante. O maluco paga seu trabalho com poucos minutos, num ambiente automatizado. Cria-se então um enorme excedente e a taxa de mais-valia continua brocando. Isso não tira o valor do trabalho humano, já que as máquinas surgem e transferem valor apenas mediante o mesmo. Se não dependesse dos homens, simplesmente não haveria valor. Sociedade sem escassez nesse cenário. Distribui e pronto.

 

233 - Marx assa a citar vários exemplos pequenos que, ao que me parece, apenas explicam melhor a teoria dele, que, ao que me parece, já captei e que, ao que me parece, até agora concordo muito mais que discordo (se é que discordo de algo da teoria... Esperando a conexão ao final do livro).

 

234 - Para Marx, Hegel está certo quando diz na Lógica que: "modificações quantitativas, além de certo ponto, se transformam em modificações qualitativas". Fala do capitalismo substituindo as corporações de ofício, creio. Nas corporações, limitava-se o número de trabalhadores que cada mestre podia empregar, o que evitou sua transformação em capitalista, limitando a sanha por lucro. Capital variável, um dos fatores, está aí bloqueado. Sobra a mais-valia por jornada de trabalho ou mais-valia por alteração no trabalho socialmente necessário (é o que me parece). Marx diz que essa para de Hegel fundamentou a química molecular (ou algo assim).

 

235 - Acesso aos meios de produção torna-se mais fácil ou difícil a depender do ramo da produção e mesmo do estágio de desenvolvimento capitalista de cada um deles.

 

 

 

X - Conceito de mais-valia relativa

 

 

 

236 - Mesma quantidade de trabalho gerando uma maior quantidade de valores de uso é igual a elevação da produtividade.

 

237 - Pausa para complemento do capítulo anterior: Tava implícito lá, mas... Outro benefício da jornada normal de trabalho é que ela leva o capitalista a aumentar a mais valia não pelo contínuo prolongamento da jornada (extensão absoluta do trabalho excedente). E sim pela evolução da maquinaria entre outros métodos menos traumáticos que diminuem o trabalho necessário.

 

238 - Mais valia absoluta: prolongamento do dia de trabalho; Mais valia relativa: contração do tempo de trabalho necessário.

 

239 - "O valor de uma mercadoria não é determinado apenas pela quantidade de trabalho que lhe dá a última forma, mas também pela quantidade de trabalho contida nos seus meios de produção".

 

240 - "Mas em nada altera o valor da força de trabalho e aumento da produtividade nos ramos da atividade que não fornecem nem esses meios de subsistência, nem os meios de produção para produzi-los." Pode até ser, mas diminui a necessidade real de lucro do capitalista já que o consumo para ele se torna mais barato por causa disso. Pode ter coisa. Ficará, então, ainda mais rico (poder de compra) ou então aumenta o salário do trabalhador, acho meio difícil isso... 

(OBS.: isso vai dar um problemão depois no Livro III e fornecer uma das razões pelas quais acredito que a TVT de Marx pode ser bem melhorada)

 

241 - Daqui em diante há uma relativa mudança em alguns entendimentos econômicos meus, acho.

 

242 - Talvez tenha um enganozinho nesse exemplo da 367-368.

 

243 - Voltando ao rodapé da página 367, concordando com ele talvez esteja meio errado, afinal, o fabricante, rico, ganha com a redução à metade ou 25% (ainda tenho dúvida) do preço do produto dele (que é pra rico já que não é pra pobre). Fica mais rico pelo aumento do poder de compra. Desatenção talvez.

 

244 - Marx fala da mais valia extra que é o que ganha o capitalista inovador. Pega mais-valia dos outros pela redução de trabalho socialmente necessário. A mais valia extra some com a corrida da concorrência pela mesma eficiência. Eficiência igual.

 

245 - Mais valia relativa varia na razão direta da produtividade do trabalho.

 

246 - Os salários podem cair na mesma proporção em que aumenta o poder de produção.

 

247 - Página 372: Muy engraçadita.

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