Eric Hobsbawm - A Era de Ouro, de Era dos Extremos (Cap. 15)

 

Anotações Sobre Era dos Extremos (Hobsbawm)

 

 

Parte III do Livro – O Desmoronamento – 1973 a 1991

 

 

Capítulo 15: Terceiro Mundo e Revolução (pág. 421)

101 – Guerras anticomunistas patrocinadas pelos EUA: a) Coréia: 3 a 4 milhões de mortos; b) Vietnã: no mínimo uns 2 milhões de mortos; c) África (Angola e Moçambique): 1,5 milhões de mortes. Sem contar o super-assassinato Irã-Iraque. EUA temiam a revolução.

102 – Na Indonésia, em 1965, após um golpe que até diziam “pró-comunismo”, quinhentos mil comunistas foram mortos.

103 – “Guerra” EUA x URSS no Congo Belga foi desastrosa.

104 – Vale lembrar que nem era plano da URSS se expandir, dava naturalmente apenas “alguma proteção” tendo em vista a conjuntura internacional favorável que inesperadamente surgia. Kruschev mesmo acreditava no “caminho econômico”.

105 – A “estratégia” de Moscou, quando chegava perto de dar certo (Brasil 64, Indonésia 65 e Chile 70) sofria um golpe militar.

106 – Apoteose da tática de guerrilha (1950 a 1975). Sucesso de Cuba e lua-de-mel coletiva povo-revolução.

107 – Logo que Fidel triunfou, a FIA debateu se era ou não “coisa” comunista. Viu que não era, caso o contrário, era só fazer o que foi feito na Guatemala em 1954. O próprio PC cubano era reticente com Fidel Castro. Quando a CIA, antes do “Fidel comunista” resolveu acabar logo com aquilo, por precaução, invadiu a Baía dos Porcos e perdeu.

108 – Guerrilha rural. Cuba tinha apoio das massas = sucesso. Em outros países, não = fracasso.

109 – Perigos da Revolta Estudantil 68/69: a) numerosos; b) com mais tempo e facilmente mobilizáveis; c) ficavam nas capitais (perto da política e da mídia); d) Classe média alta. Não dava para simplesmente “metralhar”, como se faz com os pobres, até pelo motivo de que uma “mortezinha” já mobilizava a galera toda.

110 – Certo renascimento do marxismo em maio de 68: embora combinado com ideologias da moda. Certo “marxismo de sala de aula” portanto. Não muito baseado nas experiências do trabalho.

111 – A Revolta estudantil de 68/69 foi a última arrematada da velha revolução mundial.

112 – O fim do “internacionalismo” já se via fácil em 1956. A URSS perdera o monopólio do “apelo revolucionário” pelo mundo.

113 – Os regimes “socialistas” na África tinham bases instáveis e eram atacadas por tribos rivais mobilizadas pelos imperialistas.

114 – Pol Pot: desastre. 20% da população morta. Vietnã invadiu e “restaurou” um “governo minimamente humano”. China e EUA continuaram a apoiar os restos do governo Pol Pot, pois a “coisa nova” era pior para seus interesses anti-russos.

115 – América Central explode em revoluções e revoltas. EUA reprimem. Teologia da Libertação.

116 – Revolução social iraniana em 1979. Cai o xá, sobe o aiatolá. Primeira revolução do fundamentalismo religioso.

117 – Sendero Luminoso no Peru era maoísta.

118 – Século XX como era da volta das revoluções de massa.

119 – “As revoluções no fim do século XX têm de ser urbanas, se querem vencer”.