Karl Marx - O Capital, Livro I - Capítulos II e III
II - O Processo de troca
48 - Marx critica Proudhon pelo fato deste conceber uma "justiça eterna" meio que correspondente ao seu modo ideal de produção.
49 - As mercadorias não têm valor de uso para o proprietário, do contrário, este não a levaria ao mercado. Somente assim realizará o valor.
50 - Elas têm de evidenciar que são valores de uso antes de poderem realizar-se como valores, pois o trabalho nelas despendido só conta se foi empregado em forma útil para os outros. Isso ocorre quando a quantidade de objeto útil ultrapassa as necessidades de seu possuidor.
51 - Marx brinca (ou não) com o Apocalipse da Bíblia, comparando o dinheiro ao sinal da besta : )
52 - Pelo que entendi, diferencia troca direta de produtos de troca de mercadorias, sendo que no primeiro, o produto não adquire qualquer valor diferente do valor de uso, relacionando-se, assim, às necessidades do permutante. Pelo que entendi, após crescer o excedente e variedade de mercadorias, isso muda. Acho que seria a chegada do "comprar para vender".
53 - Essa parte de prata e ouro que se tornam dinheiro eu não sei se entendi. Não identifiquei qual seria o valor a partir daí. Valor convencional ou não..
54 - Marx termina o capítulo recolocando o equivalente geral no seu devido lugar. Criação humana. Ouro e prata não nascem equivalentes gerais.
III - O dinheiro ou a circulação das mercadorias
1. Medida dos valores
55 - Dinheiro surge devido à possibilidade de comparação mediante tempo de trabalho.
56 - Graças a mercadoria equivalente geral (ouro), uma simples equação basta para determinar o valor de uma mercadoria. Elimina-se o problema descrito no item 28 dessas minhas anotações. Elimina-se o problema da forma simples do valor.
57 - O preço é uma forma puramente mental ou ideal.
58 - A magnitude do valor da mercadoria expressa uma relação necessária entre ela e o tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la.
59 - Além disso, a forma preço imaginária pode ocultar uma relação de valor verdadeira, embora indireta, como, por exemplo, o preço da terra não-cultivada, que não tem nenhum valor, por não se ter nela realizado qualquer trabalho humano.
60 - Para atuar praticamente como valor de troca, tem a mercadoria que desprender-se do seu corpo natural, de transformar-se de ouro idealizado para ouro real, mesmo sendo isso quase impossível né não?
2. Meio de Circulação
a) a metamorfose das mercadorias
61 - A substância material do ouro serve apenas para encarnar o valor, valor de dinheiro. Por isso, é realmente valor-de-troca.
62 - Exemplo do processo de troca do tecelão: vendo o linha para comprar a Bíblia. M - D - M. Anota Marx que, apesar disso, o dinheiro não é mero símbolo de valor (acho que ele quer dizer que o dinheiro tem valor... Deve ser isso simplesmente. Desconfio de mim, pois é muito simples...).
63 - Supomos que tenha despendido no produto o tempo de trabalho que, em média, é socialmente necessário. O preço da mercadoria é apenas a denominação em dinheiro do trabalho social nela incorporado. Aqui fiquei em dúvida, afinal, Marx está chamando de preço o valor de troca, pergunto. Ele tem que vender mais caro que o valor-de-troca ué. (Nota da minha segunda edição: desconfio que essa minha dúvida já tenha sido superada, mas depois reviso isso).
64 - Na página 134, Marx coloca a possibilidade de termos peças de linho no mercado fabricadas apenas com o tempo de trabalho socialmente necessário e, mesmo assim, a totalidade das peças pode conter tempo de trabalho superfluamente despendido. Uma vez que o mercado não absorve a quantidade global de linho, ao preço normal de 2 xelins por metro, fica demonstrado que foi gasta em tecelagem de linho uma porção excessiva do tempo de trabalho total da comunidade.
65 - A transformação da mercadoria em dinheiro é, ao mesmo tempo, o inverso também (M - D igual a D - M).
66 - Mercadoria enxerga o seu valor no ouro. Assim, apaga, a mercadoria, o seu valor-de-uso natural e do trabalho útil particular que lhe deu origem para se transformar na materialização uniforme e social do trabalho humano homogêneo.
67 - Dinheiro pode ser excremento, mas excremento não é dinheiro.
68 - Uma dúvida é sobre a importância do ouro. Afinal, também é este mercadoria. Assim, particulares fabricam ouro. Assim, preços deste sobem e descem por mudanças na produtividade. Assim, parece-me bem ruim usar o ouro como equivalente geral (dinheiro é melhor). Marx falou sobre isso ou criticou?
69 - Após a venda, a mercadoria torna-se dinheiro, tornando-se este a transitória forma de equivalente dela, cujo valor de uso ou conteúdo existe nos corpos de outras mercadorias.
70 - Forma-se o conjunto de circulação de mercadorias, que difere da troca imediata de produtos. O processo de circulação não se extingue (como se dá com a troca direta de produtos).
71 - Número de vendas igual a número de compras é uma mera tautologia, diz Marx.
72 - Segundo Marx, não há um equilíbrio necessário entre as compras e as vendas. "Ninguém é obrigado a comprar imediatamente apenas por ter vendido".
73 - O dinheiro e seu movimento é expressão da circulação de mercadorias. No entanto, a aparência das coisas inverte isso. O dinheiro parece o início.
74 - Fórmula da velocidade do dinheiro: soma dos preços das mercadorias dividido pelo número de movimentos das peças de dinheiro do mesmo nome é igual ao montante de dinheiro que funciona como meio de circulação. Tudo isso num período dado. Um dia por exemplo. Mas não entendi 100 por cento a posição de Marx acerca da "neutralidade" ou não dos meios de circulação, ou melhor, da emissão de moedas. Um tanto confuso talvez.
75 - Na verdade, não entende ainda completamente - exatamente qual a importância atual de toda essa discussão sobre o ouro como equivalente geral.
76 - Curso forçado e validade social do dinheiro. O Estado faz do metal dinheiro.
3. O dinheiro
77 - Já nos primórdios da circulação de mercadorias aparece gente vendendo com o fim de entesourar dinheiro. Na Índia, chegou-se a enterrar dinheiro. Ouro e prata.
78 - Desperta a avidez pelo ouro a possibilidade que oferece de conservar valor de troca como mercadoria (acho que seria a estabilidade dos seus métodos produtivos), ou mercadoria como valor de troca.
79 - Marx passa a explicitar o poder mercantilizador do dinheiro (ouro) e cita Sófocles e Shakespeare para mostrar que isso (o poder do dinheiro) já se via desde muito.
80 - O entesouramento e a alienação de mercadoria com dívida tornam o processo de circulação mais complexo. Modo de interrupção da circulação, ao que me parece.
81 - À página 164, Marx fala das crises de dinheiro: dinheiro, para pagar, deixa de ser mero meio de circulação, de forma transitória e intermediária do intercâmbio das coisas materiais, para ser a de encarnar o trabalho social, a existência independente do valor de troca, a mercadoria absoluta.
82 - Não há correspondência em um dia entre quantidade de dinheiro em curso e quantidade de mercadorias em circulação. Gira dinheiro que representa mercadoria expelida há muito tempo da circulação. Circulam mercadorias cujo equivalente em dinheiro só vai aparecer no futuro.
83 - Dinheiro de crédito: função do dinheiro como meio de pagamento. Circulação dos certificados das dívidas relativas às mercadorias vendidas.
84 - Desenvolvimento do dinheiro como meio de pagamento acarreta a necessidade de acumular dinheiro para atender aos débitos nas datas de vencimento. "Sai" o entesouramento, mas surge o fundo de reserva de meios de pagamento, isso com o advento da sociedade burguesa.
85 - Ouro e prata como dinheiro mundial. Em rodapés, diz-se que a França pagou pesadas indenizações de guerra em dois anos somente com metal precioso acumulado.
86 - Não sei se entendi bem todo esse fenômeno ouro e prata. Qual a polêmica exatamente. Cheguei a conclusões muito simples, se é que cheguei mesmo.
87 - Troca direta dos trabalhos nacionais corporificados nas mercadorias com o trabalho dos países produtores de ouro e prata.
88 - Exagero de reservas nacionais entesouradas provavelmente é fruto do estancamento da circulação de mercadorias.
89 a 99 – Vetado.
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