Marxistas - Textos Diversos XLIII - Barbárie ou Socialismo (Foster e Clark)

 

John Bellamy Foster e Brett Clark - Barbárie ou Socialismo:

656 - Estrabão dizia que os bárbaros, ao contrário dos gregos, não tinham terras férteis para serem sedentários e viviam da carne, leite - e dos roubos - que sua caça proporcionava. A vantagem é que, por isso, eram temíveis guerreiros e sem os vícios da civilização, que eram “decadência” e “feminilidade”. Travavam guerras não-convencionais. Usavam florestas… Pântanos...

657 - … Era algo reversível porém. De facto, ele descreveu como alguns bárbaros "deixaram de ser bárbaros" pois foram "transformados no tipo dos romanos" quando foram introduzidos aos "modos de vida" (produção) romanos.

658 - Fourier: A barbárie era definida pela força e pela "escravidão absoluta da mulher".

659 - Para Marx, era, o capitalismo, a "barbárie dentro da civilização". Já a barbárie propriamente dita seria um estágio de desenvolvimento (com três fases de barbárie) entre a selvageria e a civilização. Afirma que Marx se baseou em Lewis Morgan.

660 - A volta do moinho de castigo, dos tempos escravistas, nas fábricas mostrava, segundo Marx, como a dita civilização tinha a barbárie dentro da mesma.

661 - Marx: via o campesinato francês como a desempenhar um papel reaccionário no seu apoio ao bonapartismo, encarando o campesinato como a classe que neste sentido representava "a barbárie dentro da civilização".

662 - A verdade é que ele via “barbárie” em muita coisa. "A profunda hipocrisia e a barbárie inerente da civilização burguesa", escreveu Marx em 1853 em "Os futuros resultados do domínio britânico na Índia", "jazem desvelados diante dos nossos olhos, quando os desviamos do seu lar, onde ela assume formas respeitáveis, para as colónias, onde ela está nua".

663 - As rações (Temple wage) que os britânicos proporcionavam a trabalhadores ocupados em trabalhos árduos em Madras, na Índia, em 1877, tinham um valor calórico inferior àquele que os nazis vieram a proporcionar aos prisioneiros forçados a trabalho árduo no campo de concentração de Buchenwald em 1944.

664 - Marx citou aprovadoramente a obra Colonisation and Christianity, de William Howitt, que escrevera: "As barbaridades e as atrocidades desesperadas da assim chamada raça cristã, em toda a parte do mundo, e sobre todos os povos que foram capazes de subjugar, não têm paralelo em outros de qualquer outra raça, mesmo feroz, mesmo analfabeta, e mesmo despida de compaixão e de vergonha, em qualquer era da Terra".

665 - Teóricos dos EUA continuam com a ideia explícita de que o país tem que se impor ao mundo, representando uma força liberal civilizatória. Cita Niall Ferguson (2004).

666 - Cita dezenas de torturas diferentes praticadas pelos EUA na ‘luta contra o terror’ atual.

667 - Indica que o desleixo dos EUA quanto à questão do clima, a despeito de seu consumo per capita acima do que permite o planeta, é um sintoma da barbárie.

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