Marxistas - Textos Diversos XLI
James Petras - A Política da Linguagem e a Linguagem da Regressão Política:
622 - Texto de 2012. Afirma que a linguagem da esquerda tem culpa na atual situação desta. Mesmo os críticos do capitalismo teriam adotado expressões e eufemismos que passam a mensagem implícita de que a ordem capítalista é aceitável. Assim, por exemplo, não é “o mercado” quem exige corte de salário ou isso ou aquilo. São os capitalistas que operam em tal mercado. Os donos do dinheiro e meios de produção.
623 - Austeridade é outro termo. Quer passar a ideia de que é necessário um calvinismo coletivo. Poderíamos ser mais claros sobre a “austeridade”: significa que fundos públicos podem ser desviados numa extensão ainda maior para pagar altos juros a possuidores de títulos ricos enquanto sujeitam a política pública aos ditames dos senhores do capital financeiro.
624 - O termo “reforma”, por exemplo, virou o oposto do que era. Foi apropriado.
625 - “Livre” empresa… Mercado “livre”... Termos criados para serem “positivos”. São máscaras sobre o que realmente acontece na sociedade capitalista, a qual não é feita de gente livre.
626 - (Não é que eu discorde 100%, mas pra mim isso tudo que ele fala é muito mais sintoma que causa. Ademais, faz algumas afirmações que teriam que ser baseadas em algum estudo).
James Petras - Nossa América, As Duas Faces das ONGs:
627 - (Quase certeza que já fichei, mas como não encontrei, vou anotar alguma coisa). O importante aqui é que as ONG’s despolitizaram setores da população, ignoraram seus compromissos para com atividades do setor público e se aproveitaram de lideres sociais potenciais para a realização de projetos econômicos pequenos.
Jean-Marie Chauvier - Revisitando a Perestroika:
628 - O texto parece ser de 2004.
629 - Contexto pré-Gorbachev: O regime brejneviano se afundava desde 1968 no conservadorismo, na corrupção, no aventureirismo militar no Afeganistão e... na gerontocracia. (...) Em 1982, pela primeira vez depois da guerra, a renda real da população parou de crescer.
630 - Glasnost: entre outras medidas, as centenas de dissidentes ainda presos são libertados.
631 - (Fala de muitos eventos, o texto, sem explicar qualquer deles direito)
632 - A extração do petróleo patinava e sua cotação caía. Os preços internos na URSS estavam 20% abaixo do nível mundial. Mesmo as entregas aos países socialistas permaneciam muito abaixo da cotação internacional. Era tentador, para os detentores (principalmente russos) dessas riquezas, aumentar as exportações para os países de divisas fortes e pelos preços do mercado mundial.
633 - Cita ainda os elevados gastos militares e a “economia escondida” como causa da desagregação. Dá poucos detalhes sobre essa última (não teria existido desde sempre afinal?), mas afirma que esse mundo “informal” estava nas mãos de redes clânicas e criminosas que gangrenaram o Estado soviético antes de “colonizar” a Rússia de Boris Ieltsin.
634 - Culpa a “nomenklatura” pela virada capitalista. (Não explica)
635 - A expectativa média de vida – 34 anos em 1923 – subira para 64,6 (para os homens) e 73,3 (para as mulheres) em 1965, o que aproximava a URSS da Europa ocidental. Na seqüência, esse índice estacionaria, diminuiria e, depois, voltaria a subir em 1987 (65 e 74,6) antes de despencar na década de 90, como muitos outros indicadores de saúde pública.
636 - O peso específico das indústrias extrativistas e pesadas, os atrasos na agroindústria, na química, na eletrônica e na informática eram apontados como deficiências dessa economia (mal) administrada que, por outro lado, degradava o meio ambiente (...). O setor de máquinas e equipamentos caiu – de 20% na década de 60 para 15,5% em 1987 – enquanto o dos combustíveis e da energia passou de 20% a 60%.
637 - A glasnost popularizou os diagnósticos econômicos: queda das taxas de crescimento da renda nacional e da produtividade do trabalho, diminuição do rendimento do capital investido, multiplicação dos canteiros de obras inacabadas, atrasos na mecanização complexa e na automatização, na informática – algumas dezenas de milhares de microcomputadores pessoais em 1985, contra 17 milhões nos Estados Unidos.
638 - Crise do “trabalho”: No inventário, se insistiria na “crise do trabalho”: baixos rendimentos, absenteísmo, “licenças de saúde”, pausas para o cigarro, reuniões sindicais e outras atividades esportivas ou culturais durante o horário de trabalho, instabilidade da mão-de-obra. As causas invocadas: falta de estímulos materiais, nivelamento dos salários, superabundância de efetivos, garantia do emprego. Mesmo o fordismo não era viável pois ganhar mais não basta para motivar o trabalho por falta de uma oferta suficiente de produtos de grande consumo.
639 - … Empregadores da URSS. Em 1985, eles reivindicam o direito de demitir e obtêm uma reforma, concebida em 1984, que “profissionaliza” o ensino secundário, no qual ainda predomina um tronco comum de formação geral.
640 - O fim do crescimento criou os gargalos de estrangulamento da ascensão social. O acesso aos títulos de propriedade, às fontes de fortunas em dinheiro, iria desbloquear a situação. A massa operária, enganada pelas promessas de “autogestão” ou de propriedade coletiva, seria, de fato, excluída dessa grande redistribuição dos bens sociais. A “classe média” soviética (professores, engenheiros, médicos, pesquisadores), mal remunerada mas simbolicamente beneficiada por uma ideologia socialista que privilegia os valores não mercantis da cultura, seria uma das mais prejudicadas pelo mercado. Seria entre os novos comerciantes, os intelectuais midiáticos e a nomenklatura modernista que o liberalismo iria encontrar sua base social. (Eu queria fontes…)
641 - Defende, sem explicar muito detalhadamente, que as reformas econômicas possibilitaram o capitalismo antes mesmo da queda da URSS.
642 - Outro importante ponto que ficou pouco explicado: Historiador do campesinato, especialista nas pesquisas sobre a coletivização (...) da década de 30, Viktor Danilov contesta a tese da fatalidade: “Não havia falência da economia, nem da sociedade, não havia o crash da URSS, pelo menos não até o outono de 1988. Foram os grupos de interesses egocêntricos que induziram o caos”.
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