Econ - Consulta (Wilson Cano) - A Desindustrialização no Brasil

 

Anotações Sobre “Economia Pura” (Antigos III).

 

Pura entre aspas.

 

 

Obs.: Estes textos da pasta NÃO estão organizados por ordem de data. Ordem alfabética.

 

Consulta (Wilson Cano) - A Desindustrialização no Brasil:

1 - Texto de 2012. Coloca que o investimento estrangeiro e mesmo nacional “hoje” no Brasil não é na indústria de transformação (cita dados mostrando que caiu da década de 80 pra cá), mas sim em setores como agronegócio, construção, setor financeiro e mineração. Sem contar a entrada de IDE meramente especulativo.

2 - Por isso, o PIB da indústria de transformação tem tido o pior crescimento entre todos os setores.

3 - Menciona também que a indústria de transformação vem perdendo gradualmente participação relativa na produção industrial total nas últimas décadas.

4 - Mostra como o Brasil exportava industrializados e semi para China na década de 80 e 90 e isso se inverteu totalmente. Passamos a exportar produtos primários no grosso (e comprar as bugigangas deles). Aliás, a reprimarização foi na pauta com todo mundo. Note-se o que ocorre com os manufaturados: o peso das exportações dos produtos indicados na balança exportadora brasileira, de pouco mais de 60% em 2000, passa a apenas 36,7% em 2011. Mesmo no segmento de semi-industrializados, observa-se que a curva também é descendente. Era meio que 55% na década de 90. E 44% em 1980. Na América Latina aconteceu algo quase no mesmo nível e no mesmo período. Os demais países.

5 - Houve mais crescimento de importação de “produto acabado” que de “bem de capital”: A Tabela 5 indica a estrutura das importações totais em termos de bens de capital, de consumo duráveis, consumo não duráveis e bens intermediários (excluindo-se combustíveis e lubrificantes). Enquanto as importações totais crescem 4,8 vezes entre 2002 e 2011, as de bens de capital e bens intermediários crescem um pouco menos (4,1 e 4,3 vezes, respectivamente), mas as de consumo não durável multiplicam-se por 4,7 e as de consumo durável crescem 9,6 vezes.

6 - … Por isso, afirma que muita empresa brasileira não aguentou competir e foi vendida para estrangeiro ou se adaptou a ser secundária a este.

7 - Como se sabe, a soma algébrica do balanço de serviços e do balanço de rendas com a balança comercial indica (aproximadamente) o saldo em transações correntes, que atingiria ao final de 2011, cerca de –US$ 53 bilhões. (...) Para fechar esse déficit, a política macroeconômica mantém a economia desregulada e os juros reais em nível surpreendentemente elevado, com o objetivo óbvio de atrair capitais externos, os quais, com a volúpia dos juros altos, entram em maior quantidade do que o necessário. Sendo assim, a origem do acúmulo de reservas torna-se mais financeira do que comercial.

8 - Concluo que o Brasil precisou desses juros reais malucos então para formar as reservas cambiais? Não deixa de ser uma boa justificativa… Se bem que tem o alto custo de carregamento das reservas...

9 - O desestímulo ao investimento interno e o dólar barato incentivam fortemente a saída de capitais brasileiros. Até 2001, o total aplicado lá fora era de US$ 68,6 bilhões que cresce velozmente, atingindo US$ 274, 6 bilhões em 2010, dos quais 25,5% aplicados em notórios paraísos fiscais. (Nota de rodapé traz estimativas de 50 a 70% pode ser para paraíso fiscal - países duvidosos).

10 - Já criticava o governo Dilma. Coloca a política cambial e de juros como insustentável. Não adianta nada qualquer política com essas bases. No mais… As medidas de desoneração fiscal previdenciária, por exemplo, sobre a folha de pagamento e de IPI, utilizadas recentemente para alguns setores (vestuário, calçados, móveis e confecções, construção civil, veículos, também, para a produção de softwares) surtiram efeitos positivos sobre a demanda em momentos de desaceleração da economia. No momento atual, elas estão sendo renovadas e estendidas a vários setores industriais. Restringem-se, no entanto, preponderantes à demanda e menos ao investimento, salvo no caso da construção residencial. Agora, o governo acaba de lançar um plano de investimentos privados e públicos para logística de transporte, oportuno, necessário e elogiável com recursos importantes em termos do setor, porém muito limitados em termos gerais, equivalentes a apenas cerca de 0,4% anuais do PIB nos próximos cinco anos.

11 - Faz um elogio tímido às medidas acima depois. Grave erro.

12 - Defende o controle de capitais. O Brasil entrou na chamada globalização, assinou tratados e assumiu compromissos internacionais que não deveria. A China declarou-se como economia de mercado, mas não abriu a conta de capital. A Índia fez a mesma coisa, assim como a Rússia. Não abrir a conta de capital significa manter o controle sob a entrada e saída de capital internacional e nacional sobre as remessas de lucros e os fluxos de investimentos. Mais do que isso, é ter um grau avançado de soberania no manejo de sua política cambial, fiscal e monetária, o que não se tem.

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