Econ - Cláudio Gontijo - A Transformação de Valores em Preço I
Cláudio Gontijo - A Transformação de Valores em Preço:
448 - Ao que entendi, trata da chamada “nova interpretação” que faz equivalência entre valor e preço ou quase isso (nunca pesquisei). Chama isso de de STU - sistema temporal único (STU).
449 - Problema da transformação: O motivo reside na incapacidade das diversas “soluções” propostas para o problema (veja-se, por exemplo, Winternitz, 1948; Seton, 1957; Morishima e Catephores, 1978) em preservar simultaneamente a identidade entre as somas dos valores e dos preços e entre as massas de mais-valia e de lucros (o “lema de Marx”, na expressão cunhada por Monza, 1979). A diferença dessa tal de STU: Não-dualista (unitária ou redistributivista) porque considera que os preços e valores se determinam reciprocamente uns aos outros numa sucessão de períodos de produção e circulação. Os preços não são determinados independentemente dos valores nem os valores independentemente dos preços.
450 - A tradição “dualista” de equações de equilíbrio se deve originalmente a Tugan Baranowsky (1905) e a von Bortkiewicz (1906 e 1907). Este último considerava Walras como seu mentor e pretendia “assimilar Marx” ao método das equações simultâneas da escola marginalista (Freeman, 1995, pp. 3).
451 - Este atributo walrasiano das abordagens de Tugan Baranowsky e von Bortkiewicz são extensivos a neo-ricardianos (Naples, 1996) e mesmo a marxistas, constituindo o “marxismo walrasiano” (Freeman, 1996a).
452 - Isaak Rubin (1928), “as categorias da 1ª Seção do Livro I não se referem a uma economia pré-capitalista, mas sim a aspectos de toda economia mercantil, que só se desenvolvem plenamente na própria economia capitalista”.
453 - Acho que este trecho é um exemplo de STU: as variações de preços afetam os valores: “dados o total do trabalho vivo, qualquer variação no preço total dos componentes materiais do valor do produto (isto é, no preço total do produto líquido) modifica o valor total do produto e, dessa forma, o montante de dinheiro em que uma hora de trabalho social está representado. Consequentemente, qualquer variação no preço do produto líquido modifica o valor do produto contido na mercadoria, V + S, e, assim, o valor total da mercadoria C + V + S. Nessa forma, os dois componentes do valor da mercadoria, o capital constante e o valor adicionado, podem ser modificados por mudanças nos preços, apesar dos montantes de trabalho necessário para produzir os meios de produção e a própria mercadoria permaneçam invariáveis. Este é o sentido preciso da afirmação de que o valor da mercadoria é determinado através da unidade da produção e da circulação e que existe uma conexão interna entre o valor e o preço” (Rodríguez-Herrera, 1996, p. 79). (Equivaler preço e valor dos insumos me parece tão arbitrário quanto as coisas dos liberais).
(continuação...)
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